Assim fico menos triste e a achar-me menos desenquadrada.
Uma pessoa acha que é especial, diferente, que não há ninguém como ela. Que não aperta os botões todos do casaco ou que os parafusos já estão calcinados. E, a vida linda e maravilhosa como é, mostra sempre que estamos a ser maus connosco, exigentes, que afinal não somos os únicos no meio da multidão, que há mais malta com paragens cerebrais e a acusar os macacos do sótão estarem queimados. Nestes dias, a vida presenteou-me com uma sincronicidade dessas, assim, do nada. "Vá Peixa, vês minha filha, como não estás só", diziam as vozes que habitam a minha cabeça.
Está uma pessoa embrenhada nas suas questões existenciais, a olhar para o infinito e mais além, a pensar que fazer para o jantar e de repente, é ver o carteiro a chegar a alta velocidade, na sua farronca esbelta moto, de capacete aberto e... máscara posta.
Está certo. Ao menos assim fica protegido de tudo o que anda no ar, incluindo a mosquitada. Só têm um senão: o bronze. Vai andar sempre de máscara posta, até a lavar os dentes. Uma coisa é certa, ninguém pode acusar o carteiro que ele não têm cuidado com a correspondência. Atencioso, o senhor.