Dei por mim a lembrar que a mãe Peixa, têm (ou tinha) uma trança de cabelo meu, das primeiras vezes que cortei o cabelo, era eu uma pequena sereia. Ora pois, fiquei a pensar na situação. Não é assim meio bizarro, guardar o cabelo de alguém? Mesmo que seja dos nossos filhos? Eh pá, já guardamos os dentes de leite... o cabelo do primeiro corte de cabelo... o cordão umbilical! Só falta alguém se lembrar de guardar as unhas e primeiro cócó.
É que nem sei bem que dizer acerca disto.
Conclusão: É socialmente aceite até guardar o prepúcio do zézinho do rapaz que foi circuncidado, para a posterioridade e lembranças enternecedoras. Mas porquê? Porquê, digam-me. Lamento informar e para futuras referências vos vou dizer isto mas para vos dizer a verdade, a malta que faz macumbeira também guarda cabelos, dentes, unhas e cenices. Um guarda por carinho e o outro guarda para fins utilitários (de questões questionáveis ainda assim, utilitários) efectivamente.
Cada um é como cada qual e respeito, mas possa... Imaginem o cenário:
- Mãe, que caixa é esta que diz o meu nome?
- Ah filho... - música de violinos de fundo, fungar de emoção e vai de puxar um lencito para limpar as lágrimas e a ranhoca e vai de abrir a caixa e mostrando o espólio - é o teu cordão umbilical, o teu prepúcio, os teus primeiros caracolinhos, os teus dentes de leite...
Isto faz-me lembrar ao de leve, a situação de embalsamar animais. Principalmente aquela raposa tenebrosa que os meus tios tinham e me fazia fugir a sete pés da carcaça do bicho, mantendo um perímetro de segurança.
Não é esta, mas bem que podia ser. Adiante!!
Para reflectir: com a quantidade de filmes de terror baratos que há por aí, acreditem que a criança não vai pensar boas coisas... e vai-se perguntar profundamente do porquê e finalidade da mãe guardar esses pedaços da sua prole. Fica o pensamento no ar. Assim meio à Blair Witch Project - eita Peixa, que esta quase veio do fundo falso de um baú grande.
Não preferem guardar as roupinhas ou bonequinhos ou ursinhos de peluche? Não...? E ainda criticavam o coitado do meu fofinho Stimpy porque tinha uma colecção de macacos, mas ao pé de algumas coisas... o Stimpy era um menino-de-coro.