Por vezes, é tramado existir uma criança pequena na família. Principalmente uma que adora ir-se enfiar na casa-de-banho, quando uma pessoa lá está. Bem que podemos fechar a porta, enxotá-la, que ela não arreda pé. É neste suposto momento de descanso e nada privado, que ela decide fazer conversa sobre a mais variada miríade de coisas. Pronto, sei lá. Se calhar fica inspirada. Uma pessoa, lá acaba por tolerar a presença dela. Afinal, é pequena, não entende ainda certos tipos de limites, além de que a família têm um hábito peculiar, que é ir à casa-de-banho e deixar a porta aberta. E não há dúvidas de que quem vai à poltrona e deixa a porta aberta, está mesmo a pedi-las, para ser desassossegado, independentemente do que quer que esteja a fazer.
Então, está a pequenita à minha frente, a falar que se desunha e observa que me vou limpar do chichi. Adianta-se a mim, vai buscar um pouco de papel higiénico e fica à minha frente à espera. E eu a olhar para ela. Pensei que me ia dar o papel, mas não podia estar mais enganada. Ela estava à espera, porque me queria limpar! Pois é, pois é. Tal como eu a limpo a ela, ela acha mega normal me limpar a mim também.
Como podem calcular, dei-lhe uma corrida. Mas não deixei de me rir sozinha, de ela estar à espera de me limpar o rabo. Valeu pela intenção, devo frisar.
Mas será que só a mim me acontecem estas coisas?