Só visto, que contado ninguém acredita.
- Olha, este frasco de picante está esquecido aqui no armário! Será que ainda está bom? - pergunta a mãe Peixa
- Ainda deve estar. O picante não se costuma estragar - responde o resto do povo, pensativo.
Vai a mãe Peixa, mergulha o dedo mindinho e... prova! - audiência em choque antes da risota de troça geral, vendo o ar de aflição da mãe, mudando de cor sei lá quantas vezes (ficámos a conhecer novas nuances e espectros de cor), emborcando leite como se o leite fosse a maior descoberta e delícia do momento - Ia ficando sem mãe, tal era a potência do animalesco picante. Dá-me ideia que se o pai Adamastor patenteasse o seu picante, era o maior desencardidor de sujidade e arrancador de tacos, tijoleira e azulejo, com apenas uma pinga do produto em cima: Pinguinha e pof! saltou a criatura, sem "mas" nem "quês".
- Está aí uma coisa esperta! - diz o pai Adamastor - Então vais meter o dedo lá dentro e provas?? Cabecinha de alho!!
Ah pois é... não fazes outra!! - tão cedo.