Cá para mim, foi este que engoliu o relógio e não o crocodilo do Capitão Gancho.
Acaso do destino, me fez ouvir um pardalito a chilrear na árvore mais próxima e olhar para o relógio. Como em tantas outras vezes, me pareceu ver mal as horas e voltei a focar o relógio, com a banda sonora pardalesca de fundo. Então não é que o raio do pardal piava exactamente ao ritmo do ponteiro dos segundos? 1s piu, 2s piu, 3s piu com uma sincronia perfeita. Eu ali a torcer pelo animal "só mais uma, só mais umaaaa" tal e qual numa competição de quem bebe mais uma bejeca. Ao fim de uns 20 segundos lá o passarito deve ter perdido o fôlego e descompassou a situação.
Destrezas e talentos únicos à parte, se há coisa que eu adoro nos pardalecos são os seus saltitos e mais ainda, quando andam enchouriçados por causa do tempo frio. Umas autênticas bolinhas de penas.
E eu que lhes adoro piar, tal e qual os pardalecos piquenitos e há sempre um ou outro que fica ali infinitamente a responder-me. Vou arder no inferno por me andar a meter com os pardalitos, assim à descarada.