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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Combinação de palavras, que formam uma frase linda e maravilhosa mas que magicamente me panica até ao tutano.

frito e escorrido por Peixe Frito, 31.07.18

- Fulano tal têm piolhos.

E porquê? Não é pela fonética, não é por nada. Simplesmente me dá uma coceira dos diabos na cabeleira, quando alguém fala que alguém têm piolhos. Se for alguém da família então... é de panicar e coçar a cabeça até mais não - começa logo a cabeça a fazer contas de quando foi a mais recente vez que tal ser esteve ao pé de nós, calculando assim a probabilidade de algum animal daqueles se ter mandado para cima de nós, de surra.

Falam de guerras e fim dos tempos em cuecas, enchentes dos mares e pragas de gafanhotos. Venha o diabo e escolha qual a pior situação. Porém, isso é tudo para meninos-de-coro. Se disserem ao povo que há uma grande probabilidade de apanharem piolhos ou até de já os terem, está o baile armado e aí sim, a histeria está lançada e é só observar gente a atirar-se das janelas e pontes, tal aflição. É como vos digo. Animal mais temido que o próprio diabo.

Uma junção de palavras que também me gera alguma coceira, é se alguém diz que têm pulga. Deus me livre, uma pessoa até salta do lugar e cada vez que algo mexe no nosso corpo - até uma leve brisa ou um pelinho que eriçou - é motivo de busca desenfreada em toda a roupa, quase à C.S.I., aplicando um método tão mas tão pormenorizado com técnicas como ver nas costuras, nas dobras, mexer devagar, parar de mover a peça e observar atentamente se algo se mexe, na esperança de apanhar a bandida da pulga! - que se tivessem usado o método de apanhar pulgas na roupa para encontrar o Bin Laden, tinham apanhado o homem em três tempos. Mas isso digo eu, só entre nós, que não sou de intrigas.

Deviam de estar a assistir ao eclipse por streaming.

frito e escorrido por Peixe Frito, 30.07.18

Vai uma pessoa ver o eclipse lunar, numa praia remota. Espanto que, quando a malta lá chega, estavam lá um ou dois carros e um deles, era um casal de jovens.

Pois é assim, nós sabemos que aquilo é num local ermo, tão ermo que eu nem sequer pensei que jovens daquela idade sequer soubessem que aquele local existia, sabemos que é um lugar sem iluminação artificial o que o faz um spot maravilhoso para avistar fenómenos lunares e chuvas de estrelas. Milagrosamente um dos poucos sítios para onde as alminhas não vão fazer poucas vergonhas, vai-se somente observar o céu e ouvir o mar. Delicioso. Bem, isto tudo para dizer que uma pessoa chega e estão duas criaturas aos melos fora do carro. Okay... jovens... A descobrir a vida e outras coisas. Só me espantei pelo à vontade ali assim, à vista de todos.

Pronto, ultrapassado isso, anda toda a gente a ver se a lua aparece. Não aparece a lua mas aparece mais um papa-reformas com mais um casal de miúdos, para fazerem companhia às duas abelhas que já lá estavam. Lembram-se de estacionar as duas caricas bem a meio do parque de estacionamento - aparte: meninos, vocês têm de aprender o código da estrada e aprender que não se colocam carros a atravancar outros carros só porque sim, condicionando as manobras dos restantes automobilistas e o acesso à ÚNICA saída daquele parque - virados para o nascer da lua. Música aos altos berros à parte, alguém achou graça em observar aqueles jovens, cada casal no carro correspondente. Que estavam a fazer? Só se viam as luzes dos ecrãs dos telemóveis. Imaginem a cena: um eclipse lunar com direito a lua de sangue e a "vermos" Marte a olho nú - ou pelo menos sabermos que aquilo é Marte - uma banda sonora que invés das ondas do mar era uma kizombada desgraçada e aquelas criaturas enfiadas nos carros, agarrados ao telemóvel.

Eu estou a ficar velha. Mesmo. Não percebo.

Estavam certamente a navegar no face e a dizerem que estavam a ver o eclipse, fotos no insta e mais raios que os partam, selfies e tudo, mas convívio = 0.

Foi a malta com coisitas para beber e roer, naquela de convívio e ver o eclipse... e vemos aquelas figurinhas.

Não há dúvida que a noção de diversão e de estar com os amigos, não é de todo igual para toda a gente e que muda mesmo de geração em geração.

Sem dúvida que há coisas na vida, as quais, não têm resposta.

frito e escorrido por Peixe Frito, 27.07.18

Acho bem que as pessoas comprem e tenham carros descapotáveis. Ainda não consegui foi perceber o como conseguem andar de descapotável, quando está uma ventaça do fundo do poço dos infernos demoníacos. Se já os macacos do sótão ficam arejados com a deslocação do vento - agarrando-se com unhas e dentes a tudo o que conseguem, tal a aflição de não serem expelidos - normal com o movimento do automóvel, quanto mais com ventos fortes, etiquetados com "Perigo, conduza com moderação e precaução - Ventos muito fortes", meninos para porem as vacas a aprenderem a voar sem asas, e a malta anda de descapotável. Eu levo com cada abanão no Peixmóbil, que até anda nas horas e vejo malta descontraidamente a passar por mim, à velocidade da luz, de cabelo ao vento.

Okay, está certo, é uma maneira extremamente eficaz de "aspirar" ou limpar o pó aos interiores do carro, deve ficar ali que é um brinquinho, de sacudir os piolhinhos da piruca então ui ui mas imagino o cabelinho daquela gente, depois de pararem o carro: quem tinha caracóis, fica com ele liso. Quem tinha pouco cabelo, careca ficou. Quem iria de cabelo comprido e solto, ai pois é meus amigos, mais vale a pena raparem o cabelo que o tentarem pentear - ou o põe em amaciador como se põe a roupa em sabão, ou então não sei não. Se fosse comigo, nem uma agulha se ia conseguir enfiar no maranhal que se transmutaria o meu cabelo. 

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Nem vou abordar a situação de alguém eventualmente ter a barba grande ou bigode, que já dá para imaginar o desfecho depois de sairem do carro.

Há mistérios na mente humana, que eu hei-de desencarnar, reencarnar, ir e vir novamente e mesmo assim, continuarei sem saber a resposta.

Acho que o único que não há-de ter problemas em andar de descapotável, é mesmo o senhor abaixo - ou o Donald Trump, evidentemente:

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Invejável. O penteado de sonho de qualquer criatura.

Já sabem. Se quiserem adquirir um descapotável, aconselho vivamente a fazerem um penteado daqueles. Ou então, um bom truque de venda de descapotáveis para os comerciantes de automóveis: Na compra de um descapotável oferta de corte de cabelo/barba.

Vão por mim. Olhem que eu não duro para sempre.

Eu e os meus atrofios de reflexões existênciais, provenientes de falta de sol e de férias.

frito e escorrido por Peixe Frito, 26.07.18

Já percebi tudo!

Nunca tinha parado para pensar que o meu cabelo pudesse sofrer de alguma intolerância alimentar. É de frisar que têm alguma tendência a ganhar imenso volume e a ficar um ninho de ratos, a estar lisinho e bem penteadinho e segundos mais tarde já está uma parte ondulada, outra esticada e caracol na ponta e a franja a apontar para norte e para sul tudo na mesma mecha de cabelo, fora outras pancadas que ele me têm abençoado ao longo destes anos.

Fez-se luz de tal possibilidade, quando descobri que o meu shampô costumeiro, é agora uma versão glúten free - e porque se fez luz? Não, não foi porque acendi a luz da casa-de-banho nem porque passou um cagalume, simplesmente porque eu, moi, je, a gaja que anda em cima do acontecimento, ainda não tinha pensado em produtos de higiene glúten free, de modo que o meu shampô me impressionou com tal conversa para mim, mesmo a meio de uma boa esfregadela nas repas. Sim, porque há dias que não só na sanita se lêem os rótulos de tudo o que se apanha nas redondezas e confins, quando eu tomo banho e não estou a pensar na origem do universo e dos unicórnios, também me dá para ler alguma coisita, enquanto me passo por água.

A ver vamos, se o menino se continua a comportar mal, armado ao cardo, frente a esta nova fórmula do detergente shampô para a trunfa e se estes sintomas de inchaço, alterações de humor e outras que tais, efectivamente amenizam.

Sim... que eu às vezes ouvia uns barulhos suspeitos e pensava que eram da cadeira e afinal, devia era de ser o cabelo a expelir ar, nos dias em que está com mais volume do que sei lá o quê, de surra. Fora as alterações de humor com que me presenteia, me deixando sair de casa linda e airosa, para depois chegar ao destino com ar de quem se acabou de levantar e a quem nunca foi apresentada uma escova para escovar o cabelo.

Estou para ver.

Um mal nunca vêm só.

frito e escorrido por Peixe Frito, 23.07.18

Já não basta o canito ter de usar daquelas "coleiras" que mais parece que foi enfiar o focinho no gramofone e ficou com ele preso ou anda mascarado de corneta andante, ainda por cima tinha de estar vento.

Ao contrário do que se possa pensar, que o animal assim fica com os abanicos protegidos do vento, o cão anda nas horas do caraças, cada vez que S. Pedro abre a janela e faz corrente de ar.

Ainda dizem que ter vida de cão é que é - de alguns claro. 

 

Guilty... confesso.

frito e escorrido por Peixe Frito, 20.07.18

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Ter migalinhas de bolacha caídas em cima da mesa, molhar o dedo indicador e esmagar as migalhas, voltando a comê-las.

Há coisas que ainda temos alguma consciência de que as fazemos mas esta, a mim, só tomei consciência mesmo depois de o fazer e ter alguém a observar-me, pois saiu com uma naturalidade, tal como se fosse british e bebesse o chá em chávenas de porcelana do tempo da carcaça mais velha, com o dedo mindinho esticado, para pendurar a colher - mais porque se calhar, me deram alguns arrepios de vergonha alheia de mim própria, fazer estas coisas em casa ainda vá que não vá, agora acompanhada noutro local qualquer? Juízo Peixa, não és uma criatura das grutas na profundeza dos oceanos ou da Tailândia.

Também quer se dizer, toda a gente sabe que não se deve comer as migalhas, pois foi assim que Hansel e Gretel foram atraídos pela bruxa má, para a casinha de chocolate, com o intuito de os papar era a eles e não ao resto, porém, quem consegue resistir a uma pepita de chocolate que caiu da bolacha para cima da mesa, e não a voltar a comer? Ou às migalhinhas de um bolinho saboroso? Ou a um pedacinho de pão ainda com queijinho e fiambre, que caiu do pão aquando o dentámos? Ou daquelas tostas com azeite e alho, que mais parecem do demónio do que de outra coisa, que uma pessoa come uma e não consegue parar? Ou à massa do pastel de Belém, estaladiça e em lascas maravilhosas?

Levante a mão quem consegue resistir, para eu anotar e fazer-vos uma estátua, pois merecem por tal acto heróico de resistência e auto controle, perante uma migalha a piscar-vos o olho de modo sedutor e vocês não lhe quererem fincar o dente.

Acho que nunca estive tão perto de levar no lombo.

frito e escorrido por Peixe Frito, 19.07.18

Alguém têm a esperteza de me perguntar que idade eu acho que a pessoa têm.

- Sei lá. Não faço a mínima.

- Diz lá. Adivinha.

- Não sei, a sério - e olho para o pai Adamastor, que estava a assistir serenamente à cena.

- Vá pá, diz lá.

- Não sei. Eu não sei nem tenho máquina de calcular que consiga fazer a soma de números tão grandes.

Silêncio.

- 60 e tais...? - Digo por fim.

- Olha, sessenta e tais. Sessenta e quê? Muitos ou poucos?

- 69 e meio.

A esta altura já o pai Adamastor ria.

- Porra! 64, está bem?

- Ah é? Estás bem conservado, deixa que te diga.

- ...

Raios partam, ainda falam das mulheres serem chatinhas com a idade.

A minha safa, foi o pai Adamastor lá estar, senão acho que tinha levado nas lonas, só por estar a dar "bailarico" ao homem. 

Esta fofuzisse não se paga.

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.07.18

- Sabes tia Peixa? Eu adoro caveiras.

- Ah é? Adoras caveiras?

- Siiim.

Incrível em como as crianças não ligam a estigmas ou simbolismos ou ao que for. Apenas observam por aquilo que lhes faz sentir e se é giro ou não. Não fazem as figuras que algumas pessoas fazem, quando vêm um dos meus riscados do corpo.

Penso que já ouvi de tudo: desde lhe chamarem "calquito", que parece que foi desenhada por uma criança a dizerem "Que horror, onde tinhas tu a cabeça, que coisa tão horrenda, alguma vez??".

Eu gosto de caveiras. Amo, até. E não, não tenho nenhum problema (outro diferente que não saiba), simplesmente é algo que gosto. Não das pérfidas, dessas não gosto.

Pois é má frénds, gostos não se discutem. Ainda ontem vi um tipo com o simbolo do SLB tatuado na perna e não me viram a atirar-me para o chão a armar-me em maria fiteira e a dizer ao homem que antes não ter a perna que ter tatuado o simbolo de um clube de futebol.

E não vejo qual o drama... ela até têm florinhas nas bochechas e tudo.

Nas coisas em que eu me meto!

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.07.18

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O criancedo da família, descobriu a magia das canetas e agora, meia volta e de surra, vai de riscar qualquer coisita. O problema, é quando a imaginação fala mais alto:

- Ai meu Deus rabinho pequeno!! Mas tu estás toda riscada de caneta!! - exclama a mãe do ser, ao observar a sua tenrinha filha, com riscos num braço e numa perna.

- São tatuagens mamã. Sabes, eu gosto de tatuagens.

A mãe pega nela, vai de lhe esfregar a perna, numa tentativa de lhe tirar as "tatuagens".

- Nãoooooo mãe - chorava e berrava a rabinho pequeno - Deixa!! Eu gosto de tatuagensssss!!

Até que o pai interviu e disse à mãe, para ela deixar a criança sossegada, tal era o aparato, que aquilo depois logo se tirava.

Ainda riscada, um pouco mais tarde, lá volta ela a dizer à mãe:

- Sabes mamã, eu gosto de tatuagens. O pai têm tatuagens - e mostra os riscos em zonas onde o pai também têm uma tatuagem, orgulhosa. Nada orgulhosa estava a mãe, em brasa diga-se de passagem, pois a miúda estava mais riscada do que um livro de pintura infantil, quando eles estão a aprender a pintar.

 

Num outro dia, em casa da rabinho pequeno, estava eu sossegada da vida e aparece ela com a sua bela da caneta.

- Ó... que andas a fazer com a caneta?? - digo-lhe eu.

Olha para mim, agarrada à caneta como se fosse um ursinho de peluche e diz à mãe:

- Mamã... vamos fazer uma tatuagem?? Uma caveira??

- Filha.... não te vás começar a riscar que acabaste de tomar banho...!

Que acham que aconteceu? Em fracção de segundos, imaginem a cena em câmera lenta, da mãe a levantar-se, a rabinho pequeno a tirar a tampa da caneta e rabiscar o braço. A mãe bem se esticou, mas faltou-lhe um bocadinho assim (um danoninho). Estava o caldo entornado.

- Eu não acredito!! Ai que eu não acredito!! Já te riscaste todaaaa!!

E a rabinho pequeno, com aquele ar de gato das botas, de quem sabia que ia levar nas lonas.

Digo-lhe eu:

- Olha, se é para te tatuares, deixa lá que eu tattoo-te. Deixas-me fazer um coração no teu braço? Assim aqui, no sítio onde eu tenho a caveira.

Óbvio que esticou logo o braço, a mãe a ferver ao lado e eu disse-lhe:

- Riscado por riscado, deixa lá. Ao menos não são das obras de arte dela.

Lá fiz o coração no braço da criatura. Agarra na caneta e diz-me:

- Tia Peixa!! Posso desenhar um coração no teu braço?

Eish... ah pois é. Esta foi culpa minha. Que direito tinha eu de dizer que não? Nenhum, né? Estendi-lhe os dois braços e disse-lhe que escolhesse em qual queria fazer o coração. Saí de lá com uma coisa a parecer um amendoim, tamanho xxxxxl, que bem que esfreguei a tinta que não saía, já a ver o caso mal parado, que tinha de dormir com o braço de molho em água e sabão, e mesmo assim, não era garantido que a tinta saísse. Mais depressa a pele, talvez. Porém, nada paga a felicidade daquele ser ter um coração desenhado no braço e me ter feito um a mim - e lá a safei de um ralhete da mãe. Ás vezes ainda é pior lhes dizer que não podem fazer. O fruto proibido é o mais apetecido.

É que a cerveja faz crescer pêlos no peito.

frito e escorrido por Peixe Frito, 16.07.18

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Em pleno concerto, a malta toda a beber a bela da bejeca. Vai a Peixa, com a traça a roer no estômago, buscar uma sandocha e algo para beber.

- Uma sandes mista, por favor.

- Okay, aqui têm.

- E para beber, uma garrafa de água, lisa, natural, se faz favor - peço eu, com suavidade*.

Responde-me o rapaz a sussurrar:

- Está a falar baixinho para ninguém a ouvir a pedir água?

- Sim - digo eu trocista - Para ninguém me ouvir que ando a beber aguinha a esta hora, invés de uma cervejola.

Sorriu-me e deu-me a água. Ainda tive para lhe pedir uma pedra de gelo, para parecer que era gin, mas não queria abusar da amabilidade do rapaz.

 

*O meu timbre de voz é naturalmente suave, a minha voz de sereia é a modos que serena e calma, em certos locais quase não me conseguem ouvir a falar. 

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