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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Quando penso que eu vou fazer figuras, constato que ainda há pior que eu.

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.10.21

Decidir lavar o carro e começar a chuviscar. "Que se dane,vou lavar o carro na mesma, senão parece que andei no rally, pelo meio da lama".

Chegar ao spot das lavagens e ver um tipo de camisola de capuz, tranquilamente no exterior da lavagem, a passar a camurça no carro todo.

E sim, estava a chuviscar e sim... o senhor sabia. E sim, continuou a passar a camurça mesmo estando a ser regado pelas nuvens, durante um bom bocado. E ainda meteu os tapetes nos bate-tapetes, a serem humidificados. Tudo com muita calma e na santa paz do senhor. 

Tenho um sentido de oportunidade sublime!

frito e escorrido por Peixe Frito, 22.04.19

Ligar a alguém. Oiço do outro lado:

- Peixa pá... mas tinhas de me ligar agora? Mas logo agora?? Estava eu aqui a curtir um som no carro e fui interrompido pela tua chamada!!! Até estava a bater o pézinho e tudo!

- Pois é, pois é. Lamento mas eu sou assim... uma desmancha prazeres!!

Sendo chapadinho de mim, o mais natural seria quando a chamada terminasse, por a música do início, mas eu sou tão mas tão ranhosa, que a chamada só terminou quando a criatura chegou à entrada de casa.

Ninguém merece mas olha... a família não se escolhe, sempre ouvi dizer!

E, de repente, conseguiu ver a vida que a rodeava, os pássaros, as flores, a geada matinal, desfrutar das paisagens e ganhou nova cor e sentido na sua vida.

frito e escorrido por Peixe Frito, 08.02.19

Decidi limpar o vidro da frente do peixmóbil, por dentro. É que sabem, depois de um outono e começo de inverno, em que fica muita condensação de água no vidro, custa a desembaciar e o gajedo cheio de lume no rabo, passa um pano a limpar e um papel de seguida, para que o dito vidro não fique com manchas - sim... torna-se mais rápido do que esperar que desembacie, com aquele lago de gotas no vidro. Quando passo o pano, chove... e preciso de abrir o guarda-chuva, de cocktail, mas preciso. Qualquer dia tenho lá alfaiates a nadarem... ou rãs. Já faltou mais.

Assim sendo, lá limpei o vidro que estava já com ar de vidros fumados à pobre, com um limpa vidros maravilhoso. Mas maravilhoso mesmo!! pfft pfft - Legenda: onomatopeia para esguinchar do spray - passar paninho com amor e carinho, fazer poses de yoga - há que aproveitar, tempo é dinheiro - entre os bancos, volante, manipulo das mudanças e apoio de braço, de modo a que não me vejam o cuecal, ver imensos bonecos do produto no vidro, cruzar os dedos para que desapareçam eeee voilá! O macaco seca e nem um grafiti, pintura rupestre ou desenho artístico do jardim de infância que se veja no horizonte e mais além. Imaculado. Esplêndido. Fofinho e catita. Quase estive para o pedir em casamento, tal era o charme e brilho que ele emanava. Felizmente, consegui me conter.

Ao fim do dia, olhei para o vidro, fora do peixmóbil, à distância e admirei a minha obra de arte: A viatura toda mas toda suja, penso que nem os pombos se atrevem a pintá-la, é lamas, terras, coisas não identificadas mas, no meio de todo aquele lodo, tal como um lótus nasce num lago, proveniente da alimentação e nutrientes das merdas que há no fundo das lamas, lodos e afins, assim florescia o meu vidro da frente da viatura (*música angelical de coro de anjos*) - ia precisando de óculos de sol, tal a maravilha da natureza ser tão brilhante e clean. Vi arco-íris à sua volta, pós de perlim-pim-pim e as fadinhas felizes da vida, a pentearem-se no reflexo.

Agora, imaginem o quanto ele não estava sujo por dentro, para o vidro parecer novo e zero gorduras, com o detox feito das sujidades da época, mesmo por fora parecendo que anda camuflado, como o Arnold Schwarzenegger no Predador - eu de facto notei que o pano ficou preto, não esperava era que a diferença fosse literalmente do dia para a noite  Afinal não preciso de óculos e não eram nem as romelas de manhã nem o sono, que me dificultavam a visão.

Há coisas que não me assistem e esta é uma delas.

frito e escorrido por Peixe Frito, 07.01.19

Ora, se eu andasse a distribuir panfletos, daqueles que causam neuras ao mais pacato, sereno, bom coração, fofinho e quiçá, candidato ao prémio Nobel da Paz automobilista, se eu passasse por uma viatura já com papéis lá espetados, o que é que eu faria?

Opção 1: Choveu, teve húmidade extrema durante a noite e, apesar da viatura parecer uma árvore de natal com papel espapassado, metia lá o panfleto na mesma.

Opção 2: Apesar do maranhal de panfletos, eu iria por lá um panfleto, pois é evidente que o meu panfleto monocromático igual a todos os outros, se iria destacar naquele matagal publicitário.

Opção 3: O que é que me interessa o carro já estar cheio de papéis? Vou lá colocar o meu panfleto, e bem por cima de todos os outros, para ser o primeiro a ser mandado fora visto!

Opção 4: Todas as acima.

Expliquem-me por favor, mas expliquem-me que ganham essas criaturas em contribuir para um carro ficar um anúncio com rodas? Acham mesmo que alguém vai parar para ler todos os santos panfletos que o carro têm, assim tipo anúncios de classificados e etc? Acham mesmo? Ninguém pára e pensa que se de facto o carro já têm tantos panfletos ou significa que de facto está abandonado e ninguém vos vai ligar para o irem comprar ou que quando o proprietário lá chegar e vir aquela reprodução em massa de folhetos, não pega neles todos numa revoada só e vai de os espetar mazé no lixo?

- Queremos lá saber!! - dizem os criadores dos panfletos indústriais - Não me comove essa conversa, Peixa! Vou mesmo é contribuir para a poluição visual urbana e para a poluição ambiental, ateimando em por mais um lá em cima - a sério, ia jurar que as rodas até já estavam embaixo de tanto peso  - e quem vier a seguir que se amanhe, sem sequer me preocupar se o panfleto está a exercer correctamente o seu desígnio ou não! O que importa é distribuir e distribuir...!!

Autocolantes ou decorações nas viaturas a disfarçarem as mossas ou raspadelas? Fumar os vidros? Que luxo!! Qual quê, isto funciona perfeitamente do mesmo modo e ainda faz publicidade a toda a gente! Só mas só vantagens!!

Pois é meus amigos (*violinos a tocarem de fundo*) e andam as árvores a serem mortas por causa - não só evidente - destas causas nobres. Mal sabiam elas que era para isto que a sua pasta de papel iria ser utilizada. Se eu fosse uma árvore, deixava no meu testamento que gostava que o meu resto mortal fosse transformado em papel higiénico, invés de panfletos de compra de carros usados. Ao menos, sempre era mais útil.

Modo zombie.

frito e escorrido por Peixe Frito, 22.11.18

Percebemos o quanto ainda estamos a dormir em pé, a sonhar com sol nas praias paradisíacas e saudades latentes do quentinho das mantas e do aconchego da almofada, quando vamos automaticamente para um sítio onde raramente estacionamos o automóvel e, depois de lá chegarmos, realizamos que o deixámos no sítio do costume.

Vai de dar uma voltinha aos calcanhares e andar precisamente no sentido oposto ao que estávamos.

Com o frio da matina, ainda diria que servia para acordar, mas não... Ainda apetece encolher mais dentro das roupas.

Ai vida vida... Há dias que custa MESMO levantar da cama. Nem com guindaste.

Hei-de fazer no carro ou à porta de casa deles, a ver se gostam, quando for passear o meu elefante.

frito e escorrido por Peixe Frito, 09.10.18

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Pois é, meus caros. Se há coisa que eu não aprecio nada de ver, é mijadelas de canitos no Peixmóbil. É nas rodas, é nas laterais - alguns devem ter as miras a precisar de serem calibradas - é nos pára-choques...! Já não me bastava os pássaros me grafitarem o veículo, os gatos se porem ou em cima ou debaixo dela a aquecerem os bigodes, as aranhas acharem que é um bom spot para uma teia, os caracóis se agarrarem a ela de tal maneira que nem na autoestrada arredam pé e as formigas gostarem de andar por lá a fuçar, ainda mais xixis de cão!

O enervante no meio disto tudo, nem é tanto o animal fazer o xixi em si que têm as suas necessidades ou instinto de marcar território - vá marcar território lá para a casa de quem lhe fez os pelitos do focinho, que era mais bonito  - é observar que há alguns donos que vão passear o seu animalito e o deixam fazer xixi nos carros dos outros. Ora digam-me lá, se não era de eles levarem uma bela xixizada em cima, a ver se gostavam? Vão ali, feitos múmias agarrados ao telemóvel, na grande maioria, e nem ligam a aquilo que o animal anda a fazer.

Meia volta lá se vê um ou outro, que puxa o bichito ou o chama, quando o vê a alçar a pernoca para regar jantes alheias, mas infelizmente, grande maioria está-se é a borrifar.

Já se arranjaram uns saquitos para os donos apanharem os cocós dos canitos, mais vale fazer um kit completo que inclua uma esponja e um desinfectante também, para os xixis. Os mais nhónhocas que não gostem de sujar as mãos, utilizem o seguinte artigo:

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Custa muito, digam-me custa muiiiito chamar a atenção do bichito para ele não humedecer os carros alheios? Possa... não me digam. Fica bem apanharem os cocós mas agora não deixar fazer xixi nos carros, que se lixe.

Mais uma vez observo: o animal têm os seus instintos de marcar território e etc e não são robots. Porém, os seus donos podem tomar conta deles enquanto os passeiam, invés de estarem de olhos pregados no telemóvel. É só uma ideia, de surra. Acho que ninguém aprecia encontrar a porta do carro com um xixi a decorá-la, como já me aconteceu.

Foi pena, foi os cumplices terem desaparecido na altura, a vontade que tive foi de pegar no dono pelas orelhas e esfregar a porta com a sua carita.

Tal como os autocolante de "Publicidade aqui não, obrigado!" nas caixas do correio, dos vários géneros de autocolantes de família, de grávida, crianças e publicidades várias nos vidros dos carros, acho que tenho de arranjar um "Xixi aqui não, obrigado mas sou movido a combustível e não sou fã de xixitis na minha carroçaria" (adaptação de graffiti para xixi) para o Peixmóbil, a ver se resulta.

E pronto, fica aqui o meu momento de velho do restelo da semana.

Bem hajam.

Mais um bocado e até havia cogumelos, de certeza.

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.04.18

É muito mas muito à frente!

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Não imaginam o stress que é, dar de caras com uma poça dentro do vosso maquinão. Só faltavam os sapinhos, umas carpas koi e uns nenúfares para a cena ficar compostinha - Se fosse quentinha, ainda dava para lá meter os pés e relaxar, mas nem isso.

Fora isso, valham os jornais e os trapos velhos a ensoparem a cenóide. Sempre posso ir lendo as notícias, embora atrasadas, do jornal quando estou parada no trânsito. Nada se perde.

Ironia da vida, foi deixar o vidro de trás ligeiramente aberto, chover como se não houvesse amanhã durante toda a noite - que cargarona de água, um verdadeiro oceano caído do céu (parece poético, mas é tudo menos poético) - e o carro não estar minimamente molhado, naquela zona... Mas com meia dúzia de pingas foleirotas, que nem davam para ensopar uma pessoa como deve de ser, até deviam de ter vergonha de terem "chovido" assim, já não há pingos de chuva que se prezem e formar uma lagoa interior, com tudo fechado.

Tudo isto se deu, graças aos escoamentos da voiture estarem entupidos com folhas e galhos e merdices. Das duas uma: ou algum passaralho andava a fazer ninho no Peixmóbil ou então a minha viatura é tão dedicada à natureza e com veia de ambientalista e ecológica, que lhe deu para começar a armazenar folhas e fazer compostagem das mesmas. Esqueceu-se foi de me avisar, que daí por diante, eu teria de levar umas galochas para entrar e uma bóia, para não me afundar.

Haja paciência.

Ao menos que fosse uma poça suficientemente grande, para que eu começasse a fazer piscicultura, mas não... nem para isso servia. Só para me embaciar os óculos quando o sol bate no carro e se cria a condensação, parecendo eu que entrei num banho turco.

E quando uma desconhecida, te oferece carinho?

frito e escorrido por Peixe Frito, 26.03.18

Esta lembrou logo do anúncio mas neste caso não foram flores, nem ninguém me ofereceu nada físico.

Partilho este episódio da minha vida apenas porque me senti agradavelmente surpreendida com a situação e senti que foram raras as vezes que alguém reagiu assim à minha pessoa. Pelo menos de modo tão efusivo, espontâneo e sincero. Sem me conhecerem de lado nenhum.

Vi uma pessoa meio embaralhada com o funcionamento do seu automóvel, a fazer fila no posto de abastecimento. Curiosamente, era eu a primeira da fila. E fiquei ali tempos a observar a situação da pessoa, confusa como abria sequer o tampão do carro. Os carros desviavam-se de mim e iam para outras bombas e eu, não resisti. Travão de mão, desligar o Peixmóbil, tira chaves, tranca criatura e ali vai ela confrontar aquele ser.

Como começava a suspeitar, era estrangeiro. Mal o abordei até se assustou e me cumprimentou em inglês. Assim se iniciou a conversa. Atalhando que não irei contar tudo, entretanto aparece uma senhora que estava no lugar do pendura e começa a meter-se comigo. "As mulheres sabem tudo, não é verdade?" diz-me ela em inglês enferrujado, a sorrir. E continuámos a falar alegremente, com o irmão a abastecer o carro.

 Não sei precisar quanto tempo ali estivemos em amena cavaqueira, mas mais de 10 minutos foi certamente.

Ao se despedir de mim, disse-lhe que lhe desejava um resto de dia feliz, solarengo e uma boa viagem amanhã para sua casa. Eis que me diz assim: "Um feliz dia de sol, não apenas hoje mas para o resto dos meus dias assim como para o resto dos teus dias também!" com um sorriso caloroso e abrindo os braços como que a saudar-me.

Não sei explicar como me senti. Adorei aquela criatura, com a sua energia leve e os seus óculos "olho de gato" cor fuschia com padrão suave.

Deram-me dois beijinhos, cada um deles e sorrindo, foram embora.

 

Não estou habituada a estas coisas. Ainda mais, vinda de dois completos estranhos. Ficaram tão gratos por os ter ajudado, que me retribuiram com extrema amabilidade.

São estas pessoas que me fazem acreditar no bom que as pessoas têm. E que todos os dias há algo que me surpreende vindo de onde menos espero, nem que sejam duas beijocas e um desejo de sol para o resto dos meus dias, como eu recebi hoje tão carinhosamente.

Há cada cromo...

frito e escorrido por Peixe Frito, 27.05.15

Se for preciso, andam com o carro todo javardolas, com os vidros "fumados" à pobre (sim, que às vezes com tanta sujidade parecem fumados) e a verem nevoeiro todos os dias, mesmo que esteja um sol de cozer os peixes na água do mar, com o carro com um camadão de nhanha que até já parece uma carapaça em cima da coitada da viatura, mas quando finalmente lavam o carro e deixam de fazer poluição visual, andam sempre a apontar o dedo e a gozar com os carros que passam, que se encontram imundos e javardolas. Memória curta... e quem é peixe? Sou eu.

Uma coisa é certa. Como eu costumo dizer, na minha sabedoria eterna, quando alguém me pergunta qual é a cor do peixmóbil mesmo, dada a camada protectora de terras e areias que às vezes (cof cof) têm: "Ao menos assim ninguém se encosta, roça, toca ou risca o peixmóbil".

É que é certo como o destino. Até ao longe se afastam.

Ao menos está dentro da "temática".

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.07.12

   Um sucateiro ter uma carrinha amassada, a cair aos bocados de madura, cheia de ferrugem e falhas de tinta, a fazer um barulho pior que o pai Adamastor a dormir pacificamente na anémona. Assim daquelas mesmo boas para a sucata e fazer uma nova tostadeira, tal é o aspecto que têm. Era um favor que faziam à desgraçada da máquina.

  Ironicamente, o dito sucateiro pergunta se há alguma coisa para mandar para a sucata.