Eu e os meus atrofios de reflexões existênciais, provenientes de falta de sol e de férias.
Já percebi tudo!
Nunca tinha parado para pensar que o meu cabelo pudesse sofrer de alguma intolerância alimentar. É de frisar que têm alguma tendência a ganhar imenso volume e a ficar um ninho de ratos, a estar lisinho e bem penteadinho e segundos mais tarde já está uma parte ondulada, outra esticada e caracol na ponta e a franja a apontar para norte e para sul tudo na mesma mecha de cabelo, fora outras pancadas que ele me têm abençoado ao longo destes anos.
Fez-se luz de tal possibilidade, quando descobri que o meu shampô costumeiro, é agora uma versão glúten free - e porque se fez luz? Não, não foi porque acendi a luz da casa-de-banho nem porque passou um cagalume, simplesmente porque eu, moi, je, a gaja que anda em cima do acontecimento, ainda não tinha pensado em produtos de higiene glúten free, de modo que o meu shampô me impressionou com tal conversa para mim, mesmo a meio de uma boa esfregadela nas repas. Sim, porque há dias que não só na sanita se lêem os rótulos de tudo o que se apanha nas redondezas e confins, quando eu tomo banho e não estou a pensar na origem do universo e dos unicórnios, também me dá para ler alguma coisita, enquanto me passo por água.
A ver vamos, se o menino se continua a comportar mal, armado ao cardo, frente a esta nova fórmula do detergente shampô para a trunfa e se estes sintomas de inchaço, alterações de humor e outras que tais, efectivamente amenizam.
Sim... que eu às vezes ouvia uns barulhos suspeitos e pensava que eram da cadeira e afinal, devia era de ser o cabelo a expelir ar, nos dias em que está com mais volume do que sei lá o quê, de surra. Fora as alterações de humor com que me presenteia, me deixando sair de casa linda e airosa, para depois chegar ao destino com ar de quem se acabou de levantar e a quem nunca foi apresentada uma escova para escovar o cabelo.
Estou para ver.