É que a cerveja faz crescer pêlos no peito.
Em pleno concerto, a malta toda a beber a bela da bejeca. Vai a Peixa, com a traça a roer no estômago, buscar uma sandocha e algo para beber.
- Uma sandes mista, por favor.
- Okay, aqui têm.
- E para beber, uma garrafa de água, lisa, natural, se faz favor - peço eu, com suavidade*.
Responde-me o rapaz a sussurrar:
- Está a falar baixinho para ninguém a ouvir a pedir água?
- Sim - digo eu trocista - Para ninguém me ouvir que ando a beber aguinha a esta hora, invés de uma cervejola.
Sorriu-me e deu-me a água. Ainda tive para lhe pedir uma pedra de gelo, para parecer que era gin, mas não queria abusar da amabilidade do rapaz.
*O meu timbre de voz é naturalmente suave, a minha voz de sereia é a modos que serena e calma, em certos locais quase não me conseguem ouvir a falar.