Andar a inventar, dá nestas coisas.
Uma pessoa não consegue estar quieta e põe-se a exercitar o músculo da criatividade e depois é assim.
Tudo começou porque tinha duas bananas a pedirem a reforma, no frigorífico - Aparte: é incrível como as bananas não gostam de viajar. Eu sei que não as levo para lugares exóticos, andam comigo no saquinho diário da bucha, agora escusavam era de ficarem logo todas nicadas e castanhas, ao fim de um dia ou dois. Armadas ao cardo, as meninas. "Ah, viajar em saco? Isso é muito de pobre, ó menina. Aqui as riquezas só gostam de viajar de avião ou de barco, para curtirmos as ondas!" Pois é mas ó bananas peneirentas, expliquem lá como podem ir de barco comigo se não há águas a atravessar (só poças, talvez... nos buracos da estrada) e andarem de avião, já andam na minha companhia? (txé Peixa, estás a dar-lhe hoje) - que tinha de aproveitar. Ainda ponderei um pudim de pão / banana, chegaram a sugerir-me panquecas, mas aqui a garbosa disse logo: "Não senhora!". Amiga do ambiente - na medida do possível, talvez não muito amiga do ambiente de quem me atura, dado falar pelos cotovelos e coisas do género - e sempre a arranjar coisas naturais a experimentar na própria persona, resolvi matar dois coelhos de uma cajadada só: na impossibilidade de me deslocar ao supermercado para comprar amaciador para o cabelo - ponderei o da roupa, mas achei que talvez não fosse muito viável, embora o cheirinho a sândalo e madressilva seja, de facto, tentador - elaborei uma máscara nutritiva e mái não sei quê, com banana para a trunfa. Ai se eu estava contente com a ideia. Estava mesmo. Saltando a parte da aplicação que acho óbvia, a carga de trabalhos deu-se mesmo foi ao retirar a mesma. Tive de lavar o cabelo 4 vezes... quatro vezes! Cu-a-tro! Quatre! Vier! (ou ir, talvez) čtyři! (sáude!!) Fyra!! (*sinal da cruz a benzer-me* isto é um trauma para quem só toma banho uma vez por mês, excepcionalmente) eita diacho!! e mesmo assim, ainda tinha resíduos de banana no cabelo. Ora, isto por um lado é porreiro, ter assim pedacinhos de banana no cabelo é um snack verdadeiramente à mão, útil até dizer chega, pois pode dar o ratinho a roer a meio da noite e pimbas, está ali um pedacito no meio da trunfa, à mão de semear. Mas têm a vertente que me irrita solenemente, lavar o cabelo tantas vezes e mesmo assim, as bananas lutaram pela vida dos seus restos mortais, se agarrando de unhas e dentes, ao meu cabelo.
Resumindo: Hoje está um belo dia, apesar de estar a chuviscar e eu não me meto noutra destas, em um futuro assim tão próximo. Deixa lá as bananas no sítio delas, ficamos cada uma na sua e fica tudo bem! Beleza Amigas como antes! (talvez... veremos).