Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Quando não tomo as gotas ou a medicação - que é todos os dias - dá nestas fofuras.

frito e escorrido por Peixe Frito, 28.02.19

Sabem aquelas pessoas que a imaginação é tão fértil, que vêm coisas em todos os lados e mais alguns? Eu sou assim. Rara é a vez que não vejo uma sillhoueta nas nuvens que me lembra algo - normalmente me parecem as nuvens do jogo Super Mário Bros. com setas e tudo a indicar o quadrado surpresa escondido ou até o céu dos Simpsons, fora outros devaneios bem mais rebuscados - a olhar para gotas de água e ver corações, vegetais e ver uma cenóide qualquer e até em caixas de embalamento planificadas, consigo ver o quebra nozes ou lagartinhos espalmados. Além de espalhar o meu terror magia, partilhando com quem me rodeia - que normalmente fica com ar de wtf e sem perceber onde estou eu a ver alguma coisa, reflectindo que se calhar me deviam internar no Júlio de Matos mas após muito tempo de observação, tipo aqueles quadros "3D" que existiram nos anos 90, lá vêem a imagem a  aparecer e aqui a Peixa safou-se mais uma vez da bala - e por vezes me rindo sozinha com a minha imaginação, não são só objectos ou coisas de várias espécies às quais o meu cérebro de peixe faz associações. Até as pessoas são minhas vítimas. Pois é, pois é, ninguém me escapa!! muahahah (*gargalhada maléfica*).

Tive um colega que me fazia lembrar o Dustin Hoffman. Outro o Brutus do Poppey. Uma amiga, uma personagem das bandas desenhadas do tio Patinhas, só lhe faltavam as luvas. Já mencionei por aqui algures na fritadeira, o vizinho mecânico ser igual ao Dr. Marty do Regresso ao Futuro, entre tantos outros. Recentemente, adicionei um à minha longa lista. Eu bem que olhava para o senhor e sentia que ele me era familiar. Puxava pela cabeça, que raio a cara não me é estranha. Hoje, assim tal como o sol apareceu vindo detrás do monte e das nubesss, fiz "Eureka!!". Yep. "Eureka"! Isso já nem se usa, só por acaso, mas adiante. E então, quem é que o senhor me faz lembrar, quem quem??

O velhote do filme de animação "UP Altamente"!

carl.jpg

Não, não é rezingão nem tão carcaça, é mega amável e cordial. Porém, a cara é chapadinha desta personagem.

Às vezes me pergunto: será que há por aí algum ser similar a mim? Em tempos me disseram que eu era parecida com a Princesa do Never Ending Story - tinhamos ares... Mas que raio quer isto dizer? Ter ares? Ter ares para mim, é gases, mais nada. «Mas Pumbaa... para ti TUDO é gás» - e até a Nicole Kidman e a Drew Barrymore - talvez de todas, provavelmente a Drew é mesmo a mais... similar - Ninguém têm a ver com ninguém, quem ainda não me viu deve de achar que eu sou algo similar com um cruzamento de um camaleão com um lama e uma girafa, que resultou numa Peixa, pois é. Milagres da Natureza.

6800728.jpg

Olha eu a armar-me ao cardo.

frito e escorrido por Peixe Frito, 27.02.19

Não há nada como começar a manhã, a fazer algo altamente sexy para algumas criaturas masculinas: abrir o capot do carro e estar a olhar lá para dentro.

Sem vapores e gases a saírem estranhamente de dentro da viatura, que fizessem o meu longo cabelo encaracolado e vestido esvoaçarem como se eu tivesse uma turbina a funcionar directamente para a minha cara, tive direito na mesma não a algo sexy e tórridamente escaldante mas sim a uma catrefa de folhas e sujidade por tudo o que era lado, canto, esquina, aresta, hipotenusa, curva e contra curva, que só de olhar até temi pela minha segurança, transpirando de medo que aquilo se pegasse a mim pelo simples acto de observar a meneza da porqueira.

Não, não é nenhuma avaria nem eu estava a fazer de conta que percebo alguma coisa de mecânica, embora quem me veja ao longe, até pode discordar tal é o meu ar de compenetrada e focada no assunto mega importante, que estou a tratar, mirando debaixo do capot. Estava somente a encher o depósito da água do esguincho dos vidros, que tenho andado a tentar limpar os vidros e aquilo já mandava pó e areia, escaravelhos e bichos mortos, carcaças de animais não identificadas invés de água, pois andava mais seco que o sahara.

Infelizmente, não se enche sozinho e até a chuva anda parca nestas zonas, pelo que me tive mais foi que render às evidências e colocar um pouco de água na criatura - os primeiros litros evaporaram tal era a falta de água - senão qualquer dia, de tanto as escovas ressequidas tal terra sem água passarem nos vidros, já actuavam mais como um abrasivo ou como lixa e acabaria por ficar era com o vidro tão espesso como as lentes dos meus óculos - que não tenho.

Bem vista a situação, ficava com um cabriolet mas versão com tecto fechado e sem vidro da frente. Pioneira na situação, hein? Nunca se viu tal coisa. Sempre à frente Peixa, sempre à frente. O teu génio só será apreciado após bateres as barbatanas, vais ver. Tenho dito.

Magoei.

frito e escorrido por Peixe Frito, 26.02.19

images.jpg

Na fila do supermercado, observo que a senhora depois de mim, têm um braço encolhido. Ela começa a por as compras em cima do tapete e vai a Peixa:

- Precisa de ajuda?

E a senhora ficou estática a olhar para mim. Eu espreitei e percebi que ela somente tinha o braço encolhido porque tinha uma mega carteira debaixo da sovacada.

- Oh... desculpe! Pensei que tinha o braço ao peito!

- Não... é o meu "neném" - disse a senhora a rir, depois de largar uma gargalhada.

- Olhe pronto... deixe lá - fiquei assim meio encavacada com o encanamento.

Primeiro ponto: Ao menos não lhe chamei gorda, como uma pessoa que conheço fez com toda a mestria.

Segundo ponto: Uma pessoa já não pode ser amável, que fica tudo na fila das caixas a olhar, a ver que se passa, feitos cuscos, sempre a torcerem secretamente para que aquilo dê barracada e punhada.

Terceiro ponto: E obrigado pela intenção, não? Olha porra, está ali uma gaja a ser simpática e nem um "obrigada" ouve e ainda fica encavacada. Não que o faça pelo mérito, mas que ficava bem à senhora, eu ouvir "obrigada" depois de um dia de trabalho a pensar que vou fazer quando sair, de me estar a apetecer ir para casa não fazer uma peça das caldas e ainda ter de ir à compras, no fim me ter esquecido do leite nem sei como, caía bem. Esta gente sem tacto e insensível... tsc tsc Depois admiram-se que os bons samaritanos estejam em vias de extinção, pudera! 

O meu novo amor.

frito e escorrido por Peixe Frito, 25.02.19

Há coisas que me surpreendem. Sou daquelas pessoas que adoram apreciar a fonética das palavras e quando alguma me cai no goto, é terrível - Alcagoita. Adoro a palavra "alcagoita" e comer alcagoitas. Se vissemos manteiga de alcagoita não era lá muito apetecível, mas não deixa de ser uma palavra maravilhosa do nosso léxico. Acredito também, na influência da palavra no nosso inconsciente, que sente se agregado a aquilo vêm coisa prazeirosa ou se pelo contrário, algo que nos arrepela os pêlos de todas as zonas do corpo - sim... refiro-me também ao rabo.

Agora, digam-me, meus estimados e amados leitores, se eu não tenho um fundo de razão - fundinho fundiiiiinho - em relação às palavras e ao nosso incosciente.

"Chocolate", não há dúvida que é uma palavra que associamos imediatamente a prazer, pois está claro, mas a palavra em si, é meio esquisita, não é? Cho-co-la-te. Chocolate. Choco-late. Cho? Co-late! 

"Pimenta". Pois esta... 3,14+menta. Piiiiiiiiiiiiii...menta - funciona bem para censurar ou ilustrar quando o coração deixou de bater.

"Alcaparras". Não sei porquê, faz-me lembrar de alpacas e de lamas com aqueles ponchos vestidos. Porquê? Sei lá... a minha mente é uma coisa estranha tal como a minha imaginação.

"Maionese". Maio-nese. O modo como uma pessoa abre a boca para dizer as primeiras sílabas, é logo auto explanatório em como é uma palavra esquisitóide. "Filho, a ti vou chamar de Maio (*bocejo*) nese".

"Beringela". Berin... gela! Gela pá! rsrs Soa-me a algo caldoso, com molho com um pouco de tomate. De modo que quando olho para o legume em si, me sinto enganada. Talvez a culpa seja do ratatouille, cheira-me.

"Couves-de-bruxelas". Sim, sou suspeita porque não gosto de couves-de-bruxelas, mas digam lá que só a palavra "couves" não dá logo um sentir esquisito e ar de bufas do avô? E faz lembrar a história do cucu que não comia as couves. Agora entendo o cucu - que acabou por levar com um pau no alto da pinha para comer as couves. Se censuraram a música do atirei o pau ao gato, não entendo porque não censuraram a do cucu que não come as couves. Injustiças. E cunhas, cunhas!!

"Férias". É uma palavra altamente esquisitóide, que não têm ponta por onde se lhe pegue, mas perfeita em como faz o meu coração bater de felicidade, embora a sua duração - das férias -normalmente soe ao tamanho da palavra.

"Pigmento". Pig-mento. Pigmen-to. Soa a algo pegajoso e peganhento. Nhanhoso.

"Carapaça". A algo que me vai assombar durante a noite. "Esta casa está assombrada por muitas carapaças que viveram aqui, em tempos imemoriais".

"Carcaça". Car-caça. Carcaça. Algo estranho, seco, que quebra não sei explicar bem. Ilustra de modo sensorial perfeitamente aquilo que é. Ou um maravilhoso papo-sêco ou um corpo sem vida, já ali semi seco que nem palha. É um dois em um.

Como podem imaginar, ainda a procissão vai no alto no que consta a palavras estranhas. Podia ficar aqui todo o dia, mas não, lamento. Tenho de ir coçar o rabo para outra freguesia.

E este post, até agora, nada têm a ver com o título? Ah isso pensam vocêêês!! No fim destas linhas todas, a palavra no topo é:

"Anchovas". An? Chovas! Pois é, esta não têm lá muito ponta por onde se lhe pegue e é uma daquelas coisas, que sofre de amor ódio, por esse mundo fora. Também, com um nome destes?! Queriam milagres?? Se se ouvir a palavra "anchovas", vamos associar a algo delicioso, delicado, amor à primeira vista e que nos leva ao sétimo céu?

(eu e as anchovas, quando eu encontrei o frasco à venda e posteriormente abri, enchi tudo de azeite e as provei):

Verdade seja dita, que já degustei de muitas coisas mas anchovas ainda não tinha sido algo que tinha provado. E adorei. Sabe a pexum? Sim. Pexum seco? Sim. Pexum que já viu melhores dias? Yep. Mas mesmo assim, adorei este pexum raimoso.

A vida é mesmo assim. O coração é que escolhe e quem manda, no que toca ao amor.

E espero que tenham gostado do devaneio que, para variar, nada têm a ver com nada. 

P.S.: Escrever este post com a música de fundo dos vizinhos trolhas, que não é nada mais nada menos que "Kiss from a rose" de Seal, é priceless.

Estava a ver que tinha de chamar os Bombeiros!

frito e escorrido por Peixe Frito, 22.02.19

Eu adoro cozinhar com imensas especiarias, tanto mas tanto, que às vezes me excedo um bocado na maionese. Ontem, assim foi. Fatal como o destino, estava eu com não-sei-quantas especiarias em cima da bancada da cozinha, ali à mão-de-semear, para as ir colocando serenamente no wok - serenamente... é um corropio quando chega a altura de ter o óleo de sésamo a aquecer e eu começar a por as especiarias, pega num frasco, pega noutro, pega numa embalagem, pega noutra, por momentos pareço eu a cabeleira da Medusa mas na versão braços, tudo para as especiarias "abrirem" e não queimarem - primeiro mando grão de mostarda preta e pensei "Ui Peixa... cuidado com a mostarda". Mando pimenta preta "Peixa, gaja... olha lá a cena, deves querer ficar sem língua". Até que, chega a vez da harissa. Vai de espremer o tubo de harissa e era daquilo por tudo o que era canto - apesar do wok ser redondo. Rendida à cena de crime com harissa a decorar-me a cozinha, apenas me restou rezar de que aquele bocadinho de harissa a mais, não se notasse quando o chilli estivesse feito.

Vai de por os ingredientes restantes e tal e coisa, cozinhar e está feito. Deixei esfriar um pouco - sim porque eu queimo-me quase sempre... tenho a mania de achar que a minha boca é à prova de temperaturas escaldantes e não é. Já devia de ter aprendido, com as vezes que fiquei com as papilas gustativas queimadas e sem sentir o sabor das coisas por uns dias, mas nem assim, nem assim! A garganeirice é sempre maior - coloquei na tigela e lá vai ela, bela e amarela, pronta para lhe dar uma ferradela.

Garanto, mas garanto que o chilli já estava morno mais a roçar o temperatura ambiente, garanto mesmo! Mas não é que meto a primeira colherada e... "Heaven... I'm in Heavennnnnn"

Temperatura perfeita, o sabor estava maravilhoso, bem condimentado, engulo e... momentos depois virei dragão, bem capaz de mandar labaredas até pelas orelhas! Rai's partam mais ao picante! Wooo-hoooooooo que desentupi todas as vias respiratórias, senti o sangue a percorrer o corpo inteiro e ainda me emocionei com a situação! Me senti viva!! - Bem esbracejei aos peixes dentro do aquário para me acudirem, pegarem no telefone ou telemóvel e ligarem para os bombeiros, mas eles pensaram que eu estava a brincar com eles e não me passaram bilhete. Criaturas desnaturadas.

Não há nada a fazer... quando têm de ser, é. Se não queimo a língua, tenho mãos largas para os condimentos. E não meti piri piri, porque me esqueci, senão nem quero saber no que ia dar!

Pegava fogo à casa, não tenho a mínima dúvida.

Estava mesmo on fire.

O que é que me valeu? É que adoro picante.

Da próxima? Da próxima olhem... Se não estiver on fire, não vai ter a mesma emoção e sentido de viver. Acho que sou uma picanteohólic.

Ó gaja, please... Assim aumentas a taxa de suicídios em massa.

frito e escorrido por Peixe Frito, 21.02.19

E só porque é quinta-feira e o fim-de-semana está aí ao virar da esquina, vamos lá descomprimir um bocado.

- Era uma vez uma mulher tão feia, tão feia, tão feia... que quando chupava um limão, era o limão que fazia caretas.

- Era uma vez uma mulher tão feia, tão feia, tão feia... que nem as mudanças do carro conseguia engatar.

- Era uma vez um homem tão feio, tão feio, mas tão feio, que quando jogava às escondidas ninguém o queria encontrar.

 

Só para não me acusarem que hoje estou virada para azucrinar os feios:

- Era uma vez uma mulher tão gorda mas tão gorda que cada vez que vestia um kispo amarelo, alguém gritava: «Táxiiii!!»

Se bem que táxis amarelos, ó senhor, na nossa terra, estão extintos, mas vocês get the point da cena.

- Qual é o super herói favorito dos gordos?

R.: É o Supermercado.

 

Vá pronto, umas soft antes que os feios e os gordos me façam uma espera:

- O que é que os informáticos fazem quando têm calor?

R.: F5.

- Porque é que alguns bolos não podem telefonar?

R.: Porque não têm cobertura.

- Qual é a diferença entre um burro e um palhaço?

R.: O burro gosta de palha crua e o palhaço gosta de palhaçada.

- Era uma vez um coração tão fraquinho tão fraquinho tão fraquinho....

....que em vez de bater ...levava!

E por último:

- Qual é o cantor preferido dos castores?

R.: O Luís Represas.

e3aba24b77d335e1162c148238aae223.jpg

Já não se pode estar descansada, estarraçada a curtir o sol e os pássaros a cantar.

frito e escorrido por Peixe Frito, 20.02.19

Como na maioria das casas, no aquário mor em dias de limpeza, os tapetes são batidos na rua e estendidos ao sol. Apenas voltam para dentro, após o chão aspirado, lavado e seco.

Vai a mãe Peixa, depois dos afazeres de fada-do-lar, buscar os tapetes ao gradeamento das escadas. Pega num tapete, leva para dentro e põe no lugar. Vai buscar outro, o mesmo. Finalmente, os útimos tapetes, que eram os da casa-de-banho. Vai, abana ligeiramente os tapetes, pega neles e conforme os vai por debaixo do braço, observa que um dos tapetes tinha um extra. Não, não era uma aranha. Não era um pássaro, nem um avião. Nem a ovelhinha amarela. Era uma lagartixa, que ateimava em se agarrar ao tapete, com unhas e dentes! O tapete devia mesmo de ser confortável, pois bem a mãe Peixa abanava o tapete e a tipa não arredava pé! Foram ali momentos complicados de luta e tensão! A mãe Peixa de um lado a querer arrumar a casa, por o tapetinho na casa-de-banho para a malta não gelar os pés quando fosse à poltrona e a tixa do outro lado a disputar o tapete felpudinho que faz pandam com todos os tapetes da casa-de-banho até mesmo com o do bidé e o do lavatório e o da banheira, com olhar matador, postura ameaçadora e unhas de fora, rosnando e abanando o rabo em sinal de "estás aqui estás a levar verdascada". O ambiente estava de cortar à faca! Farta de abanar o tapete e de ralhar com a tixa, a mãe Peixa lá pousou o tapete e momentos depois, a tixa saiu disparada corrimão abaixo, quase arrancando a tinta do mesmo tal era a velocidade - deve ter ido fazer queixinhas ou chamar o resto da família.

Realmente, não há direito. Estava ali o animal a apanhar banhos de sol, na santa paz do senhor e tinham de o vir incomodar a lhe tirar o seu poiso fofinho!

Gente sem coração, possas! Gostava de ver, se fosse com eles!

E é assim que se contribui para a educação de uma criança - ou não.

frito e escorrido por Peixe Frito, 19.02.19

Já disse "n" vezes, que a prole da família, é tramada. Eu costumo dizer que já não me bastava ter aturado o paizinho das criaturas, como que ainda tenho de roer com o alevim e com a rabinho pequeno. Este último ser, consegue ser o upgrade do irmão e do pai, para mal dos pecados de TODA a gente. O seu sentido de humor e palhaçada é claramente herdado da família, agora o mau génio, não faço ideia onde ela o foi buscar, mas com toda a certeza, ao lado da famíla da mãezinha dela, pois está claro - sim, que no meu cardume, é tudo gente exemplar e bem comportada que não parte um prato cof cof.

Agora imaginem, está a passar a fase maravilhosa de ter consciência do feminino e do masculino, que resulta em coisas como partilhar connosco que: "Vi a pilinha do mano, quando ele estava de cuecas vestidas" - o que me fez questionar se ele usava cuecal de renda, mas adiante - e "vi a pilinha do pai, quando ele estava a fazer chichi" e outras tantas por aí adiante, desde dizer à mãezinha dela que queria uma pilinha e a mãe lhe dizer que não podia, era menina, e ela dizer sabiamente: "compras-me uma!!" - esta vai ficar nos meus registos, para mais tarde gozar com ela sobre isto.

Esta fase incluí, o mostrar resistência e testar a paciência e limites de quem a atura, das mais variadas formas e modos nunca antes testados ou com os clássicos de todos os tempos, como o típico: dá-me isso, não não dou, dá cá isso se faz favor, não não dou, estás aqui estás a levar uma palmada e ela vai e atira aquilo para o chão, a nos desafiar com algo para nos irritar, apenas porque quando está enrezignada com o sono ou amuada, Deus nos valha.

Ontem, foi dia de nos fazer a cabeça em água. Aprontou tantas e andou com tanta bilhareta, que já ninguém sequer lhe podia ver a sombra à distância. Ora, a dada altura e porque toca a todos, sobrou para mim. Decidiu tirar macacos do nariz - somente porque lhe disse que tinha de limpar o nariz que via ranhoca a sair - e comer, quando eu lhe tinha dito para não estar a tirar macacos e quando o tirou, limpasse ao guardanapo. Que se faz nestas situações? Chantagem emocional com algo que lhes toca no coração. Não... não falo ameaçar de palmada, nem de tirar as bonecas, nem de mandar a plasticina patuda para o lixo nem sequer o não ver desenhos animados! Temos de ser criativos e exercer medidas extremas. Algo bem chegadinho ao coração. O quê? A chucha!!

Ameacei: continuas com essa porqueira, lambo a tua chucha - belo exemplo de como não se ser porco Peixa, lamber chuchas alheias.

- Ah, não lambes - e vai de mexer no nariz.

- Rabinho pequeno, tira o dedo do nariz...

Continuava a limpar o salão.

- Ah é? - pego na chucha, ponho a língua de fora e faço de conta que a vou lamber.

Ela guincha. Pode comer macacos à vontade, mas lhe lamberem a chucha, isso é que não! É blasfémia e uma nojeira pegada.

- Vais parar de tirar macacos e comer, ou como é?

E ela continuava a mexer no nariz.

Cenário: toda a família à mesa a observar o téte-à-téte entre mim e o caganito.

Ela a pensar que eu era só conversa, enchi-me de coragem, recalquei o pensamento dos germes da chucha, por onde deve ela ter andado e lambi a argola da chucha.

Pânico! Muito pânico!

- Como é? Já acabou?

Ela a medo, mete o dedo no nariz e eu vai mais uma lambidela, beeeem grande na chucha.

Guinchou, ar de nojo e parou. Veio ter comigo, pegou na chucha e foi sossegar para outro lado, até ao próximo devaneio, que deve ter sido um minuto mais tarde, mais coisa menos coisa.

Resumindo... os preparos que uma pessoa se põe, só para uma criança fazer o que lhe pedimos.

Se leva palmada, ainda se ri. Se fica de castigo, pfff borrifei, se fica sem bonecos, igual. Então, há que puxar pelas armas secretas e tocar naquele ponto sensível. Resulta sempre.

E sim... é preciso coragem para lamber uma chucha, mas fiz o que era preciso, para parar aquela loucura - mereço uma medalha!

Esta ainda não me tinha acontecido.

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.02.19

Ouve-se lá nos confins do aquário mor uma conversa entre avô e neta:

- Vai pedir à tia Peixa, que ela ajuda-te.

Passinhos pequenos e rápidos, em jeito de corridinha e oiço uma vozinha de quem me vêm cravar algo, versão gato-das-botas, mas vocalizado:

- Ó tia Peixaaaa... - olho para ela e ela de beiço estendido e olhinhos de Bambi - tiras estas coisas da minha plasticina?

A mirar a plasticina, na minha mão, vejo algo que parecem pedacinhos de ramos lá metidos.

- A plasticina têm umas coisas pretas, não vês? - diz-me o pai adamastor.

- Sim... estou a ver - respondo, enquanto vou tirando. Tiro uma, duas, três, à quarta olho bem para aquilo e pensei: «Porra que isto me parecem patas...» e virei a plasticina ao contrário.

Pois bem... Adivinhem??

-  rabinho pequeno, isto vai para o lixo!! Tens aqui uma aranha morta colada à plasticina! Olha para esta porcaria!

- Ohhh não vai para o lixo não.

- Vai vai.

- Não vai não - e olha para mim com olhos engraxadores a tentar tocar ao sentimento.

- Está aqui uma bela porcaria. Olha agora a minha vida, andar a catar patas de aranha de plasticinas.

E ali tive, a tirar o cadáver da aranha e as patas semeadas pela plasticina, com a rabinho pequeno a observar-me atentamente, a ver se lhe devolvia a plasticina.

Que não sonhe a mãezinha dela que além de detestar plasticina, que eu lhe devolvi a plasticina depois de a limpar bem, tal e qual uma cena de crime sem rastos e evidências, invés de a mandar fora.

Bem, ao menos assim, ganha anti corpos.

É que é mega esclarecedor...!

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.02.19

Criaturas a observarem o céu azul, limpo de nuvens, com pássaros a voarem:

- Não-sei-quantas, como se chama aquele pássaro?

O ser olha para o céu e responde:

- É uma ave de rapina.

 

É isso... Até porque aves de rapina só existe uma, certo? Escusado será dizer, que ficou toda a gente na mesma - ou quase.

Pág. 1/3