Não há nada como os começar a aterrorizar logo de pequenos.
As festinhas de aniversário de hoje em dia, nada têm a ver com as dos meus tempos. Tinhamos uma e já gozávamos. Com direito a sandes de fiambre e de queijo, um bolito ou outro feito pela mãe Peixa, uns rebuçados e chupa chupas espalhados pela mesa e ainda umas gelatinazitas. Agora não... É uma festa em casa, uma na escola, uma nos avós, se os pais forem separados e não se toparem nem à légua, é uma no pai, outra na mãe, uma aqui, outra, ali, outra na conchichina. No topo de isso tudo, uma festa de arromba com direito a insufláveis e tudo - inveeeeejaaaaaaa.
- Sabes tia Peixa, amanhã vou fazer anos na escola.
- Ah é? Só fazes anos na escola, não fazes em mais lado nenhum?
Aqui foi a fatídica pergunta.
Como a criança fez anos a dia da semana, levou bolito para cantar com os amiguinhos na creche e depois à noite, em casa com a família, teve direito a mais um bolinho para se lhe cantar os parabéns.
No fim-de-semana a seguir, vai ter direito a mais um bolo pois vai ter a sua festinha de aniversário, com os amiguinhos.
A criatura toda feliz depois de ter soprado a velinha do bolo - ainda só têm direito a uma, há anos que eu não sei o que é isso - e eu digo-lhe assim:
- Ainda te falta mais um bolo, não é? Ouve, a esse ritmo que andas a soprar velinhas dos bolos de aniversário, chegas ao fim do ano com mais dois anos em cima. Invés de quatro chegas com seis.
Ar de pânico, com os olhos mega abertos a processar a informação que eu lhe acabei de dizer - Cheira-me que alguém não vai querer soprar a velita na festinha de aniversário... assim só de surra.
O que vale, é que ela no fundo já sabe quanto é que a casa gasta, porque se fosse outra criança... estava o baile armado.