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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Poderia perfeitamente ter sido comigo, mas não foi!

frito e escorrido por Peixe Frito, 12.12.19

Alminha com pés frios em pleno local de trabalho. Que desconforto... Será do frio? Será chuva, será vento? Gente não é, certamente, e a chuva não bate assim! Que se lembrou a rapariga? Aproveitando que estava parado de clientela, foi colocar água quente da máquina do café, dentro de uma garrafinha de água, naquela de aquecer os presuntos - logo aqui, começa logo a cheirar a meio caminho andado para algo acontecer. Não vou ser spolier. Adiante! - Foi sentar em uma mesa mais recolhida, descalçou os ténis e vai de por o pézito em cima da garrafa. Ahhh está a aquecer... só que não. A garrafa começou a encarquilhar - plástico + água a escaldar, não sei como não mirrou toda ainda a ser enchida, um verdadeiro milagre de época natalícia - e o raio do rótulo começou a descolar. Como um mal nunca vêm só, a cola do rótulo ficou assim a meios que a temperar a peúga. Uma pessoa já não pode ser desenrascada e tentar aquecer os presuntos, de surra, sem nenhuma malvadeza lhe acontecer, bolas!! Para quem se pergunta, não. Os pés não ficaram quentes. Nem aqui, nem na China.

Moral da história: Esta hoje não perde os ténis de certeza, dado que a meia está bem coladinha à palmilha do mesmo.

Cá para mim, foi mazé Deus lá de cima a dizer:

- Ó mulhér. Olhe lá o nível e as figuras. Controle-se senão vou arranjar maneira de você passar o dia arreliada com a peúga a colar nos cascos.

E assim foi! Não se fez luz mas criou-se uma parceria inseparável entre a meia e a palmilha! Essas já podem contar a sua história de amor... que se juntaram por causa de uma garrafa de água. Não é lindo? A mim derrete-me o coração, como a água quente, o plástico da garrafa.

Ai Santa Inocência e para aquilo que eu estava guardada.

frito e escorrido por Peixe Frito, 11.12.19

Por vezes, é tramado existir uma criança pequena na família. Principalmente uma que adora ir-se enfiar na casa-de-banho, quando uma pessoa lá está. Bem que podemos fechar a porta, enxotá-la, que ela não arreda pé. É neste suposto momento de descanso e nada privado, que ela decide fazer conversa sobre a mais variada miríade de coisas. Pronto, sei lá. Se calhar fica inspirada. Uma pessoa, lá acaba por tolerar a presença dela. Afinal, é pequena, não entende ainda certos tipos de limites, além de que a família têm um hábito peculiar, que é ir à casa-de-banho e deixar a porta aberta. E não há dúvidas de que quem vai à poltrona e deixa a porta aberta, está mesmo a pedi-las, para ser desassossegado, independentemente do que quer que esteja a fazer. 

Então, está a pequenita à minha frente, a falar que se desunha e observa que me vou limpar do chichi. Adianta-se a mim, vai buscar um pouco de papel higiénico e fica à minha frente à espera. E eu a olhar para ela. Pensei que me ia dar o papel, mas não podia estar mais enganada. Ela estava à espera, porque me queria limpar! Pois é, pois é. Tal como eu a limpo a ela, ela acha mega normal me limpar a mim também.

Como podem calcular, dei-lhe uma corrida. Mas não deixei de me rir sozinha, de ela estar à espera de me limpar o rabo. Valeu pela intenção, devo frisar.

Mas será que só a mim me acontecem estas coisas?

Desafio de escrita dos pássaros #13 | E assim todos viveram felizes para toda a eternidade, com os dentes livres de cáries!

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.12.19

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Em um filme de zombies, cuja existência foi causada por um vírus de laboratório que gerava a mutação nas pessoas, era de esperar que o final do filme mostrasse a cura. E assim foi. Alice, a única com o antídoto contra a bicheza que gera zombies como uma linha de espetos vira frangos ao lume, descobriu como curar os zombies e salvar a humanidade. Em pleno ambiente de caos e destruição, Alice foi à Fábrica de Chocolate falar com o Willie Wonka e conseguiu o seu contributo: saiu de lá artilhada com doces, dippers, pinta línguas de amora, até aos dentes. Como arsenal, aviões que polvilhavam açúcar em pó e petazetas pelo mundo e, o armamento pesado: rebuçados com o interior ácido, para os zombies mais exigentes de paladar e bombas de marshmallow fofinho, daqueles torcidinhos. Assim foi a vez dela de gerar o caos no mundo e aterrorizar os zombies. Depois de muita punhada e de enfiar rebuçados pelas goelas abaixo dos zombies, era vê-los a transmutarem-se em ursinhos carinhosos, unicórnios alados e a expelirem arco-íris pelo rabo. Outros, tão eufóricos por consumirem ursinhos goma e em êxtase por por fim meterem a reforma aos seus dias de zombie, acabavam por perecer, explodindo em toneladas de purpurinas e borboletas por todos os cantos, causando o renascer da natureza já quase extinta, árvores de algodão doce, erva com chupa chupas, pavimento com arroz doce e canela e riachos de água doce. Foi lindo de se ver e assistir. O mundo a ganhar nova vida como uma cambada de hiperactivos, dado o excesso de açúcar a correr nas suas veias! Nunca a vida teve tantas cores e emoção!

E que aconteceu à Alice? A Alice ficou em ponto de rebuçado ao ver aquilo tudo a acontecer com a sua ajuda. Humilde como só ela sabe ser, pendurou os caramelos e as armas de distribuir pez e foi tomar um banho em uma fonte de fondue de chocolate, vivendo feliz para sempre, a comer chocolates com recheio de menta e com a sua carteira de clientes a aumentar de dia para dia, pois Alice decidiu continuar a ajudar a humanidade, formando-se em estomatologia.

Desafio de escrita dos pássaros #12 | Cá para mim, era um plano maquiavélico.

frito e escorrido por Peixe Frito, 06.12.19

Isto aconteceu a uma amiga minha. Juro que é verdade. Passo a relatar:

Ora então, era ao fim da tarde, era à noite, era de madrugada, sempre a dar-lhe! Não havia descanso. De manhã era acordar com olheiras, cabeça moída e enrezignada. E não era para menos. Havia um par de bichos alados, que tinha o hábito de pousar na estrada, mesmo em frente à casa da moça, a fazer uma chiadeira um para o outro, como se tivessem na galhofa. Certo dia, a rapariga passou-se da marmita, abriu a janela, foi à varanda e grita para aqueles seres demoníacos:

- Xô pá! Raios vos partam!! Não têm outro sítio para irem cheirar?? Vá, a andar, andar daqui para fora!!

Silêncio. Os passarecos interromperam a sua conversa, olharam para ela e de certeza que pensaram:

- Olha aquela, com aquele cabelo de esgazeada, aos berros na varanda! Que má vizinhança, esta gentinha.

E voltaram a conversar um com o outro, sem ligarem peva à rapariga.

Ao fim de uns dias, nunca mais ninguém lhes pôs as oftálmica em cima. Verdade seja dita, nunca ninguém percebeu porque é que os bichos faziam ali os seus meetings a horas suspeitas.

Que andavam eles a tramar? Ficou no segredo dos Deuses.

Desafio de escrita dos pássaros #11 | Ela é de facto alguém com um parafuso a menos, mas nós amamos ela na mesma.

frito e escorrido por Peixe Frito, 06.12.19

«Tenho fome. Tenho fome. Tenho fome. Tenho fome. Mas será que ela não chega a casa? Onde andará ela??» enquanto isso, andam as feras às voltas pelo seu estaminé, a virar tudo do avesso: plantas a serem desenterradas, pedras fora de sítio, castelos tomados e de patas para o ar, no fundo, um ver se te avias.

Finalmente ouvem-se as chaves na porta - eu Peixa, quero pensar que eles ouvem, mas duvido - a porta fechar e um:

- Olá meus amores! - seguido de uns gestos de ondular com as mãos.

«Não há dúvida que adoramos quando ela chega! É um festim!! Ficamos todos doidos de um lado para o outro, pomos os narizes e o dorso fora de água e respingamos tudo por todo o lado! Mas mas... E comer, que é bom?? Onde ela vai?? Hey, hey os flocos pá, gaja?! Ahhh está a voltar. Vamos encher a pança!

Isto é assim todos os dias. Chega a casa e antes de nos dar os flocos, vai para ali baixar as persianas, como se isso fosse o mais importante! E descalçar-se. Ó ó, mas então agora vai à casa-de-banho. Mas que anda ela a fazer?

O que vale, é que depois vêm para o sofá e vemos todos televisão. Embora não a deixemos descansada... enquanto ela está na sala, é só barafunda neste aquário! Queremos que ela se meta connosco, nós gostamos tanto! Adoramos quando dança para nós e canta também! Embora por vezes pareça uma sereia desafinada com dores de costas, a cantar com uma voz das grutas... não deixamos de dar todos um pé de dança.

Todos os dias é uma paródia. Somos todos muito felizes aqui por casa!»

Dizem que os animais são um espelho dos donos e eu não tenho dúvidas, que os meus são mesmo!

E hoje, é dia!

frito e escorrido por Peixe Frito, 06.12.19

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Quem está em destaque??

Muito grata à equipe do sapo pelo destaque!!

Xi-coração|

A minha black friday.

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.12.19

Sabem quando compram um telemóvel novo e ficam todos contentes com a cenice? Formatam ao vosso jeito, instalam as apps que tinham no antigo tijolo, as músicas, as fotos, os contactos e tudo e tudo e tudo. Arrumam a antiga criatura na caixa dele e armazenam no arquivo vertical dos telemóveis de vossa casa. E tudo corrre bem, até chegar a segunda feira a seguir ao fim-de-semana do black friday.

De manhã, o receio de não ouvir o novo despertador, era latente. Até acordei antes da hora. Até que... ora aí está o novo despertador! Ahhh hora de levantar. Mas, partilho: eu ponho o despertador a tocar não sei quanto tempo antes da hora de levantar, para dar a margem do engonhanço e do adiar até levantar. Adiei o toque do despertador, afofei nas mantas quentinhas... eis que oiço o antigo despertador a tocar. O telemóvel antigo, acordou dos mortos, no confim dos armários, dentro da caixa! Resiliente, a criatura, hein? Pois é. Lá tive de me levantar e ir desligar e desprogramar o alarme do anterior telemóvel, que me esqueci. Não me levantei quando o despertador tocou, porque não me apeteceu. Mas o outro diabrete, fez-me levantar na mesma. Ninguém merece.

Não se esqueçam de desligar os alarmes no vosso anterior telemóvel senão vão ter uma criatura a assombrar-vos, a surgir do silêncio da casa, vinda das catacumbas dos tempos, vos tirando do aconchego dos lençóis!

Aprendam comigo, que não duro para sempre.

E que têm isto a ver com a Black Friday? Nada. Só assim por acaso.

É com muita tristeza, que tenho de dar esta notícia.

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.12.19

Pois é meus caros, pesa o coração. Muita mágoa. O que vale é que as boas memórias prevalecem. Vou-me deixar de rodeios porque acredito que as más notícias, devam ser dadas sem paninhos quentes nem falinhas mansas, usando a técnica do penso rápido ou do puxar da banda de cera no peito do Tony Ramos. Dói, mas têm de ser. 

Ontem à noite, deu-se um acontecimento: a minha comadre aka saco de água quente, desfaleceu. Estava tudo bem, estava operacional como sempre. Pronta a que eu colocasse a água a ferver dentro da sua criatura, com o intuito de me aquecer as mantas antes de eu me deitar. E assim foi. Até ao momento fatídico, em que a coloquei no fundo da cama e lá encostei as escamas. Bem antes de dar o peido mestre do seu último suspiro, ainda teve tempo de me dar uma última lição de vida: nunca por os pés descalços nos sacos de água quente, pois a porra da borracha a escaldar, queima os presuntos. E que aprendizado útil e legado ela me deixa.

Não consigo descrever o que senti, depois de ter queimado os pés mesmo na única zona do saco de água quente que não tinha aquela cobertura exterior, volto a frisar, a única, e quando desvio o pé, sinto os lençóis humedecidos. Inicialmente ainda achei que era do calor, mas quando começo a sentir poça, deixei de achar piada. Resumindo: queimei o pé, fiquei com os lençóis molhados, o colchão ensopado e ainda com um saco de água quente a menos, vertendo pelo caminho até à casa-de-banho, numa procissão fúnebre gloriosa. Felizmente os lençóis eram polares e não absorveram água nenhuma, mas deixaram repassar para o colchão. Uma verdadeira maravilha da natureza, um deleite para a minha paciência e sono, dado que estava tão quentinha nas mantas e tive de me levantar, esfriando eu e a cama.

Aviso que o funeral vai ser feito hoje, pois tive de deixar verter o resto das entranhas do animal durante a noite no lavatório. Irei tirar as suas vestes, já lhe tirei o pipo e os seus restos mortais vão para raio que os partam e diabo que os carregue.

E assim termina um relacionamento de mais de 20 anos. Muito companheirismo existia. Conforto. Éramos comparsas nos dias de frio e em momentos que eu estava mais fria, aquecia-me sempre sem se negar. Sabia que podia contar com ela. Mas é assim a vida.

Just for the record, eu tenho as unhas dos pés cortadas, por isso não foi nenhum incidente ou assassínio assim, à roupa quente e água a escaldar.

Senti que tinha de partilhar convosco, que iriam gostar de saber.

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