Gabo-lhe a coragem.
A observar a cú rabinho pequeno, com um cabelo de bradar aos céus, toda esgadelhada, até o Einstein estava lambidinho pelas vacas, ao lado dela:
- Olha lá... mas tu hoje penteaste-te?
A sorrir para mim: Não, tia Peixa.
- Então...?
- Não tive tempo de me pentear, sabes!!!
A sério, gabo-lhe a coragem de sair assim à rua. O Beetlejuice iria ficar verde de inveja daqueles preparos cabelísticos. O quanto não vale ser criança, ser descontraída e o que lhe importa é se sentir bem. Já eu... metia um chapéu ou assim. É que com a sorte que tenho, saía assim à rua e ia encontar todo o maranhal e mais algum. Mesmo aqueles que não via há anos e que achava que tinham emigrado para outro planeta - e tinham, mas naquele dia estavam no mesmo sítio que eu, porque voltaram de visita apenas por breves minutos e eu ainda os apanhei antes de partirem - Típico, quando estamos no nosso melhor. Por isso, prefiro não arriscar. Tenho uma reputação a manter. Embora com ar de penteado à lama, faz parte do seu charme natural, não preciso de forçar nada. Simplesmente, aprendi a aceitar. A idade faz isto, torna-nos mais sábios - ou como diz o outro: se não os consegues vencer, junta-te a eles - e fazer com que evitemos espelhos ou superfícies espelhadas, para não nos dar um fanico.