A minha mãe também me diz que sou especial... Mas eu não tenho nem metade do estilo desse lama. Só a curvatura daqueles abanicos, rebenta logo com tudo e faz uma inveja daqui até à lua.
É assim... Não é para quem quer, é para quem pode.
- Tia Peixa, cortaste o cabelo? Ah ah - ri-se o fedelho desmesuradamente, a apontar-me o pequeno dedinho, tal e qual o Nelson dos Simpsons.
-
Das duas três, ou se esqueceu que ela cortou o cabelo comigo precisamente no mesmo dia ou de facto, naquele dia eu estava mesmo com ar de ovelha tresloucada, com a lã ao vento, graciosamente toda eriçada.
No que pensei, ao ver aquela pirralha a apontar-me o dedo e a rir assim? «Não tens mesmo nada a quem sair, cú rabinho pequeno».
Isto faz-me lembrar um vídeo que vi há uns largos anos, onde a situação chegou a vias de facto mas, neste caso que relato, não.
Quem nunca chegou a casa a apetecer um banho de imersão - coisa de gaja eu sei e nada amigo do ambiente, mas adiante - porque teve um dia stressante, era o chefe, era o trânsito, eram os collants, era o cú, eram as calças e uma pessoa só quer estar sossegada e precisa mesmo de um momento de paz e sossego. Nada melhor, que chegar a casa, por a água quente a correr, por sais de banho ou não, gel de duche, óleos essenciais, whatever, o que importa é mesmo clima de descomprimir.
Banheirita cheia, despir os trapos e vai de se enfiar na água. Ahhhhh que bom. Temperatura ideal, música de fundo, aroma dos sais de banho ou o que for e... de repente... uppsss dor-de-barriga! Ah que não pode ser! Mas não podia ter sido ANTES de entrar na banheira?? Logo agora que já está ensopada quase até aos ossos e vai ter de sair! Ginástica para sair da banheira sem se escaqueirar no chão, enrolar na toalha e limpar e pronto... já se sabe qual o itinerário.
Resumindo: quer uma gaja descomprimir do descabelar do dia e ainda sofre de dor-de-barriga mesmo no pior momento, molha tudo por onde passa e, não tendo outra casa-de-banho, vai ter de ser mesmo ali... onde a água repousa quentinha e convidativa, cheirosa e agradável, à sua espera. Já estão a ver o clima que se vai gerar, não é? E ainda bem que estava sozinha, olha se fosse com uma cara metade, em situação de romance, só com uma casa-de-banho em casa? "Querida, deixa lá, fiquei sem vontade de tomar banho de imersão" ou então tinham de usar máscara anti gás.
Não morre do mal da barriga, morre da cura das velas a disfarçarem outras coisas.
Obs.: A situação abaixo foi muito má, mas muito má MESMO! Não concordam? Eu nem sei que faria... Emigrava, talvez.
Este post relembra-me também, um amigo que eu tive, há muitos anos:
- Peixa, tu és uma mulher bonita e gira, atraente, inteligente e bem humorada, mas às vezes quando abres a boca, fazes os homens todos fugirem a sete pés e mandarem-se pelo precipício abaixo.
Mas há que ter vergonha de contar certas coisas, porque são temas de casa-de-banho? Ahhh até parece que o resto do mundo não vai à casa-de-banho, que lata. Olha eu, que não perco uma para me rir das figuras, sejam minhas, sejam de quem for
E quando uma criança está a limpar o salão, ou em bom tuga, tirar macaquinhos-do-nariz e, bem educada que é invés de os ensinar a voar, nos estende o dedo com o macaco lá enrolado e fica à espera que nós o agarremos e mandemos fora?
Com a quantidade dos que alberguei hoje, dada a fuga que se deu desenfreada dos macaquinhos do nariz da cú rabinho pequeno, das duas uma ou abro um centro solidário de macacos abandonados ou então vou abrir uma empresa de cola orgânica, dado que circos já não permitem que animais façam números de entretenimento e um zoo somente com uma espécie, se calhar torna-se meio secante.
Ao que uma pessoa chega. Incrível que se alguém tinha nojeiras do que fosse antes de ter uma criança na vida, depois de haver alguma bem próxima de si, não têm outro remédio senão que lhe passem as nojeiras.
Que mania que o corrector automático dos telemóveis, têm de se meter nas conversas das pessoas! A embirração de hoje, é que só corrigia uma palavra para "colchões". A moça bem digitava a palavra e ele "colchões". "Colchões", "colchões". Das duas, três: ou anda armado em puritano ou anda com algumas falhas de informação no que toca ao corpo humano masculino ou está a armar-se em Paula Bobone dos correctores ortográficos - olhem lá o nível, purezas. Ao menos, que se é para meter a sua colherada, que fosse para contribuir, não para se armar em freira. Têm algum jeito uma pessoa dizer a outra:
- Já estou para te mandar um áudio à colchões.
ou
- Está um frio dos colchões.
Já não se pode escrever uma sms à vontade! Onde está a liberdade de expressão? Abaixo o maior causador de cabelos brancos, roer de unhas, mal entendidos e fazer as pessoas passarem por maluquinhos com palavras non sense pelo meio das conversas! Que se chegue à frente, a alminha que se lembrou de inventar essa porcaria.
E se uma pessoa quiser mandar uma sms sexy à sua cara metade? Estou para ver o corrector automático:
- Meu querido, logo espero-te em casa, com collants até ao pescoço, camisola de manga comprida, cachecol, gorro, luvas, casaco comprido e botas até ao joelho, de modo a que possamos ter um serão de amor tórrido, a ler a Bíblia ou a ver programas de história com o Dr. Hermano Saraiva. O sangue até te vai ferver nas veias, quando vires o serão que preparei, vais ficar insano de tanta doideira e maluquice desvairada.
Estar fechada no gabinete e ver uma varejeirazorra a passear nas imediações. Olhei para ela, fitámo-nos olhos nos milhares de olhos e ri, maléficamente:
- Querias entrar, mas a porta está fechada, não é? É assim a vida, vai cirandar para outros lados, vá vá.
E ela lá continuava a rondar, feita orcas assassinas em volta de uma foca.
Como life is a bitch quando lhe apetece, alguém abre a porta.
Que aconteceu? BZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ para dentro do gabinete, com as turbinas a todo o vapor.
Juro que me pareceu ouvir um risinho.
Ao menos, ainda tive um cheirinho de sossego. Curtíssimo, mas tive.
Prevejo um longo dia de tourada, fandango e ballet. É para acabar a semana em alta - literalmente...
E quando vemos um colega, que é meio... bem... não querendo colocar rótulos, mas que é mesmo lerdinho - ou faz-se - tótó - ou faz-se - queimadinho da cabeça - ou faz-se - ali os parafusos já estão oxidados e calcinados tal é a situação de apertar mal os ditos - sei que é repetitivo, mas ou faz-se - a olhar serenamente, para dentro do contentor do lixo da empresa, uns bons minutos - por momentos, fez-me lembrar o Exterminador Implacável, quando teve uma falha de sistema e faz reboot, ficando a parecer que está a brincar ao macaquinho-do-chinês.
Que fazemos?
Passei à larga, em bicos-dos-pés, não fosse ele estar a tramar alguma, pelo modo que ficou vidrado a olhar para o monte de restos de material, lixos e afins. Uma pessoa sabe lá, que se passa na mente das pessoas. Ainda têm para ali algum génio do mal oculto e anda a planear conquistar o mundo, começando pelo caixote do lixo e indo por aí fora até atingir o seu objectivo supremo - contentores públicos, vidrão e etc, chegando aos camiões do lixo até escalar até ao topo: lixeira a céu aberto. Plano ambicioso, mas basta uma pessoa para fazer a diferença, seja para o bem, seja para o mal.
Uma pessoa amiga telefona. Não conseguimos atender. Retribuímos chamada quando podemos. Não atende. Ela volta a ligar e nós, mais uma vez, não conseguimos atender, seja porque estamos ocupados ou às vezes pela simples situação de termos o telemóvel no silêncio e nos termos esquecido de activar o som. Ligamos nós... toca e toca. Nada. Não atende. E andamos nisto do toca e foge telefónico, neste verdadeiro ballet, bailado sem par e sem graciosidade nenhuma, em que não conseguimos simplesmente falar com a outra pessoa. E a coisa agrava quando a outra pessoa não é adepta de sms, o que até ajudava pelo menos para perceber que assunto se está a tentar abordar. Nem que seja: Era só para dizer um Alô, alô.
Uma coisa tão simples como uma chamada e tentar falar com alguém, é que dá uma urticária, fico sempre sem saber se é algo importante ou não, se passa alguma coisa, com este renga renga.
Além do facto que sou sempre acusada de indisponível, de não atender ou de não retribuir a chamada logo no imediato.
Eita pá... Não tenho vida para isto.
Só acontece comigo ou há mais algum peixe no mar que sofre deste mal?
E quando as pessoas mais velhas acham que por nós sermos mais novos, entendemos de tudo o que tenha a ver com tecnologia?
Quando alguma coisa não funciona, seja o telemóvel, seja a impressora, seja o computador, seja o raio que os parta, acham sempre que uma pessoa sabe a resolução do problema, como se nós tivessemos um manual de todos os aparelhos integrado na cabeça.
- Ahhh mas a impressora não imprime! Peixa, há algum problema com a impressora?
- Ela têm papel e tinteiro? Então não sei, pode ser a rede.
- Rede??
Até parece que eu estava a falar chinês.
Outra:
- Ahhh Peixa, não consigo enviar sms ou fazer chamadas. Que se passa com o telemóvel?
- Não faço ideia. Experimente reiniciar e ver se têm rede no telemóvel.
Reinicia.
- Continua sem dar!
- Pois... Não faço ideia.
- Mas pode ver que se passa?
- Se não envia sms e não faz chamadas não há nada que eu possa fazer, como pode compreender.
- Ah, pronto.
Amuou.
E quando respondemos: "Não sei", ainda fazem um ar aziado como se fosse nossa obrigação saber.
Haja pachorra. Há criaturas que devem pensar que os outros são um balcão de informações ou um atendimento de resolução de problemas.
A cereja no topo do bolo é se queixarem que ninguém os ajuda.