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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Era mesmo aquilo que eu queria ouvir, dada a situação em que nos encontrávamos.

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.07.22

A abraçar a Rabinho pequeno, como cumprimento. Assim daqueles abracinhos apertados e diz ela, ainda agarrada a mim, ao meu ouvido:

- Sabes tia Peixa... Tenho piolhos.

- Ainda bem que me estás a dizer isso enquanto te estou a abraçar.

Momentos maravilhosos que eu vivo.

Assim fico menos triste e a achar-me menos desenquadrada.

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.06.22

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Uma pessoa acha que é especial, diferente, que não há ninguém como ela. Que não aperta os botões todos do casaco ou que os parafusos já estão calcinados. E, a vida linda e maravilhosa como é, mostra sempre que estamos a ser maus connosco, exigentes, que afinal não somos os únicos no meio da multidão, que há mais malta com paragens cerebrais e a acusar os macacos do sótão estarem queimados. Nestes dias, a vida presenteou-me com uma sincronicidade dessas, assim, do nada. "Vá Peixa, vês minha filha, como não estás só", diziam as vozes que habitam a minha cabeça.

Está uma pessoa embrenhada nas suas questões existenciais, a olhar para o infinito e mais além, a pensar que fazer para o jantar e de repente, é ver o carteiro a chegar a alta velocidade, na sua farronca esbelta moto, de capacete aberto e... máscara posta.

Está certo. Ao menos assim fica protegido de tudo o que anda no ar, incluindo a mosquitada. Só têm um senão: o bronze. Vai andar sempre de máscara posta, até a lavar os dentes. Uma coisa é certa, ninguém pode acusar o carteiro que ele não têm cuidado com a correspondência. Atencioso, o senhor.

Quase parecia que nos queria era agredir, tal ultraje!!

frito e escorrido por Peixe Frito, 26.05.22

Com tom de indignação, resmunga a Rabinho Pequeno:

- Já viste tia Peixa?? O pai comprou as velas a dizer que fazia 34. 34!! Mas ele não faz 34!!

Crianças. Mal percebeu ela que bastava trocar as velas.

Parece uma anedota mas acreditem que é verdade.

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.05.22

Quer dizer, no fundo, até nem se vão admirar:

Chega a altura do aconchego dos lençóis e haja lá maior maravilha do mundo, do que deitar a cabeça nas mantas da nossa bela caminha. O cansaço acusa, a mente vagueia livremente pelos campos verdejantes, cheios de flores viçosas e borboletas que pousam aqui e ali... rios que correm... riachos frescos, pedras com musgos.. e sapos. Sapos?... (*momento de reflexão*) (*pergunto-me*)... «Será que os sapos nadam de costas??»

Pois é, o João Pestana tem mazé de começar a verificar a validade dos pós que larga na malta ou que tipo de pó nos polvilha, é que isto de dar por mim a pensar se os sapos nadam de costas, aquando estou a relaxar para começar a cozer batatas e babar a almofada... Têm lá jeiteira! Há quem conte mémés. Há quem pense onde está o Wally. Há quem pense se amanhã faz sol pois têm de estender a máquina de cuecas lavadas. Há quem pense na origem do universo: eu penso nos estilos de natação dos sapos. Está certo!

Isto haveria de bater de alguma forma...

frito e escorrido por Peixe Frito, 16.03.22

Não sei que se passa. Se será da chuva - falta dela - se será do vento - que até sopra - ou se é mesmo algum parafuso solto, mas a verdade é que ao olhar para a rua, anda-me a dar o saudosismo de quando bebia tang laranja, em miúda. Aparentemente, do nada urge essa vontade.

Tal como acho que o bronze à Donald Trump, deu um novo significado ao padrão "camuflado" ou, especificamente, à técnica de "camuflagem": Pode andar descansado pelas ruas de Portugal, que ninguém o vê. Talvez assustar um ou outro pois vai parecer que a franja anda a pairar pelo ar, mas fora isso, é bafejado por um mesclar no meio que o rodeia, quase tão eficaz como as capas dos elfos de Lothlórien.

No meio isto tudo, acho que estou mesmo é a precisar de óculos.

Foi curto-circuito...!

frito e escorrido por Peixe Frito, 15.03.22

- Filha, olha, hoje não venhas deixar o carro à oficina porque o eléctrico não vêm.

- O eléctrico? O electricista!

- Sim, isso. O eléctrico!

 

Há dias em que realmente, quando os macaquinhos-do-sótão lhes dá para encrencar com uma palavra ou se armarem em corrector ortográfico automático, nada feito. E pior! Dada a idade, nem pensar em formatar, que de nada vale...! 

Não sabia se deveria de rir ou chorar de solidariedade.

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.02.22

Inesperadamente, parti um dente a comer uma fatia de pão - acho que o dente estava à espera que eu comesse a coisa mais fofa e mole, para ter uma desculpa de se partir. Não foi a roer maçã, ossos, pedras da calçada. Pão. Pão molinho e fofinho.

- Ah não acredito!! Parti um dente!!

Silêncio. Rabinho pequeno sentada a meu lado a lanchar comigo, depois de me inundar de perguntas na altura mais apropriada - quando eu ainda estava a perceber e a encaixar o recente acontecimento - cala-se. Observa-me longamente em silêncio e depois de dar uma trinca na sua sandocha, diz-me:

- Tia Peixa, não fiques triste. Sabes, eu também tenho muitos dentes com buracos!!

Olhei para ela. Honestamente não sabia se deveria de rir - faltam-lhe os dois dentes da frente, idade tramada para a autoestima mas ela está-se bem nas tintas, sorri desalmadamente a exibir o faqueiro incompleto - com o comentário ou se deveria de chorar, pois na sua inocência de me querer confortar, não me deu o melhor dos exemplos e fez-me questionar seriamente que raio se passa com aquela cremalheira.

Uma coisa é certa: Não há nada como ver as coisas pelos olhos de uma criança. Tudo se resolve e fica bem. Até lá, vai-se comendo um pão com manteiga, acompanhado com cevada.

Vá-se lá compreender.

frito e escorrido por Peixe Frito, 01.02.22

- Ah não me convidem para comer isto - diz a mãe Peixa com tom aborrecido.

- Então?

- Não gosto nada de comer rancho com massa (*suspiro*). Já quando a minha mãe fazia, eu não gostava!

- Mas... foste tu que fizeste o almoço!!

Nó no cérebro. Acontece aos melhores!

frito e escorrido por Peixe Frito, 24.01.22

- Amiga agora tenho bebido chicorée.

- Chicória? Por acaso quem gosta de beber essas coisas é a mãe Peixa. Chicórias, cevadas, etc.

- Chicória? Não sei o que é isso. Tenho bebido isto todos os dias de manhã.

- Miga, isso que tu tens bebido, é chicória.

- Não, é chicorée.

- Exacto. Chicória em francês.

Oh, oui madame. Há coisas que pronto, são assim!

Quando a cromice já está codificada no sangue, nada feito.

frito e escorrido por Peixe Frito, 30.12.21

Rabinho de Fralda estava virada para fazer bilharetas. A avó Peixa já a descabelar-se:

- Rabinho de Fralda! Pára de mexer aí!! 

e ela a mexer na maior das descontracções.

- Ra-bi-nho de Fralda!!! Não estás a ouvir a avó?! Não me-xe aí! Ai-ai!!

- Avó... Avó!!

- Diz Rabinho de Fralda. Já estragaste aquilo à avó, não foi?

- Foi a mão.

A criançada e juventude do aquário, são todos dotados de cromice a alto nível - olha que espanto - mas quando observamos essa mesma cromice a dar sinais tão fortes em criancinha que nem dois anos têm e que fala pelos cotovelos, mesmo que espanholando um bocado... ficamos a pensar na vida, benzemo-nos e que Deus nos acuda. Agarra-te Amélia, que agora é sempre a descer!