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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

E depois são as vacas que têm muito "leite"

frito e escorrido por Peixe Frito, 27.12.18

Há criaturas que nem sequer têm a mínima noção da sorte que têm, da "cága", da vaca, da leitosa, da leiteira que por vezes a vida lhes sopra e nem sequer precisam de uma pata de coelho nem de um trevo de quatro folhas.

Ora então, passo a relatar a sorte grande à qual assisti hoje.

Para não variar, uma varejeirazorra arraçada de bóing, andava a azucrinar-me o juízo. Pimbas, de encontro contra o vidro do gabinete, mas o dom dela de atravessar vidros devia de estar sem pilhas no comando, então era só cabeçada fervosa a ver se trespassava o vidro subtilmente. Porém, tal como há bichos alados a dar com um pau - ou folha de papel enrolado num canudo e vai de fazer de raquete - também há seres com muitas patas, inúmeros olhos, peludas, cú grande e com a mania de se andarem a babar por todos os lados. Até aí, nada de novo. Cada um na sua vida, uns trabalham ao computador e outros fazem crochet nas teias. É assim a vida. Infelizmente, tive de sair do quentinho do gabinete e ir para a arca frigorífica, que é o resto do complexo. Igual a um cão de guarda, a varejeira perseguiu-me. Vai de andar à minha volta, fazia razias à cabeça, passava pertinho dos ouvidos - parecia eu que estava a ouvir fórmula 1 - e assim teve até que, pimbas, se espetou no crochet da aranha. Vai a aranha toda lampeira e a varejeira fugiu - deve ter andado a ver o Hobbit neste fim-de-semana de Natal e aprendeu como sair das teias das aranhas - toda alegre da vida, voltando a fazer-me razias. Vai uma... vai duas... vão três e pimbas novamente na teia da aranha, que entretanto já tinha largado as agulhas e estava à cóca a ver se apanhava a varejeira. E acham que foi desta? Não, não foi desta. O ser alado estava dar-me baile a mim e à aranha. Felizmente, lá lhe deu alguma coisa naquele exoesqueleto e foi arejar para outros lados. A aranha ali ficou, à espera que a outra lá voltasse para a apanhar, mas a tipa escapuliu-se mesmo em grande e em alta.

Eu ainda disse à aranha, que podia ser que ela tivesse sorte e que à terceira costuma ser de vez, como diz o povo. Ela ainda esperou... Mas não. Desta vez, não foi assim. E lá voltou ela para as suas agulhas, para continuar a fazer a sua manta de crochet para as visitas da sua teia.

É o que eu digo, há bichos com muita sorte e nem sequer têm a noção disso. Zero! - Não tenham pena da aranha, que ela tinha lá dois convidados a aguardarem pela ceia. Também não precisa ser gananciosa e arranjar mais um.

E ainda continuando no tema das aranhas, como sabem, aranhas e eu, eu e aranhas, é uma atracção fatal.

Há dias, entro no peixmobil, ponho-o a trabalhar, acendo as luzes e lembrei de procurar uma coisa no porta luvas. Sabem, normalmente eu costumo mexer na temperatura da viatura mal assento o bafunfo no banco, mas naquele dia não me deu para isso. E vasculhei um bom bocado o porta luvas. Não encontrei o que queria, ajeitei-me no banco e ponho o cinto. Senti algo estranho, não sei explicar. Olho para o painel e bem na "roda" da temperatura do meu lado, perto da minha perna, estava uma aranha. Ali tranquila... Pormenor: eu não tenho medo de aranhas e afins. E exclamei: "Fosga-se, ca ganda animal!!!" Pois é, pois é... A menina só era maior que o diâmetro da roda da temperatura. Que é isso? pfffff Maricas, Peixa. Que fiz? Lá teve de ser. Peguei numa perninha dela, abri a goela e finquei o dente de uma só vez! eheh Nada disso. Pego num pano e nada que um golpe palma de mão não resolva, me certificando que ela de facto jazia sem vida no pano e que não me estava a indrominar, mandei-a pela janela - não fui embora sem antes sair do carro e me certificar que o cadáver estava na estrada. Nunca fiando com estas bichas do demónio.

Bem que eu me andava a perguntar, porque raio a viatura não andava a puxar... Já desconfiava do combustível e tal, afinal afinal, era do aranhão que andava a passear à boleia. Olha agora... Devia de achar que sou algum Uber, não? Era o que me faltava.

Daqui a nada está tudo a tirar os esqueletos do armário.

frito e escorrido por Peixe Frito, 21.09.18

No meu caso, não preciso de tirar do armário, o meu esqueleto predilecto, está pendurado à entrada de uma divisão do aquário. E nesta altura do ano, em especial destaque, é pendurado à entrada. É digno de se ver, cada vez que eu abro a porta - o esqueleto está pendurado no endireito da porta da rua - e ver a cara da pessoa a olhar fixamente para o esqueleto atrás de mim, com a conversa primeiramente efusiva: oláá tudo bem?? para de repente passar para um: erm.. hum... sim... Peixa está tudo fixe..- Mas entra, entra!! - sim sim... - e demora meia hora a limpar os pés no tapete, i wonder why.

Quem me conhece, sabe que adoro estas coisas. É mais do que livro aberto e porta escancarada o meu amor por caveiras, gritado aos quatro ventos com todo o meu coração.

Por isso, há quem não se admire e ainda se ria, quando começa a ver os meus enfeites de Halloween a aparecerem pelos cantos do aquário - o meu aquário não é redondo, felizmente. Já lá mora uma abóbora, a mais recente da minha colecção que adquiri semana passada, abrindo assim a pré-epoca de abóboras e fantasmas e morcegos espalhados pela casa. Talvez este ano me dê à situação de pôr as teias de aranha nas portas - é fantástico. Iguais às das grutas e cavernas dos filmes do Indiana Jones - e pendurar umas aranhas lá pelo meio. Por falar em aranhas e teias, ainda há dias levei com uma teia de aranha nas fuças, a descer as escadas do aquário mor. Então não é que o raio da Carlota, decidiu andar a apanhar pássaros invés de borboletas e coisas aladas mais pequenas? Só pode, a aquela altura, não vai ser uma mosquita que ali vai passar mas sim um pardaleco. Imaginem... voltei a sentir o meu terror de infância, de espetar a fronha numa mega teia entre árvores com um aranhão descomunal beeeeem no meio: varri a teia de aranha das altitudes, com a cara, como referi acima. Quando pensei: ai caraças, teia desta espessura e resistência... ONDE ESTÁ A ARANHA??! Pois queria confirmar que era uma pequena aranhoca com a mania das grandezas, embora o meu sentido aranha - sou Peixa mas arraçada de Spider Man - me tenha alertado logo que aquilo era digno de bicha do demónio, prima direita afastada de viúva negra e uma aranha com cabedal capaz de aterrorizar os sonhos de qualquer mente saudável. Adivinhem? Pois está claro, era um aranhão daqueles enormes e peludos, que fez aquilo. Mas porquêêê? Porquê eu? Nada explica a sensação de teia atravessada na cara, espessa tipo fio de linha e meio viscosa. Sinal de alarme. A aranha deve ter ficado toda feliz que achava que ia petiscar algo, um snack nocturno e afinal caí-lhe eu na rifa.

Não tenho pavor a aranhas mas ando sempre à cóca se não esbarro com as teias delas - o que acontece quase sempre, à noite - agora como esta, ó senhores, há muito que não era benzida com algo com este arcaboiço e potencial de terror e panicar com tanta classe e velocidade.

Pura mestria, a colocação daquela teia, só para vos dizer. Um autêntico génio do mal.

E com isto tudo, inicialmente o que era para ser um post sobre as decorações de halloween, bem depressa virou a situação para uma história de terror, para se contar frente a uma fogueira ou à lareira.

Esta é que seria um belo pitéu...

frito e escorrido por Peixe Frito, 21.10.14

Ui se o Bear Gryll se apanhasse com uma destas pelo caminho, quando ele anda para lá no meio de nenhures?

Aquilo é que era um banquete.