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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #10 Verde Claro

frito e escorrido por Peixe Frito, 25.03.21

Há uma coisa que nós dizemos muito na família, em tom de sarcasmo e brincadeira, aquando determinadas situações se dão, que é "Tinha os zólhinhos tão lindus, que máis parexiam duas poxinhas de áuga". Não me perguntem o porquê, mas associo sempre ao lado menos belo da situação: invés de uns olhos lindos e maravilhosos, brilhantes e vivos, imagino uma poça de água lamacenta, turva, daquelas que até podem ter girinos ou umas coisas manhosas por lá a nadar de costas. É assim, o imaginário de cada um, funciona efectivamente à sua maneira, não é? Se bem que têm a sua magia, uma póxinha de áuga repleta de girinos ou de alguinhas verdinhas, a ondularem. Enfeitiça. Por mim falo, claro, pois tal como me acontece com as teias de aranha, quero lá ir meter o dedo. E quero lá bem saber se lá está a aranha - dá pica extra - ou se há bichezas debaixo do lodo. É uma força que se apodera de mim. Inexplicável.

Pocinhas, girinos, lamas e cenaices aparte, a mim acontece-me sempre alguma coisa. É dito e sabido a minha atracção fatal por poças de lama, lagos de água turva cheia de bicheza duvidosa cristalina, ser um magneto para o que quer que seja líquido e esta vivência já me acompanha desde que eu tenho memória - sou Peixa. Não esperem uma memória muito longa - Eu nunca fui criança de vestir muitas saias e essas coisas. Andava muito mais de calções ou calças de ganga. A mãe Peixa, naturalmente, gostava de me empindiricar toda aquando havia jantares ou festas de aniversário. Eu, com o meu ar angelical, ficava sempre uma criatura toda mimosa e a parecer de porcelana - só por fora, que por dentro ai Jesus, não fujas não - principalmente no dia em que ela me decidiu vestir com uma porra de uma saia branquinha como a cal, cheia de preguinhas e mariquices. A sério. Parecia mesmo sei lá o quê. Se por si só o médico, aquando eu era bébé, já perguntava aos meus pais se eles saiam comigo à rua, tal o meu bronze imaculado a lixívia, imaginem eu, loira, olho claro, branca como a alforreca, vestida de branco. Medo, muito medo. Parecia um fantasma. Não sei que lhe deu na cabeça. Bem, tudo começa logo mal quando uma mãe se lembra de vestir assim uma criança mas principalmente quando diz a um filho: "Cuidado! Podes brincar mas não te sujes!!" e assim se dita o destino. Eu a brincar até me portei bem. Tentei não amarrotar a saia panisga, não me encostar assim a nada e até cuidado ao respirar tive, não fosse eu exalar e amarrotar uma preguinha. A mãe Peixa chega ao pé de mim e diz-me: "Peixinha filha, queres um geladinho?" Ora... perguntar ao cego se quer ver?! Pois está claro. E ainda tive direito a escolher gelado. Eu adoro sabores cítricos e então escolhi o calipo de limão. "Cuidado filha, não te sujes". Bem dito, bem certo. Foi a mãe Peixa sair do raio de visão periférica, eu sossegada a ratar o gelado... como sabem, o calipo derrete... fica sumo no fundo... Aqui a criatura tenrinha vai de elevar a embalagem do gelado e... miss saia manchada de calipo verde! Ah pois é!! Suspirei a pensar que ia levar nas orelhas. Reflecti que se calhar como era verde claro, talvez aquilo saísse bem da saia, que se fosse o de morango ou de coca cola, aí a mãe me estrafegava. A verdade verdadinha foi que quando me mostrei à mãe Peixa, ela refilou... mais docemente do que eu esperava. "Ai Peixinha, essas nódoas são tão difíceis de tirar, filha!" Olha, temos pena. Não tivesses dado gelado à criança. Qual foi o desfecho? Nunca mais vesti aquela saia. Seja porque era branca, seja porque era um imãn para as nódoas e raios que a partam, seja porque o raio da nódoa do calipo, embora disfarçada, nunca mais saiu daquele tecido. 

Escusado será dizer, que chorei baba e ranho, fiz birra, amuei, greve de fome e ainda não comi nunca mais gelado calipo de limão, por causa de nunca mais ter vestido a saia e dado ao episódio traumático, que ainda hoje lateja na minha alma!! #sóquenão

Há mesmo males que vêem para bem, possa!!! Deus é grande!! Ver a saia pelas costas, foi das melhores sensações que eu podia ter tido! Mas... Rei morto, rei posto, não tardou muito... Vivaaaa 

Neste desafio participo eu, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã, o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila.

Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio. Acompanha-nos nos blogues de cada um ou através da tag "Desafio Caixa de lápis de Cor". Ou então, junta-te a nós ;)

É daquelas cenas, que se põem a jeito.

frito e escorrido por Peixe Frito, 19.03.21

A mente criativa da criatura, não se foca apenas na escrita, no desenho, na parvoeira mas também estende os seus tentáculos maléficos, para a cozinha. Com isto, tenho fama de conhecer coisas invulgares e de, naturalmente, os meus cozinhados terem sempre algo que uma pessoa dita normal, não têm na dispensa - orelhas de peixe, bigodes de aranha, patas de lesma, essas coisas exóticas.

Hoje diz um colega:

- Peixa! Eh pá ontem vi uma cena, que pensei logo que tu devias saber o que era!!

- Ui... Aí vêm cena!!!

- Deixa aqui procurar e já te mostro o que é!

Quem me conhece, sabe perfeitamente quanto a casa gasta. Digo eu e um outro colega ao mesmo tempo:

- Posso dizer aquilo que me apetece, inventar porque, como ele não sabe, posso inventar uma cena qualquer e ele acredita!

Até era algo relativamente soft, para que saibam. Mas o bicho das trevas bem que pensou em pregar uma partida, ó se pensou!! 

O meu pai.

frito e escorrido por Peixe Frito, 19.03.21

Como não posso ver nada, hoje na blogosfera anda tudo a falar dos pais ah e tal e coisa blá blá blá, armada em invejosa, escrevi um pouco sobre o meu.

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Eu adorava escrever aqui coisas coerentes, lindas e maravilhosas, em como o meu pai contribuiu (e contribui) para a formação do carácter e personalidade aqui da criatura, dando exemplos mágicos e ternurentos, que me ensinou a andar de bicicleta - #sóquenão - a nadar - #sóquenãoeither - me incentivou a ler, pintar, escrever - não, não e não. Ele não passa cartão nenhum a essas coisas - jogava comigo à "sardinha" e eu levava grandes abadas, dado que ele têm umas mãos de yeti e eu umas de ... suricata, ao pé das dele, mas como já devem ter percebido, o meu pai é tudo menos o pai tradicional. Sim, está ali sempre que preciso dele, passa-me umas grandes pérolas de sabedoria que só ele as têm e, caso não o saibam, este sentido de humor é herdado precisamente dele. Cresci com um pai dotado de um sentido de humor sarcástico, a agarrar o sentido de oportunidade como ninguém e a ser inconveniente até à quinta casa. Mas sobretudo, hilariante. Saca sempre de uns coelhos da cartola quando menos se espera.

Há pessoas que dizem memórias confortantes e fofinhas dos seus pais, que quando vêem isto ou aquilo, remete às lembranças do seu paizinho, ora porque ele foi assim ou assado, comigo é mais do género:

Em pleno almoço de família, todos a comerem descansados e o pai Adamastor partilha o movimento dos seus intestinos. Inclusive frisa que ou "tenho o rabo que parece um chapéu de um pobre" ou o mesmo como "uma couve flor". Adora largar bombas atómicas sem o efeito destrutivo físico, mas animalesco no que toca ao olfacto - desejamos MESMO perder esse sentido, se queremos sobreviver e continuarmos sem mazelas para a vida - seja onde fôr... seja à porta de casa, onde se larga e foge para dentro de fininho, ficando os vizinhos a olharem para a porta do aquário tal o estrondo e claro... quem fica à porta, fica com a fama de largar foguetes mais estridentes do que os do novo ano chinês. Das melhores dele, foi estarmos os dois na sala a ver tv, os programas da natureza, de sobrevivência, aqueles passados lá pelos alaskas ou então combates de artes marciais, e ele se largar. Mas de pantufas. Mestre como só ele sabe ser, remeteu-se ao silêncio. Ao estilo que "se eu ficar quietinho, ninguém nota que eu estou aqui" e digo-lhe eu: "Fosga-se pai... a sério?" e diz-me ele: "Que foi?? Não fui eu!! Foste mas foste tu, filha!", ora pois está claro. Estava na cara que fui eu, além de ir verificar se tinha as mãos amarelas. Cá está o sentido de oportunidade. E o clássico cheiro agradável a natureza térrea e bem estrumada a pairar no ar, a mãe Peixa lhe dizer: "Ai Adamastor... pfff que mau cheiro!!" e ele responder: "Como sabes que fui eu? Reconheces-lhe o cheiro??". No comments.

Ele é mega tranquilo e na dele. Gosta de estar descontraído e que não o moam. E o que têm a fazer, faz. Como ele costuma dizer "se não gostas do cheiro, eu abro outro cabaz" embora aplicado a temáticas olfactivas, aplica esta máxima na vida em geral. Se for preciso, no meio do hipermercado têm as fraldas da camisa de fora e vai de abrir um pouco os jeans e a meter as fraldas para dentro, ao que eu já assiti e lhe disse: "Pai, assim aqui no meio do corredor??" e ri-me. Diz-me: "Quem não quiser, que não olhe... Olha o caraças!!". A mãe Peixa relata que passa imensas vergonhaças com ele, o que não me admira, conhecendo a peça.

Assim sendo e isto é tudo a ponta de um iceberg, muito tenho a dizer sobre o meu pai. Além do humor, herdei o gosto por plantas e andar de mãos na terra, a mudar vasos, podar as bichas e plantar outras tantas. E nada paga a sua companhia, aquando vamos no meio da serra e invertemos os papéis: agora, invés de ser eu a perguntar que planta é aquela e que propriedades têm, é ele que me questiona a mim.

Fico grata por ele ser quem é, me respeitar e amar tal e qual como eu sou, com este sentido de humor, panca hippie, corte de cabelo diferente, piercings e tatuagens, mas principalmente, por me ter ensinado como fazer o molho da sapateira e o belo do frango assado no forno, que são inigualáveis.

Uma salva ao meu rico pai, que embora eu às vezes não o queira admitir, somos mais chapados um do outro do que o aconselhável.

Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #9 Amarelo

frito e escorrido por Peixe Frito, 17.03.21

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Sobre o amarelo eu queria escrever,

algo genial da marmita espremer,

mas em nada queria transparecer,

o meu desamor, desalento por esta cor,

que me veio aborrecer.

Ah e tal toda a cor é bela,

sim, cada uma com seu encanto,

mas qual o meu tormento

que para esta nobre criatura,

o amarelo não tinha esse espanto,

nem sequer essa doçura.

Amarelo do limão,

do azeite, do prado,

tal o meu fado pronunciado,

que fico com o cérebro todo mofado,

a querer fugir por todo o lado.

A escrita lá corre,

sem ponta que se lhe pegue,

mas então é mesmo assim,

a escrita de quem não têm amor,

 até fede, ganha bolor.

E o amarelo que se estrafegue,

pelas eiras e beiras,

refegos e bardajeiras,

para longe parta,

de moscas se encher,

e que a cabeça me deixe de doer.

Amarelo o belo sol,

que me aquece e inspira,

seja pelo meu óleo quente que espirra,

seja porque já nem sei o que diga,

isto mais parece escrita de urtiga.

Um haiku era para ser,

um poema, um parecer,

mas isto de se falar de amarelo,

ih cum raio!, que novelo

fico com o cérebro em um farelo.

O que me consola,

mesmo que pareça artola,

é o pensar, o esperar, o esperançar,

esta porra está a acabar 

e a ovelhinha amarela, hei-de encontrar.

(já estava a tardar,

parvoeira, expressar)

 

Neste desafio participo eu, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã, o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila.

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Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #8 Cor-de-rosa

frito e escorrido por Peixe Frito, 11.03.21

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Awww a Peixa vai escrever alguma coisa fofinha, desta vez  Pois, #sóquenão. Espero que tenham estômago de ferro, que ninguém esteja igualmente de dieta, que isto promete!!

Cor-de-rosa... - Sim, ainda sou daquelas que escreve assim! - A cor das flores, do romance, das gomas, dos leitõeszinhos, do pudim boca doce, do meu bronze quando eu começo a ir à praia e apanho um escaldão... Só associações boas que enriquecem o meu coração!

Ora, eu tenho algumas questões relacionadas com a cor rosa. Não sei bem explicar o porquê, mas ver algo cor-de-rosa, dá-me vontade de o morder - não tudo, okay? Há limites até para a minha pancada. Apesar de desenfreadamente me apetecer dar umas trincadelas valentes, sou bastante selectiva na situação. - Talvez seja da vibração da cor, talvez seja porque todos os dias de manhã é um novo dia, ou mesmo somente porque a humidade poderá afectar o meu cérebro desde idade muito tenra e tenho de tomar menos vezes banho. 

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Este é amarelo, mas apetece dentar na mesma: 

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E, confesso... até tenho vontade de dentar isto:

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Sei lá, pelo aspecto devem saber ou a morango ou a framboesa... Provavelmente, saberão à morte polvilhada ao que o diabo deve saber, mas fiquemos pela curiosidade, sim?

Por outro lado, isto nem por isso:

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Acho que o rosa têm um potencial inexplorado! É uma cor tão vibrante ou tão calmante, viajando do espectro da sensualidade aos arrepios-de-vergonha-alheia. Devo dizer que fiquei inspirada por esta cor, quando me deparei com determinadas coisas. Invejosa como sou, roí as barbatanas e tiveram de me agarrar pois não me consegui conter e queria tudo igual para mim.

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Chorei baba e ranho... principalmente porque achei que ia ser o show uma fatiota daquelas com aqueles ténis! Só o estilaço que eu ia ter ao sair da minha viatura forradinha a pelúcia, com aquela vestimenta! Provavelmente alguém iria pensar que um unicórnio vomitou lá dentro, mas ainda assim... Olhem queeee... Estou seriamente a ponderar!!

Nem tudo me dá vontade de trincar, de usar como farpela do dia ou me nauseia, que padeça de existir em cor-de-rosa. Só para pôr paninhos quentes na situação e para não aturar a malta a queixar que ficaram incomodados ou nauseados com a qualidade do óleo de hoje, partilho estas fotos:

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Agora algo completamente aleatório, dado que já desabafei das minhas entranhas - que também são rosadas:

Era uma vez, um casal que decidiu ter filhos. Naturalmente tinham de começar por algum lado e pronto, começaram pelo primeiro. Tudo lindo, belo e amarelo. Uma felicidade tremenda quando souberam que estavam de barriguinha recheada - penso eu... que isso deve ter-lhes passado aquando a criatura nasceu, mas adiante! - era compôr o enxoval, comprar coisinhas para o bébé que aí vinha e ia ser acolhido com todo o amor e carinho. Os papás não sabiam os sexo da criança e nem quiseram saber. Verdade seja dita, isto já se passou há uns anos onde não era assim tão fácil se fazerem ecografias e saber o que é que calhava na rifa e que género de espécime se encontrava no kinder surpresa, de modo que se apostavam muito nos métodos da forma da barriga, mau génio da mãe, contar pelas luas, para se saber se era menino ou menina. Sem falar, no sentir que as mães têem... que mãe normalmente sabe o que é que está a gerar na sua barriga - e não falo dos gases, que isso até o pai sabe e sente e partilha com todo o mundo.

A mãe sentiu ser menina, de modo que a maioria da roupa e merdices dessas, eram em cor-de-rosinha. Fofas e lindas, como as coisas para menina sabem ser.

Chegou o dia. A criança das trevas ia nascer. E... sai um gaiato! Pois é, a mãe estava com a bússola errada, a temática cromática estava assim um bocado desviada e o pai não se dedicou assim com tanto fervor para rachar - piada trolha do dia, sorry!. Resumindo: lá a criança andava de cor-de-rosa, apesar de ser um rapazote. Hoje em dia ele aceita bem a situação e ri-se, ao contar esta história - mais ou menos, né? Nenhum de nós estava lá para assistir à cena. Quer dizer, pelo menos, eu - Mas eu sei que ele leva as coisas com graçolas, porque foi graças aos anos de terapia que ele, coitado, teve de fazer, para superar a situação de que a ovelhinha amarela estava desaparecida e nem o Wally, mestre do disfarce, dava com ela.

Quantas crianças não há por aí, que andavam de cor-de-rosa sendo meninos e de azul, sendo meninas. Mais grave ainda, quando os médicos se enganam mais do que as tripas videntes das mães, e deixam os óculos em casa e vêem mal como a porra, dizendo aos pais que vão ter uma menina e depois sai um pilocas? Possa... Não têm nada a ver! Uma cenaice está para dentro e outra para fora, okay? E não estou para aqui a mandar postas de pescada relativamente a tamanhos e etc., que acho que seria uma piada demasiado óbvia, mas sim a evidenciar que rais partam, uma piloquita é uma piloquita, certo? Ou a criança têm ali algo pendurado e ninguém desconfia que seja algo indicador de ser um menino? Mas não... vão ter uma menina! Ah okay okay, "está para ali algo a navegar, ondular, ao sabor do vento, deixa fazer de conta que nada vejo, pode ser que eles não notem quando a criança nascer! Pelo sim pelo não, vou agendar férias para a altura do parto, só para não sobrar nada para mim!".

Piadas à parte, é natural acontecerem erros e alguns médicos terem de ir ao médico dos zóios, pois não vêem uma peça das caldas à frente - neste caso, literalmente.

O que importa é que a criança nasça bem e com saúde. No caso do espécime que relatei acima, nasceu de boa saúde e bem, mas ainda hoje têm o condão de torrar os miolos às pessoas. E eu acho que a culpa é do cor-de-rosa! Tenho dito.

Neste desafio participo eu, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã, o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila.

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Cheira-me que o universo está a fazer panelinha com a balança ou com as lojas de roupa.

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.03.21

Decidi este fim-de-semana, recomeçar a cuidar da minha alimentação. E isto engloba voltar a comer mais dieta base vegetariana e cortar em processados. "Começo amanhã, segunda-feira" - é sempre amanhã, é o que vale - O problema, foi que me esqueci de umas variantes...

A mãe Peixa fez anos. Ao sabor da pandemia, apenas fui eu lá cravar o jantarito, pois para mim o dia de aniversário é o dia mestre do ano e não pode passar sem eu ir fazer chichi a marcar território. O resto... meh - tirando as férias!! ai as férias!!!  - Ora Peixa, cuidado com a alimentação, né? Toma lá com um rancho à transmontana, para abrires a pestana! Pronto... foi só isso... #sóquenão. A mãe Peixa fez bolinho para comermos. Lá teve de se ratar uma fatia de bolinho e, pois está claro, mega óbvio e na cara sem ser preciso esfregar, o belo pamparuére de tampa azul com rancho para o almoço no dia a seguir e outro mini pamparuére, com bolito. "Okay Peixa... amanhã comes o bolo e safas da cena! É amanhã!!" pensava eu efusiva. Pensava... pensava... e a pensar morreu um burro! Durante a manhã, retracei o bolo. O que significava que de tarde, voltava às bolachinhas torradas. Mas não. Depois de almoço, aparece o brother Peixum com mais uma fatia de bolo... desta vez, enviada pela rabinho pequeno para aqui a rica tia, que ela tinha estado a ajudar a sua santa mãezinha a fazer bolinho, para em tom de comemoração, cantar os parabéns à avó Peixa por videochamada. "Lá vai ter de ser" e pimbas, mais bolinho a encher a mula. "Amanhã Peixa... amanhã é um novo dia. Não percas a esperança!!".

Hoje, nada de bolos. Oh yeahhh... mas não. Um colega fez anos há dias e trouxe bolo de brigadeiro. Ainda existem uns pedaços de bolo no frigorífico da empresa:

- Peixa, ainda há bolinho, podes papar ao lanche!!

Ignorando o factor de que as pessoas têem alguma mania de falar comigo com terminologia infantil - devo ser muito cutxi cutxi provavelmente - lá está mais uma criatura a empandeirar-me bolo!

O frio já está a meios que a começar a querer passar, pois daqui a nada, começa a Primavera e as friascas ficam fora de moda, logo eu não preciso de camada isoladora extra, neste corpo de sereia! Se bem que na altura da praia, dá jeito uma forra extra, para suportar o frio das águas, mas ainda assim, não me quero candidatar a virar peixe baleia - por muito lindos que sejam - e cada vez que entrar na água do mar, o nível sobe e a maré enche na praia ao lado, levando toalhas, chapéus, ténis e cães e gatos e o caraças.

Universo pá, contribui aqui com a gaja e fecha lá a fábrica de bolos, que isto assim não dá com nada!

Porém, fecha só depois do fim-de-semana, que a criatura mais bela destes mares e arredores, irá ter o seu tão esperado dia e sem bolinho, esse sim, é o que ela têm ansiado todo o ano, não é a mesma coisa.

Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #7 Azul Claro

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.03.21

"O fim do mundo em cuecas".

Foi uma expressão que eu sempre ouvi dizer e, com a viragem do século e segundo alguns profetas, isso poderia ter acontecido. Completamente alheia ao factor de que muita gente poderia estar efectivamente de cuecas na passagem de ano, andava tudo a panicar com a entrada nos anos 2000. Até os computadores estavam a roer as teclas do teclado, dado que ficarem a "00" era novidade para todos - embora os meninos funcionem com "0" e "1", mas vá-se lá entender. Coisas de informática - Se querem que vos diga a verdade, eu acho que isso não aconteceu porque a grande maioria dos portugueses vestiu a bela da cueca azul, para dar sorte para o novo ano. Vão por mim.

Cuecas à parte e pegando na onda das festividades, onde paparoca é coisa que não costuma faltar, faz-me lembrar do belo do pamparuére. São frequentes as vezes, que a mãe Peixa impinge oferece com fervor e quase nos dá um enxerto de porrada se dizemos que não todo o amor e carinho, sobras das paparocas que ela faz para os almoços, jantares, aniversários, lanches, ceias, qualquer cenaice que sirva para fazer uma paparoca jeitosa para a malta se refastelar e encher o bandulho. Se não for ela, é o Pai Adamastor. Segundo ele, depois fica a comer ratatui daquilo a semana inteira - a mãe Peixa faz ratatui do que for... acho que até do ratatui em si ela fazia ratatui - de modo que raramente alguém sai daquele aquário sem uns tarecos recheados de comidinha da boa. Pais são pais, eu sei, mas os meus têem especial tendência a me quererem encher de comer. Há quem diga que eles devem achar que eu estou magra, há quem diga que eles devem achar que eu como mal, mas eu acho mesmo que eles me querem é engordar que nem uma porca para depois seguir para o matadouro, que eu nunca vi, mas nunca vi tamanho assédio no que toca a comer. Não querem engordar e depois engordam os outros, os espertos.

Ora, pelo menos uma vez por semana agora na altura mais fresca do ano, a mãe Peixa liga-me para eu ir buscar a divina sopa de feijão. E eu, bem mandada, lá passo no aquário para trazer uma malga... isto se o pai Adamastor não intervir:

Pai Adamastor, encontrava-se na sala, a dormitar no belo do sofá. Como por artes mágicas acorda e dá pela minha presença na cozinha. Grita à mãe Peixa:

- A filha que leve sopa!!

Pronto, ardeu a tenda Peixa. Mexe-te rápido antes que ele apareça. Eu a encher até estar atestadinho atestadinho até à goela o raio do pamparuére que alimentava uma família de seis pessoas durante uma semana, a tentar fechá-lo sem que ele babasse por fora, a tentar não o abanar muito, pois seria literalmente caldo entornado e sopinha daquela categoria, não se desperdiça nem uma gota. Na sua santa discrição e pés de lã, lá o dono do aquário aparece na cozinha:

- Filha! Só vais levar isso??

Eu olho para o pamparuére. Até estava com receio de respirar e aquilo transbordar. Abusaste, Peixa. Admite.

- Possa pai... Mas tu queres que eu deixe cá o pamparuére e leve a panela??

Calou-se. Dá mais uma voltinha na cozinha a cheirar, tal tubarão volta ao ataque:

- Olha que tens ali chicha. Leva a que quiseres!!

- Sim, pai...

- E pão? Não queres levar pão??

- Porra pai!! Mas tu queres é que eu enfarde que nem um animal, ou quê?? Caraças!!

A fazer de ofendido, vai embora para a sala. Antes de eu ir embora, sussurra para a mãe Peixa:

- Olha, ó mãe Peixa... a filha já guardou os bolinhos que fizeste?

- Já, pai...!!

A cereja no topo do bolo, foi lá ir almoçar semana passada, sobrar um hamburguer veggie e a mãe Peixa me perguntar se eu queria trazer para o trabalho, no meio de um papo-seco, para o lanche. É o que eu digo... devo ter ar de comer que nem uma esganada!

- Ó mãe... Um hamburguer no pão a meio da tarde?? Estás a confundir-me com o pai Adamastor!!

Lá ela se riu, se rendendo às evidências do ridículo da sugestão.

E devo dizer que sempre mas sempre que lá vou a casa, a mãe Peixa arremata com um "vê lá se a mãe não têm para aí nada que tu precises" ou com algum "a mãe têm uns limõeszinhos a mais, queres?", "uma frutinha?" ou uma coisa que eu adoro ouvir "o pai Adamastor foi à mercearia e trouxe aquelas bolachas húngaras que tanto gostas, daquele queijinho bom e chouriço alentejano". Não há quem resista, a sério. O que vale é que a gaja é ruim e embora as roupas encolham com as lavagens e com o sol quente da rua ao secar, não encolhem assim tanto.

E depois lá venho eu para casa, quase a precisar de um camião tir dada tanta paparoca que os meus santos pais me encafuam, para albergar os ditos pamparuéres de tampinha azul, tão característicos do aquário mor.

Neste desafio participo eu, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor, a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue, o José da Xã, o João-Afonso Machado e a Marquesa de Marvila.

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Uma pessoa já não pode andar descansada na vidinha dela.

frito e escorrido por Peixe Frito, 02.03.21

Hoje venho aqui falar de algo que ainda não tinha falado mas que hoje me apeteceu falar por isso vamos falar disso. Puxem as cadeiras e sentem-se no chão. Estejam à vontade.

Vivemos em tempos de pandemia. É difícil de gerir a adaptação da nossa vida, a esta situação. Ora seja porque temos de ter certas restrições sociais e desenvolver novas directrizes comportamentais ora lidar com a parte mental e emocional da questão. Estarmos privados da nossa - tão tomada como garantida -  liberdade, assola-nos a todos nas suas variadas vertentes e causa os seus impactos, dependendo de indivíduo para indivíduo, pois cada um gere as dificuldades daí resultantes, da melhor maneira que sabe, muitas vezes de mãos atadas - e não falo da prática de shibari, a quem está a fazer "teletrabalho" e têm algum tempinho livre para matar. - Para mim, que ainda não tinha vivido este tipo de situações, foi quase como começar a ver o início latente daquelas catástrofes que assistimos nos filmes, que o vírus espalha, deixa todos zombies, a comerem cérebros uns dos outros - de quem têm cérebro, que há muitos que ó senhor, é abrir a caixa craniana e sai de lá uma corrente de ar, que nos deixa o penteado igual ao Beetlejuice - andarem com catanas a desmembrar a malta e viver em pleno artrito quer consigo quer com o meio envolvente, pois nunca se sabe quem está à espreita à espera de nos vir afiambrar - literalmente, fatiar como um fiambre fininho e pôr a assar na fogueira que em tempos aprendeu a fazer, ao assistir às temporadas de sobrevivência, do Bear Grylls. Tipo fantástico, by the way. A natureza é que não lhe deve achar muita piada, pois manda-lhe a maior miríade de bicheza esquisita, aranhas, escorpiões, cabras podres no meio de sei lá de onde a ver se o tipo desampara a loja, e ele retraça tudo na maior das descontracções. Bem vistas as coisas, assim sempre se vão controlando as espécies e evitando pragas. Agradecida, Mr. Grylls.

Variadas teorias da conspiração surgem. Nem as vou enunciar, não vale a pena. Porém, posso dizer que me lembro sempre da situação gerada nos jogos - que posteriormente deram origem aos filmes - de Resident Evil, onde um vírus todo quitado, foi gerado em laboratório e posteriormente, teve contacto com o mundo exterior, transformando a malta toda em zombies dignos de um remake de um videoclipe do "Thriller", com alto investimento. A sério, há muita coisa que nos é oculta, sabe-se lá o que se passa dentro de uma poça no meio da estrada bem como se o vento que nos faz secar as cuecas no estendal, não será gerado a partir de meios mecânicos, de umas ventoinhas instaladas no céu, que quando aquilo têm curto circuito, faz trovões e essas cenaices todas.

Então, hoje de manhã, estava eu descansada da vida a caminho do trabalho, e deparo-me com este logótipo em uma carrinha:D_NQ_NP_766831-CBT41540296545_042020-O.jpg

"Peixa Maria, ainda agora começou o dia e já estás com devaneios?? Tens de começar a verificar a validade antes de tomar as gotas!" Ainda pensei que as romelas estavam a fazer das delas, que isto de lavar a cara à gato para poupar tempo e água de manhã, não dá com nada, mas não... Estava a ver bem. Eu confesso que adorava ver a minha cara, ao abrandar para ver se estava de facto a ver bem.

Sentido de humor retorcido, é do melhor. E assim se começa o dia - apanhando malta ainda meio a dormir cujo tico e teco ainda estão a comer os cereais e a verem os desenhos animados matinais - a sentir o pânico de ver um logótipo que associamos directamente a algo terrífico - coisas de nerds... - mesmo sabendo que é uma corporação fictícia!! - Lá depois me caiu bem a ficha, óbvio. E adorei a ideia!! - Preferia ver a Capsule Corporation, mas pronto!!

Ainda dizem que os videojogos incentivam à violência... Por experiência própria, não incentivam à violência não, mas sim à imaginação e a criar teorias da conspiração com a maior precisão e detalhes possíveis.

E isto do Covid-19 não veio ajudar nisso. Só a quantidade de desgraças nos videojogos que começam com vírus e cenaices assim... Acho melhor nem abrir as janelas do aquário, não vá o diabo tecê-las!!  - jogar menos jogos também ajuda, Peixa. É só uma dica.