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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

E quando a lagarta pensou que o mundo tinha acabado: virou borboleta.

frito e escorrido por Peixe Frito, 29.12.21

Não há dúvida nenhuma, de que é uma frase cheia de significado e digna de constar como legenda em selfies tiradas pela malta, a olhar para o infinito e mais além, se armando em pensadores - diria que é uma pérola que ficaria linda nos powerpoints que a malta enviava nos anos 90 e início de 2000, mas corro o risco de que muita gente nem sequer saiba ao que me refiro, pelo que agarro na viola e meto-a no saco - fazendo assim qualquer cromo ser apreciado por quem vê a manobra de self marketing bela fotografia e pose descontraída, suspirar a pensar que a pessoa é mesmo muito à frente, culta e interessante, apesar de tirarem selfies na casa-de-banho ou no ginásio em tronco nú - nada contra nem a favor, cada um sabe de si, se bem que podiam evitar a enxurrada das mesmas, que às vezes mais parece que andam a fazer propaganda ao six pack ou ao rabo do que outra coisa, negligenciando que mostrar cérebro é igualmente sexy - e estarem com ar de quem supostamente está distraído e que foi apanhado de surpresa para a foto, mas #sóquenão.

Isto tudo para dizer que se estão à espera de um post mega eloquente, recheado de coisas lindas e belas, que a cada palavra nasce uma borboleta na intrínseca floresta da Amazónia, tirem o cavalinho da chuva. Hoje por aqui é mesmo espremer e sair ar, limpar o vidro para olhar para a rua e estar nevoeiro, esticar o cabelo e apanhar chuva, fazendo com que o mesmo fique mais ondulado e encrespado, do que o mar na Boca do Inferno.

Basicamente, é isto. O ano a acabar e eu a constatar o mundo que vivi, praticamente sem sair do mesmo sítio - pronto, fui fazer chichi algumas vezes, à cozinha petiscar alguma coisa e pôr os trapos a lavar, mostrar a água ao corpinho de vez a vez, não estive sempre sempre no mesmo sítio, quase sempre.

Achamos que a vida não mudou quase porcaria nenhuma, aquando fazemos o balanço do ano inteiro. Mas mudou. E muito. Somente nos adaptamos a cada estiba do mar contra o nosso casco, a cada reparação das velas dado o vento forte que às vezes sopra. E isso não significa que as terras às quais chegámos, às tempestades que sobrevivemos e as mudanças que a tripulação têm sofrido, não demonstre o quanto vivemos, embora na maioria dos dias, tenhamos humildemente sobrevivido a cada um deles sem nos apercebermos.

Desejo a todos os amigos e leitores um novo ano cheio de conquistas, com muitos mares agitados - pois mar calmo nunca fez bom marinheiro - mas que saibam sempre levar a embarcação a bom porto e ter a mão no leme, na direcção do que almejam - okay okay, já parei com as metáforas e analogias marítimas - Surfem muito nas ondas da vida e que colham muitos frutos do mar, ao longo do ano - não têm obrigatoriamente que ser marisco e coisas assim, também é aceitável uns chocolatinhos belgas, umas alguinhas ou areia da praia nas cuecas.

Um bom ano! Que continuemos por aqui a lermo-nos uns aos outros, que a inspiração se mantenha e a musa não se divorcie de nós, que a escrita flua e as nossas amizades se cimentem