Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Desafio de escrita dos pássaros #4 | Eu gosto de apresentar opções válidas, para que a situação fique resolvida a bem para ambas as partes.

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.10.19

Se há coisa que têm graça, é que das primeiras palavras que uma criança diz, é “não”. Está uma pessoa a fazer perguntas e alguns até para dizerem “sim” com a cabeça, fazem o gesto de “não”. Há quem diga que são influências dos pais, que passam a vida a dizer, “não mexas aí”, “não cheires”, “não fedas”, “não estejas acordado durante a noite quando o pai e a mãe querem dormir” e coisas do género. Se assim fosse, porque é que seria apenas a palavra “não” e não o resto do vocabulário a sair com tanta velocidade?

Porém, eu acho mesmo que é um modo de arreliar os pais, por estes os andarem sempre a manter com rédea curta. Do género: “Ah não queres que eu faça isto ou aquilo? Que deixe de mandar coisas ao chão? De pôr a pomada na boca, quando me estás a mudar a fralda ou que te mande um chichi durante esse mesmo trocar? De mexer nos comandos da televisão? De me levantar do penico depois de fazer chichi não esperando por ti me levantando e trazendo o bacio pegado à pernoca e encher tudo de chichi? (esta é digna de um mega “NÃOOOOOOO” que até abana os alicerces da casa) Pois bem meus caros, é precisamente isso que vou fazer!!”

Quando os petizes nos respondem com um “não” após lhe pedirmos alguma coisa, convém sabermos negociar invés de os querermos encher de palmadinhas naquele rabo rechonchudo. Aliás, eu sou a favor que os pais tenham formação com os negociadores da polícia, que aprendem a negociar com os criminosos para os reféns serem poupados. A sério. Já viram bem o quanto poupam as mãos de palmadas (uma mal dada, dói à criatura e dói à malta. Quer no emocional por os vermos a chorar, quer no físico, que dá-se mau jeito ao pulso), horas infindáveis das crianças lubrificarem os olhos, outras tantas de sangrarmos dos ouvidos por os ouvir berrar e a dar corda à bela da birra, além da paciência que têm de se ter quando os pomos de castigo e termos de estar de guarda montada, para eles não saírem do sítio à socapa? Sem mencionar o desgaste das cordas vocais, por se refilar com eles.

Diz que não? Ora então, vamos lá negociar a situação: fazes a bem ou fazes a bem ou… fazes a bem? A escolha é tua.

Desafio de escrita dos pássaros #3 | E para hoje, algo completamente diferente.

frito e escorrido por Peixe Frito, 27.09.19

Era uma vez uma pequena peixinha, que tinha um patinho pequeno. O patinho adorava-a e seguia-a por todo o lado. O seu pai Adamastor, decidiu por uma tábua alta, para o patinho não seguir a peixinha pelas escadas abaixo, a fim de ele não se magoar. Mas o amor do patinho pela peixinha era tão grande, que ele conseguiu saltar a tábua para o lado de lá… enrolou-se nas escadas e partiu o pequeno pescocinho. A peixinha assistiu a aquilo tudo horrorizada. Ainda hoje depois de adulta, ainda lembra da dor, da incapacidade que sentiu ao ver o patinho a sangrar pelo nariz e a perecer, nas mãos, sem nada poder fazer. A mãe Peixa decidiu ir ao mercado da vila com a peixinha, para lhe comprar um patinho. Porém, naquele dia não haviam patinhos. Com aquele sentimento de não querer deixar a sua peixinha ir para casa de mãos a abanar, decidiu comprar outro animal para ela. A peixinha lá o escolheu e chamou de “malhadinho”, indo contente com ele para casa. Chega o pai Adamastor e diz: “Então, compraste o patinho para a peixinha?”

“Não havia patinhos” diz com tristeza “mas comprei outra coisa”.

Quando o pai Adamastor vê o que substituiu o patinho, diz à mãe Peixa:

“Ai mulher! Mas isso têm tudo a ver com patinhos?! Sais com a miúda para ir buscar um pato e vens com isso!!” – estou eu a escrever a versão soft e menos gozona, do que disse o pai Adamastor.

Já alguém adivinhou o que era?

E foi assim que, desde os seus cinco anos de idade, que a peixinha viu o seu amor crescer por peixes de aquário. Amor que dura até hoje. E que aprendeu o que é amor de mãe, mesmo correndo o risco de ser gozada por levar um peixe invés de um pato. Não esquece o momento de felicidade ao escolher o “malhadinho”, após o seu primeiro momento na tenra vida, onde sentiu a dor de perder algo que se ama.

Nada paga ter sido um peixe. Podia ter sido um pássaro, um ratinho, sei lá. Mas não, foi um peixe. Se bem que, ambos começam por “p”, têm contacto com a água… um têm penas e outro escamas. Um bico e outro guelras. Anteontem choveu e hoje faz sol. Bem visto, bem visto, até têm mais semelhanças do que à primeira vista aparentam!!

Desafio de escrita dos pássaros #2 | O amor é violento.

frito e escorrido por Peixe Frito, 20.09.19

Ao longo da vida, tenho levado muitos estalos e estaladas, à pala do amor. Quem manda o meu coração ser assim, de fácil enamoramento, sem olhar a crenças, estereótipos, cor, ao que for? Simplesmente ama. E aqui está a receita para a minha desgraça. Ora, imaginem o que é, ter um coração destes e ir passear para uma fnac, por exemplo? Eu morro de amores por livros, cd’s, jogos. Estão a ver o cenário, não estão? Apaixono-me por um cd e um livro e mais umas traquitanas e pimbas, estalo na conta bancária. E ainda tenho mais exemplos! Ver as montras das lojas – não que seja coisa que me assista muito, mas às vezes acontece – e os meus olhos baterem com um vestido fenomenal, lindo, maravilhoso, daqueles que quando uma gaja usa o mesmo ondula por todo o lado com um vento suave, mesmo que não vente uma porra em lado nenhum, esbanjando charme e finéss por tudo o que é canto, e quando vejo o preço? Estalo nas fuças! Quase se me dá um fanico. Quem manda gostar de vestidos com vento suave incorporado? Depois é assim. Sempre a levar na fronha. Este meu mal está mesmo por todo o lado, até mesmo no que toca a comida. Amo oreos. Pringles. Gomas! De vez em quando, tenho de dar um estalo a mim mesma – metafórico tá – seguido de um “foca-te Peixa, foca-te!!” porque senão, quando começo a comer Pringles ou oreos ou gomas, é um ver se te avias como se não houvesse amanhã. Simplesmente, distraio e só dou conta da embalagem vazia, quando lá ponho a mão e efectivamente a minha delicada mão têm um encontro com o ar.

Sim. O amor é violento. E dá estalos de maneira gratuita. Mas temos de ser resilientes e continuar a acreditar no amor. Pois há um dia, em que sofreremos de amor à primeira vista com uma edição limitada de um álbum dos Def Leppard e não levaremos um estalo de volta.

Desafio de escrita dos pássaros #1 | A bela da sexta-feira 13!

frito e escorrido por Peixe Frito, 13.09.19

“Problemas, só problemas!” barafustam as pessoas que são supersticiosas, ao chegarem a uma sexta feira 13, pensando como vão engedrar um plano perfeito para passarem o dia sem tentarem a sorte e retornarem inteiros ao conforto do lar.

Uno - Devem de começar a manhã, logo a sair da cama com o pé direito, pois não vá o diabo tecê-las - mas podem sempre torcer o pé. Digo eu, que não sou de intrigas.

Dos - Nesse dia, devem de estar especialmente despenteados, mal amanhados, maquilhagem mal pintada, armados em Beetlejuice, dado que não se vão atrever a olhar em um espelho e correr o risco que esse se parta, nem que seja só com um bafinho da respiração.

Trois – Vão-se forrar de amuletos – coitados dos coelhos, ficarão pernetas – antes de sair de casa.

Quatre - Vão sair de máscara anti armas biológicas e químicas, pois o azar anda no ar e não vá alguém o respirar sem topar.

Cinco - Durante o dia, vão evitar olhar para os animais com que se cruzam, não vá ser um gato preto maléfico e fica tudo estragado - coitado mas é do gato que se atravessar à frente destas pessoas, que vão ficar brancos e escaganiçados com os berros e os enxotanços.

Meia - Devem conseguir evitar passar debaixo de escadotes, pois nas obras já usam mais andaimes e isso.

Sete - Se chover, vão andar a atar os chapéus de chuva com cordas e arames, não vá o animal lembrar de abrir dentro de um edifício e é logo arroz queimado.

Ocho - E escrever a data? Vão passar o dia a adiar tudo o que necessite de data, para o dia seguinte, só para não escreverem o fatídico, horrendo, sangrento… 13.

Nueve - Vão estar de antenas no ar e virar verificador de resistência de materiais, pois vão passar o dia a bater na madeira, para que as palavras não ganhem vida e virem Gremlins na vida das pessoas.

Dez – Vão almoçar fora e mandar vir jantar por uber eats ou comer tudo sem sal, só pela possibilidade de derramarem sal no chão. Que tragédia!

Onze – Nem pensar em pôr a mala no chão! Nesse dia até vai andar suspensa.

Douze – Talheres cruzados?? Vão comer à mão, só por causa das coisas.

Treze – Nesse dia, nada de varrer, por causa dos pés!

Ainda bem que não sou supersticiosa. Trabalheira!!!