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Pois é. Para quem acompanha aqui a fritadeira a algum tempo, de certo saberá o meu tórrido romance amor-ódio com as moscas e bichos alados (aqui e aqui também). Eu sou uma Peixa com muito bom coração. A sério que sou. (música instrumental de fundo, com violinos e harpas e tal) Se eu vejo o raio de um bicho de conta de patitas para o ar - como já mencionei ai pela fritadeira milhentas vezes - assim desesperado a tentar virar-se e, obviamente, não está a ter nenhum sucesso, eu páro, olho para o bicho e pimbas... barbatana em cima! Não não, estou a brincar, dou-me ao trabalho de virar o bicho para ele continuar o seu caminho. Até apanho as aranhas e as coloco na rua. A sério, vão por mim - Ai Peixa, és tão fofinhaaaa... Uma jóia de moça! - Sou assim tótó, que querem? Sem ser novidade para ninguém, o mesmo não se aplicaria se fosse uma mosca ou uma melga nas mesmas circunstâncias - ok, se uma destas criaturas se encontrasse de patas para o ar, naturalmente que já tinha ido às couves, e eu não teria muito mais a acrescentar, pelo menos algo que me preenchesse. Há quem use a expressão: "Eu não faço mal nem a uma mosca!" Eu sou ao contrário: não faço mal a nada excepto às moscas!! Não sou espécime que "embirre" com alguma coisa, assim do nada. Isto já é uma relação amorosa de há anos e anos e anos.
Ainda no outro dia, arejei o aquário: abri as janelas todas durante um tempo - ou era da minha vista ou o ar estava a ficar verde ;D. Antes de me ir deitar no meu leito de beleza e conforto, fechei as janelas. Enfio-me na "anémona" e "ahhhhh que bueno. É Kinder é bueno!" - sim, costumo dizer esta idiotice - desligo a luz e afofo-me. Não tarda e oiço um "Bzzzzzzzzzzzz" irritante até à quinta casa. "Eh pá, não acredito... é que não pode ser uma porra de uma mosca... ACABEI DE ME DEITAR!" - Tradução: "RAIOS PARTAM QUE SE TE APANHO FAÇO-TE EM FANICOS!", é que eu não descanso enquanto não encontrar a criatura. Vejo todos os cantinhos do aquário minuciosamente. Nem quando estou armada em fada-do-lar vejo as coisas assim tão ao pormenor diga-se de passagem, transforma-se numa busca assim similar à da ovelhinha amarela, mas adiante - Ao avaliar pela música que me estava a dar, deduzi que era uma varejeira... ui se há algo que me aquece o sangue e o faz borbulhar... é exactamente uma varejeira.
Lá andei e dei com ela. Arrefinfei-lhe uma e outra, mas a magana não dava o braço a torcer e continuava a zombar de mim. Continuou a saga. Até me dei ao trabalho de usar a mão tipo "raquete" - olhem que é uma boa estratégia: esperar que ela venha e pimbas arrefinfar-lhe uma solha no preciso momento em que ela vai a passar por nós - Não contente, passei a usar uma almofada - a margem de erro é menor. Fatalmente, pousou num dos meus cortinados e eu bati palmas. Ensanduichei-a, pois bem. E pronto, dei cabo dela. Foi uma morte bonita e honrada. Feliz da vida, fui-me deitar.
Nem sempre tenho vontade de as mandar ao jardim das tabuletas, por vezes limito-me a dar-lhes uma pancadinha de amor (como às formigas que me torraram o juízo uma vez)... É vê-las pousadas no vidro, e vai de lhes dar uma cacetadinha de amor, como se estivesse a jogar ao guelas.
Depois de reler este post, apenas concluo que:
1.º Por falar em moscas, há uma que irritantemente está a zumbir algures e eu ainda não descobri onde ela está - não vai ser por muito tempo;
2.º Apetecia-me apanhar sol, mas infelizmente o céu está meio encoberto e já se fala do regresso da chuva;
3.º Mesmo estando prestes a adquirir mais uma ruga, as mesmas não fazem justiça à minha maturidade.
Bicho-de-conta palmado da net.