Colinho sabe sempre bem, venha ele de onde vier.
Ainda mais com um ligeiro solzinho a bater nos bigodes, ui ui. Belas sornas. Isto é que foi um lugar muito bem escolhido, digam lá o que disserem, o felpudinho teve olho para a coisa.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Ainda mais com um ligeiro solzinho a bater nos bigodes, ui ui. Belas sornas. Isto é que foi um lugar muito bem escolhido, digam lá o que disserem, o felpudinho teve olho para a coisa.
Cheira-me que alguém preferiu não lavar os dentes a sequer pensar em por a mão na escova.
Certamente, esta escova deve ter ido de encontro com o quentinho da lareira, mesmo depois de uma estadia longa dentro de um alguidar atestado de lixívia, a fim de acabar com quaisquer resquícios que a aranha possa eventualmente ter deixado, ao escovar as costas com as cerdas da escova.
Uma coisa é certa! Lá que a bicha fazia a sua higiene, lá isso fazia. Agora no que toca a se esconder... bem... coiso.
Ora, se eu andasse a distribuir panfletos, daqueles que causam neuras ao mais pacato, sereno, bom coração, fofinho e quiçá, candidato ao prémio Nobel da Paz automobilista, se eu passasse por uma viatura já com papéis lá espetados, o que é que eu faria?
Opção 1: Choveu, teve húmidade extrema durante a noite e, apesar da viatura parecer uma árvore de natal com papel espapassado, metia lá o panfleto na mesma.
Opção 2: Apesar do maranhal de panfletos, eu iria por lá um panfleto, pois é evidente que o meu panfleto monocromático igual a todos os outros, se iria destacar naquele matagal publicitário.
Opção 3: O que é que me interessa o carro já estar cheio de papéis? Vou lá colocar o meu panfleto, e bem por cima de todos os outros, para ser o primeiro a ser mandado fora visto!
Opção 4: Todas as acima.
Expliquem-me por favor, mas expliquem-me que ganham essas criaturas em contribuir para um carro ficar um anúncio com rodas? Acham mesmo que alguém vai parar para ler todos os santos panfletos que o carro têm, assim tipo anúncios de classificados e etc? Acham mesmo? Ninguém pára e pensa que se de facto o carro já têm tantos panfletos ou significa que de facto está abandonado e ninguém vos vai ligar para o irem comprar ou que quando o proprietário lá chegar e vir aquela reprodução em massa de folhetos, não pega neles todos numa revoada só e vai de os espetar mazé no lixo?
- Queremos lá saber!! - dizem os criadores dos panfletos indústriais - Não me comove essa conversa, Peixa! Vou mesmo é contribuir para a poluição visual urbana e para a poluição ambiental, ateimando em por mais um lá em cima - a sério, ia jurar que as rodas até já estavam embaixo de tanto peso - e quem vier a seguir que se amanhe, sem sequer me preocupar se o panfleto está a exercer correctamente o seu desígnio ou não! O que importa é distribuir e distribuir...!!
Autocolantes ou decorações nas viaturas a disfarçarem as mossas ou raspadelas? Fumar os vidros? Que luxo!! Qual quê, isto funciona perfeitamente do mesmo modo e ainda faz publicidade a toda a gente! Só mas só vantagens!!
Pois é meus amigos (*violinos a tocarem de fundo*) e andam as árvores a serem mortas por causa - não só evidente - destas causas nobres. Mal sabiam elas que era para isto que a sua pasta de papel iria ser utilizada. Se eu fosse uma árvore, deixava no meu testamento que gostava que o meu resto mortal fosse transformado em papel higiénico, invés de panfletos de compra de carros usados. Ao menos, sempre era mais útil.
Cenário: Fim do dia. Frio que até estala. Tanta ómidade que até a própria ómidade cria ómidade na ómidade. Ouve-se passaritos na rua, que tal e qual relógio suiço, chilream ao fim do dia, a fim de chamarem a malta para o recolher obrigatório. Porém, ontem o chilrear estava mais agitado, por segundo o pássaro deve de ter para ali piado nas horas, quase rebentando - grande capacidade pulmonar do bichano, nem eu conseguia durante um minuto, fazer aquilo. Mas adiante - o que me fez pensar o que poderia estar a causar aquela azáfama no pássaro. E começa a minha cabeça a imaginar:
- Ó Jean Pierre, anda mazé já para casa-que-está-um-frio-dos-colchões-e-eu-daqui-a-nada-viro-um-gelado-de-penas-só-de-estar-aqui-à-espera-que-tu-me-obedeças-e-venhas-para-o-ninho, passarinho do caraças!!!!!!
Não deve ser fácil, ser passarito com este calor dos pinguins, diga-se de passagem. Mas olhem que pela velocidade e tom do piar, a pássara estava mesmo zangada. Cheira-me que alguém ontem levou com a chanata, não teve direito ao seu verme para a janta e teve de ir dormir no galho mais desfolhado da árvore.
A abrir as prendas na consoada natalícia, mega em pulgas, rasgando o papel de embrulho freneticamente e vendo o que recebeu, exclama a criatura pequena:
- Ohhh era mesmo isto que eu queria!! - e agarra o brinquedo, feliz da vida.
Segunda prenda. Novo pulguedo, excitação a ver que é que o Pai Natal lhe trouxe. Rasga o papel, com ajuda dos pais e... eis que mandando um grito de surpresa, se ouve:
- Heyyy, eu não pedi isto ao Pai Natal! Na carta que eu mandei ao Pai Natal, não pedi isto!!
Não há nada como a honestidade, tenho dito.
Diz a mãe:
- Então filhota, o Pai Natal deve ter visto que o teu brinquedo se estragou e mandou outro novo, sem ser preciso pedires.
No meio do fandango de prendas por todo o lado, mar de papel rasgado e caixas de brinquedos, a cereja no topo do bolo, foram os agradecimentos ao Pai Natal, quando recebeu finalmente a prenda que tanto almejava:
- Muito obrigada Pai Natal!! Era mesmo isto que eu queriaaaaa!! Obrigada Pai Natal, beijinhos, és um fofinho!!
Nos valha a tenra idade e a genuína felicidade e gratidão, por ter recebido aquele brinquedo que tanto queria.
A despedir-me da cú rabinho pequeno:
- Adeus pimpolha.
- Adeus pónei - diz ela.
- Adeus Princesa.
- Adeus "nicónio".
E esta valeu por todas as nossas outras despedidas, aos pontos. "Nicónio" é do melhor, venha quem vier.
Estar em conversa com uma amiga:
- Eh pá, sabes! Um filme que eu nunca me hei-de esquecer!
- Qual o nome?
- erm... Agora não me lembro!
E aí vão duas:
- Miga, tenho uma coisa importantíssima para te dizer, a ver se não me esqueço que to quero dizer, mas a verdade é que já nem lembro o que é!
Lição a tirar destas duas conversas:
- Absolutamente nada. Porque se espremermos nem sumo sai. Mais seco que o Sahara.
- Há algo em mim que desperta o efeito "comer muito queijo" aka falta de memória em terceiros. Começa a ser mais vulgar do que eu gostava, as pessoas se esquecerem do que me querem dizer. Vá-se lá saber porquê, mas isto anda a acontecer com muita frequência. Cá para mim, querem é dar comigo em maluquinha.
- No meio disto tudo, eu é que fico sem saber o que é que afinal me queriam transmitir. Sensação de: "eu tenho um segredo, mas não to posso contar" dos diabos. Fica a parecer que quero acabar um puzzle mas que me falta a última peça - eu gosto de charadas mas também não era preciso tanto.
E agora? Que faço eu à minha vida? Olha... pode ser que no meio de uma conversa, apareça a ovelhinha amarela.