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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Estou a um passo de ser a tia solteirona que vive com a casa cheia de gatos - mas sem gatos - e nem dei conta da situação.

frito e escorrido por Peixe Frito, 11.06.19

- Tia Peixa, quando crescer quero ser como tu ou como o pai.

- Como eu ou como o pai? Assim como? Alta? Grande? - vontade de complementar com "parvos" e "com pancada na cabeça sem precisar de apanhar sol a torrar os miolos".

- Assim... como tu.

- Pronto, okay - fiquei na mesma, para ser honesta.

- Como tu... mas com bebés!

- ...

Não sei se hei-de ficar elogiada ou se coiso. Maneira amável de me sentir encalhada 

As crianças e as suas cenas, não é verdade? Qualquer dia, os meus sobrinhos invés de me darem coisas com caveiras ou unicórnios - vá-se lá saber o porquê dos unicórnios, mas pronto - ainda me dão um kit destes, pelos anos:

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Com um bolo de aniversário assim:

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E depois começo a decorar a casa assim, ao fim de uns tempos:

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A minha safa é ter alergia aos bichos, senão, acho que não me safava mesmo, pelo andar da carruagem.

Quando o telefone toca a aquela hora... é sinal. Não do Batman, mas quase.

frito e escorrido por Peixe Frito, 07.06.19

Existem centrais de lavagens e automóveis. Eu, tornei-me não numa central, mas numa criatura freelancer de lavar cús a crianças. Passo a explicar. Não há dia em que ao fim do dia não receba uma chamada da mãe Peixa, a solicitar os meus préstimos, para ir dar banho ao animal pequeno, que é a Rabinho Pequeno. Então, porque aquele ser vêm da escola e quando não toma banho nos avós, toma em casa, porém, se a fera já for de banhinho tomado para casa, poupa o cabelo dos pais ficar grisalho, o estandarte que é que parece que estão a dar uma carga de porrada à criança, o ela andar a fugir da mãezinha a correr nua pela casa, e coisas do género. Conseguem entender a situação. Ela adora tomar banho - têm dias na verdade - na casa dos avós. Mas, há dias que nem a avó a consegue convencer a tomar banho, pois ela argumenta com toda a veracidade:

- Avó, hoje não posso tomar banho aqui na tua casa, porque a mãe não deixa.

Frente a argumentos destes, a avó fica desarmada, como podem calcular. De modo que, por vezes têm de chamar o armamento da pesada, a malta underground, que ouve metal e adora tatuagens... Quem? Eu. Yep. Aquela criatura todos os dias pergunta à avó se eu lá vou a casa, para lhe dar banhinho. Se for eu, toma sempre. Se for outra pessoa, dá volta à situação e raramente toma banho nos avós.

Graça achei, ao eu lá ter ido um dia e ela estar a dormir. Levei reprimenda no dia a seguir!

- Tia Peixa, ontem não vieste cá!

- Vim, sim. Tu é que estavas a dormir.

- Estava a dormir? Não me lembro de cá vires.

- Pois, se estás a dormir... Não te lembras de me ver.

- Não me deste banhinho.

- Não... estavas a dormir.

- Mas porque não me deste banhinho?

- Porque estavas a dormir.

- Mas podes dar-me banho comigo a dormir!

E a razão dela gostar tanto que eu lhe dê banho? Não faço a mínima ideia. Mas que gosta muito, gosta. De tal maneira que, como comecei acima, todos os dias tenho uma chamada ao fim do dia, a saber se lá vou passar, para lhe dar banho.

Se é esse o modo de se conseguir que ela tome banho sem o mundo acabar, a malta vai esfregar-lhe a piolheira e o rabo com todo o gosto.

Para o que haveria eu de estar guardada.

Uma pessoa fica mesmo em modo de desalento.

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.06.19

Depois de uma ida à carniceira depilação, cravo o jantar no aquário mor.

- Tenho aqui isto e aquilo se quiseres - diz a mãe Peixa - E queres com saladinha ou batata frita?

- Batata frita - digo eu sem hesitar nem piscar os olhos duas vezes - mereço batata frita hoje.

Acho que os centros de estética deveriam ter aqueles potes com chupa chupas ou rebuçados, como alguns gabinetes pediátricos têm. É que uma pessoa depois de momentos de sofrimento agudo e quase constante a fazer a depilação, merece um conforto emocional. Nem um abracinho se recebe! Nem uma palavrinha de força ou de carinho! Uma palmadinha nas costas! 

Sai de lá uma pessoa com um pedaço da alma a faltar tal a dor - Sair com andar novo é qualquer coisinha. E mais leve. Em certos casos, se se forem pesar depois da depilação, devem perder 5% do peso total - e não há quem esteja à nossa espera depois de sairmos do gabinete, com um ar afável e compreensivo de: "pronto, já passou" e se virar para a esteticista "feia! menina feia! a infligir dor aqui à fofinha da menina...! ai ai!!" para nos mimar e aconchegar.

Há que pensar nestas coisas. A sério! Se alguém me viesse abraçar depois da tormenta maravilhosa depilação, provavelmente levava com uma cadeira nos dentes enquanto a dor estava fresca na memória, mas vale a intenção e por as pessoas que de facto quase desmaiam na marquesa, no acto de se puxar a cera.

Qualquer dia, deixo crescer as escamas e viro adepta do naturalismo das alcatifas corporais. Sou eu a sair de dentro de água e a parecer que tenho não sei quantas algas coladas a mim. Ou até que parecem as barbas de Adamastor, tal o comprimento da pelúcia. Ou uma rede de pesca natural, que ao nadar, apanha peixes por arrasto.

Nahhh. Prefiro mesmo "no pain, no gain" adaptado à estética. Cada uma sabe de si, se não têm problemas em ter arbustos nas axilas ou a floresta Amazónica na zona do bikini ou arame farpado nas pernas ou um bicho morto na zona da bigodeira mas eu, esqueçam lá isso. Felizmente não sou Peixa de muita escama mas prezo muito o jardim podado e as árvores guiadas, cercas arranjadas e relva aparada. Por isso... vou ter de começar a levar umas gomas na algibeira e uns rebuçados na mala, quiçá uma tablete de chocolate, para compensação emocional da violência de ser depilada, porque isto assim, não dá com nada.

Vender a alma ao demónio, ir parar ao quinto dos Infernos para toda a eternidade, comendo o pão que o diabo amassou e passando as passinhas do Algarve, de certeza que dói menos!

Na próxima vez, vou-me lembrar deste lama, para me custar menos:

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O meu dilema. Isto exige medidas extremas. Aceitam-se sugestões.

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.06.19

Está calor. Abafado. Muito abafado. Abro a porta, está abafado e quente fora do gabinete. Abro a janela? Mal por mal, ao menos entra ar.

O pior é o dito ar cheirar a poia de canito. Sim... já por não sei quantas vezes, que vou verificar se pisei alguma coisa e nada! É mesmo do ambientador da rua. Nossa que biolência para as minhas narinas, devo frisar!

Ninguém merece. Com tantas árvores de fruto, flores, cheiro a natureza, às árvores, ao mar, à serra, tinha logo de cheirar a aroma da terra profunda das traseiras de um animal de quatro patas que por vezes emprestam um aroma típico às esfregonas húmidas.

Que fariam? Ficavam fechados no gabinete, ao calor e a destilar - sauna mesmo - ou começavam a praticar apneia fora de água aka suster a respiração e fazer como as baleias e ir a correr até à porta mais próxima, expirar, inspirar e voltar para o posto de trabalho ou arriscavam-se a abrir a janela e, meia volta, levar com o ambientador natural que nos faz perder o apetite do nosso croissant de sementes?

Fica a questão no ar, na esperança que alguém me ajude.

Se desaparecer, já sabem a causa do meu desfalecimento.

Qualquer dia, dá asneira. E desta esteve beeeeeeeeeeeem pertinho!!!

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.06.19

Encontrei um gafanhoto pequeno, na copa. Pego nele e venho ter com uma colega. Estendo o braço e digo-lhe:

- Mequié, vai um snack?

Pois é... Que aconteceu? A criatura estendeu a mão para agarrar mas no último instante, percebeu que aquilo era algo comestível mas não na nossa terra.

- Sabes o que é isto?? - diz-me - é a gulozice!! É a gulozice!!!

E eu ali, parada com o gafanhoto preso nos dedos, a pensar que ela ia mesmo pegar no bicho e comer à confiança.

Fico agradecida pela confiança que têm em mim, ao ir aceitar comer algo assim sem averiguar beeeeem primeiro mas por outro lado, eu admito que não estava à espera que ela efectivamente fosse agarrar no gafanhoto. Vi a situação mal parada por instantes! Estava a ver que o gafanhoto ia levar uma trinca nas antenas!!

Qualquer dia, é dia santo. É como vos digo... Bem, ao menos eles não têm muitas calorias e mesmo sendo degustado, não ia ficar uma vida nas ancas 

Eis uma maneira de animar reuniões a uma segunda-feira.

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.06.19

Estar a ouvir colegas a falarem de ímans e um chamar "Magneto" invés de magnético ou imã.

Ora, podem imaginar o quanto a conversa ficou interessante depois... dado que eu associei ao Magneto em si, o mutante dos X-Men.

Segundas-feiras... a quanto me obrigas só para não adormecer e de facto ficar focada nas conversas das pessoas.

E assim continuam os meus encontros imediatos de 3.º grau

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.06.19

Como se não bastassem aranhas, lagartixas e afins, há sempre espaço para albergar o contacto com mais espécimes selvagens. Neste caso em específico, o que me valeu foi que tanto me assustei eu como a bicha, que vinha toda lampeira a andar em direcção ao meu gabinete, assim tal e qual diva no seu passeio da fama, até que deu de fuças comigo, a sair do gabinete.

Vos garanto que dava um meme hilariante. Vêm a criatura - que by the way, era uma osgalhona. Daquelas dignas de terem corpinho e cabedal de lhe pormos uma trela, tal era o tamanhinho do bichito - eu abro a porta, salto eu para um lado, salta a bicha para o outro - eu não imaginava que as osgas conseguiam saltar assim... acho que despoletei uma nova evolução nas osgas: saltarem para trás - e como é previsível, o animal arranca ferros para debaixo de paletes e eu ali fiquei a processar o encontro e que doravante, tenho de mexer em tudo com luvas, pois peçonheira não é coisa que me toca no coração.

 Há sempre algo de emocionante a acontecer. Sempre. Devo ser um imãn de bichedo. Se for à caça, não preciso de isco, basta aparecer que tudo o que tiver nas redondezas, vêm ter comigo.

A Peixa encantadora de animais... E não preciso de flauta - um autêntico raio de sol em dias de nevoeiro cerrado.

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