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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

"A arte e o engenho faz o mestre", sempre ouvi dizer. Neste caso, faz a croma.

frito e escorrido por Peixe Frito, 30.05.23

A necessidade, acima de tudo, faz a criatividade e a arte do desenrascar, fervilhar no sangue de qualquer criatura que se preze, principalmente naquelas que levaram o ferro de engomar para a casa de terceiros, vieram embora airosas da vida se esquecendo lá dele e só se lembrando dessa alminha, quando queriam engomar o vestido com o qual decidiram esbanjar terror charme por todo o lado onde passam e o menino não estava no sítio dele: só o lugar.

Criatividade ao rubro e adaptação a dar gás, principalmente porque já se estava a ficar atrasada para o que quer que se ia fazer a seguir, mudar de farpela não era solução embora fosse a mais prática e, definitivamente, pouparia tempo, mas deixem lá a gaja ser teimosa e levar a dela avante. O que existe em casa que possa substituir o ferro? Nada, pois está claro. Na rua, talvez um cilindro de alisar alcatrão fosse opção viável, porém, hoje estava de folga e só havia mesmo era nada. Ora, já com a urticária a dar de si no horizonte, deu-se um momento "eureka"! E que tal, o ferro de alisar o cabelo? Ah pois! Se alisa o cabelo, alisa a roupa! #sóquenão Sim, experimentei e as porras dos vincos estavam agarrados ao vestido de unhas e dentes, como se a sua "vida" dependesse dele - e de facto, dependia... sem vestido não há vincos e sem vincos há vestido engomado... O que queria dizer eu com isto mesmo? Adiante, mazé! - Ainda ponderei ir para a rua com o vestido amarrotado e fazer de despercebida que estava mais amarrotada que as palhas de um espantalho de palha no meio de um ciclone, mas na luz da rua - vulgarmente conhecida como "sol" - parecia mesmo que tinha sido trucidada, dobrada, enrodilhada e torcida sem dó nem piedade.

Fiz tudo o que estava ao meu alcance, fui criativa, inventiva, génio incompreendido, mas tive de me render às evidências e dar a mão à palmatória: tive mesmo de mudar de vestido. Contrariada, mas mudei.

Que a minha experiência vos sirva de exemplo para a vida, de nunca se esquecerem do ferro em casas alheias e que o ferro de alisar a trunfa, não vos vai servir de nada. Pelo sim pelo não, tenham sempre um ferro de reserva... ou dois. Não vá o de reserva precisar de um de reserva!

Esta gente, a meter palavras na boca dos outros...!!

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.02.20

A je a assistir a uma conversa telefónica entre duas criaturas:

- Então não-sei-quantas, era só para saber como estavas. Vá... Beijinhos. Olha a Peixa está aqui ao pé de mim e manda-te beijinhos também.

- Eu? Não estou a mandar beijinhos nenhuns.

- Sim vá, beijinhos para ti.

- Olha... mas eu não estou a mandar beijinhos nenhuns, ora agora. Quero lá mandar-lhe beijinhos.

Pessoa a esbracejar-me a ver se não se ria enquanto despedia da outra.

 

Pois é. Isto fez lembrar a situação que me acontece várias vezes com a mãe Peixa:

- Ahh a Peixa manda beijinhos!!

(*eu a olhar pasmada para a mãe Peixa ao ouvir o meu nome, a acabar de trincar uma sandes, em pleno silêncio, compenetrada nos meus pensamentos a divagar como o mundo se gerou e a teoria do universo, se nasceu primeiro a galinha ou o ovo e porque é que a galinha atravessou a estrada*)

Ou a situação de:

- Peixa, manda beijinhos aos teus pais, cão, gato, piriquito, calhau da Amazónia!

- Ah claro! Serão entregues!! Fique descansada.

E nunca chegam ao seu destino. Pronto... "nunca" é uma palavra muito forte. A grande maioria das vezes, não são entregues. Só de vez em quando, quando eu não me esqueço. Ou quando o sol alinha com as nuvens, faz nevoeiro e D. Sebastião quase aparece. Vocês entendem.

Não é por mal... mas acontece. Quem diz a verdade não merece castigo, certo??

O karma é lixado.

frito e escorrido por Peixe Frito, 05.07.19

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Num destes dias, o pai Adamastor passou o dia inteiro com uma camisola do avesso. Pasmada fiquei, pois como que raio ele nem deu conta, dado que tinha um bordado na frente da t-shirt e, do avesso, vê-se as linhas e as cenices brancas do bordado. Dia inteiro. Inteiro. A trabalhar e a falar com clientes e nenhuma alminha lhe disse: "Olha lá pá, mas andas com a t-shirt às avessas?" - até compreendo que ninguém tinha tido a coragem de lhe dizer alguma coisa... como ele é, ninguém se atreve.

Ora então, quando o vi nesse dia depois de ele sair do trabalho, comecei a gozar com ele. Poker face. Nem ai nem ui.

Mas... Deus vê e não se esquece.

Ontem, senti-me estranha. Diferente. Não sei... algo diferente. Até pensei que tinha sido por ter tomado banho, mas não. E que era? Não descansei enquanto não percebi aquela sensação... estranha.

Quando fui à casa-de-banho, todas as minhas questões se dissiparam!! Notei que tinha as cuecas do avesso! Yep.

Bem, ao menos fui mais discreta que o pai Adamastor, efectivamente... tardou mas não falhou. Achavas mesmo, Peixa, que não te ia tocar alguma coisa? Karma is a bitch que está sempre à espreita.