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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Não sabia se deveria de rir ou chorar de solidariedade.

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.02.22

Inesperadamente, parti um dente a comer uma fatia de pão - acho que o dente estava à espera que eu comesse a coisa mais fofa e mole, para ter uma desculpa de se partir. Não foi a roer maçã, ossos, pedras da calçada. Pão. Pão molinho e fofinho.

- Ah não acredito!! Parti um dente!!

Silêncio. Rabinho pequeno sentada a meu lado a lanchar comigo, depois de me inundar de perguntas na altura mais apropriada - quando eu ainda estava a perceber e a encaixar o recente acontecimento - cala-se. Observa-me longamente em silêncio e depois de dar uma trinca na sua sandocha, diz-me:

- Tia Peixa, não fiques triste. Sabes, eu também tenho muitos dentes com buracos!!

Olhei para ela. Honestamente não sabia se deveria de rir - faltam-lhe os dois dentes da frente, idade tramada para a autoestima mas ela está-se bem nas tintas, sorri desalmadamente a exibir o faqueiro incompleto - com o comentário ou se deveria de chorar, pois na sua inocência de me querer confortar, não me deu o melhor dos exemplos e fez-me questionar seriamente que raio se passa com aquela cremalheira.

Uma coisa é certa: Não há nada como ver as coisas pelos olhos de uma criança. Tudo se resolve e fica bem. Até lá, vai-se comendo um pão com manteiga, acompanhado com cevada.

E aqui fica, o meu testemunho verídico, de que ainda há seres destes a palmilharem a superfície da Terra.

frito e escorrido por Peixe Frito, 17.01.22

Há coisas que se vão perdendo com o tempo... a sua magia, toque, excentricidade e até, singularidade. Existe a adaptação aos tempos modernos, tecnologias, maneiras de ser e estar. Mentalidades e instinto de sobrevivência. Mas para mim, há coisas que continuam a manter a sua essência, tentando sobreviver com as novas paneleirices da vida, mas que no fundo, está lá, no seu âmago, no seu adn, a sua verdade que venha o que vier, tal como o Kraken a surgir do fundo dos oceanos para dar uma trinca no bafunfo do Poseídon, emerge no seu esplendor por entre as algas e destroços do Triângulo das Bermudas, sempre na sua glória. "Eu estou aqui e aqui ficarei até à eternidade", grita em plenos pulmões. Haja persitência e adaptação. Assim o fez uma espécie muito conhecida em todas as aldeias, vilas, cidades do nosso Portugal. Falo das codrelheiras. Sim, das codrelheiras. Essa espécie quase em vias de extinção que se está a adaptar às modernices, que invés de cuscarem à janela, cuscam os perfis nas redes sociais. Têm de fazer o que precisa de ser feito, senão como sobrevivem? Ah pois é. Porém, ainda existem alguns espécimes selvagens, que se adaptaram à selva de cimento e betão. Não muitas vezes avistados mas estão lá. Que o diga eu, que avistei um ainda há dias e mal queria crer no que estava a ver.

Já é bastante mau se estar à socapa a cuscar a vida dos outros, a controlar com quem se está e para que carros vão, se mantendo às escuras dentro da divisão e a uma distância razoável da janela mas senhores, os tratamentos que os vidros têem não são 100% à prova das pessoas não verem que se passa no interior da casa: embora às escuras, deu perfeitamente para ver o que a senhora estava a fazer - não, não estava de cuecas nem nada do género - estava sim com fio dental a limpar os dentes, com a bocarra escancarada, enquanto controlava o povo na rua. Sim, poderia estar a usar o vidro como espelho, é aceitável. E fico feliz por a criatura cuidar assim da sua higiene dentária, escusava era de o fazer à janela e com toda a gente a ver! Ela na maior das descontras, ali a passar o belo do fio dental na cremalheira. Tive um momento de arrepios-de-vergonha-alheia e compaixão, apesar da senhora estar ali a controlar o que eu estava a fazer. Tal tótózice que nem se apercebe que dá para ver para dentro da casa dela. Parecia uma assombração bizarra, a limpar os restos dos dentes, esfumada no negrume da divisão.

A minha vida nunca mais será a mesma. Mas já notei que este comportamento é vulgar nestes espécimes citadinos: há uma outra que têm o hábito de recuar mais para dentro da janela, para eu não a ver. Depois quando me vê pessoalmente: "Tenho-te visto, Peixa. Assim de vez em quando." E eu sorrio... Sorrio porque a vejo SEMPRE e a vejo a esfumar-se para dentro, se mesclando com a cortina, só que a senhora pensa que eu não a vejo.

Não vamos espantar os animais a dizer-lhes que sabemos os seus métodos de sobrevivência, não é? Senão coitadinhos, ficam atarantados e aí é que se extinguem.

Se bem que de certa maneira, não fazem lá muita falta nessa sua utilidade, mas a vida é assim. Até uma simples mosca têm o seu sentido de viver e faz tudo parte do equilíbrio do ecossistema, mesmo que nos ultrapasse a sua razão de existência.

Cabecinha pensadoooooora!

frito e escorrido por Peixe Frito, 16.07.19

Ora, eu adoro beber água. Passo a vida a beber golinhos de água e a minha verdadeira desgraça, é ter uma garrafa de água ao pé de mim durante o dia, pois é certinho como o sol que quase de uma virada - a Peixa é amiga cá da maltaaaa e vai beber este copo até ao fim (até ao fim!) - derreto com o raio da água toda em três tempos, pelo que, já que enfardo água como se não a visse a vida inteira e fosse novidade exótica para mim, meto lá dentro especiarias ou frutos, de modo a usufruir das suas propriedades ou para aromatizar a água. Porém, não meto dentro de filtros, por isso imaginem aquilo ali tudo na pura da loucura dentro da garrafa - sejam cascas de limão, laranja, sejam pedaços de ananás, de gengibre, folhas de hortelã, pedaços de pepino, cardamomo, é o que for e me der na telha de por lá dentro e vai de embutes.

Quando vou beber, torna-se complicado. Sou eu a tentar beber sem engolir um pedaço do que for - como a fruta da sangria, basicamente - Mas eu gosto de um bom desafio! Como não filtro a água e aproveito o que lá está dentro para aromatizar mais águas quando faço o refill durante o dia - sei que o sabor à terceira já não é igual, mas aromatiza na mesma alguma coisita - tive de arranjar um esquema de não petiscar uma casca de limão ou pedaço de gengibre: uso os dentes como sistema de filtragem! Ah pois é! Quando estou a beber e reparo que algo vêm a tentar, sorrateiramente, dar de fuga de dentro da garrafa, posiciono a minha maravilhosa dentição, de modo a beber água na mesma - embora o fluxo reduza um pouco - sem correr o risco de ir alguma coisa pela goela abaixo, indesejada. Sei que faço um bocado figuras, mas é tranquilo.

Sorte que não tenho hábito de beber água gelada, tempero sempre - com um pouco de sal e tal. Estou a brincar! - com gelada e natural, de modo a não congelar o cérebro e ter um congelamento dentário, capaz de me encolher toda que nem uma uva passa.

Sempre a engedrar esquemas. Mas é assim! Adaptar para sobreviver! Afinal de contas, é a isto que se chama evoluir, correcto? 

E há alguém por aí que tenha arranjado um esquema para estas situações ou sou só eu que faço isto de mandar tudo para dentro da garrafa e é um Deus nos acuda?

 

Obs.: Eu sei que existem garrafas com "cestinhos" onde podemos colocar as cenices e impedir que elas nos venham tentar estrangular por dentro, porém, eu utilizo garrafas que já tiveram outras funções e cujo destino seria irem parar ao lixo.

Nem sei se hei-de rir se chorar. Mas que me arrepia certas coisas, ah arrepia...!

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.05.19

Dei por mim a lembrar que a mãe Peixa, têm (ou tinha) uma trança de cabelo meu, das primeiras vezes que cortei o cabelo, era eu uma pequena sereia. Ora pois, fiquei a pensar na situação. Não é assim meio bizarro, guardar o cabelo de alguém? Mesmo que seja dos nossos filhos? Eh pá, já guardamos os dentes de leite... o cabelo do primeiro corte de cabelo... o cordão umbilical! Só falta alguém se lembrar de guardar as unhas e primeiro cócó.

É que nem sei bem que dizer acerca disto.

Conclusão: É socialmente aceite até guardar o prepúcio do zézinho do rapaz que foi circuncidado, para a posterioridade e lembranças enternecedoras. Mas porquê? Porquê, digam-me. Lamento informar e para futuras referências vos vou dizer isto mas para vos dizer a verdade, a malta que faz macumbeira também guarda cabelos, dentes, unhas e cenices. Um guarda por carinho e o outro guarda para fins utilitários (de questões questionáveis ainda assim, utilitários) efectivamente.  

Cada um é como cada qual e respeito, mas possa... Imaginem o cenário:

- Mãe, que caixa é esta que diz o meu nome?

- Ah filho... - música de violinos de fundo, fungar de emoção e vai de puxar um lencito para limpar as lágrimas e a ranhoca e vai de abrir a caixa e mostrando o espólio - é o teu cordão umbilical, o teu prepúcio, os teus primeiros caracolinhos, os teus dentes de leite...

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Isto faz-me lembrar ao de leve, a situação de embalsamar animais. Principalmente aquela raposa tenebrosa que os meus tios tinham e me fazia fugir a sete pés da carcaça do bicho, mantendo um perímetro de segurança.

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Não é esta, mas bem que podia ser. Adiante!!

Para reflectir: com a quantidade de filmes de terror baratos que há por aí, acreditem que a criança não vai pensar boas coisas... e vai-se perguntar profundamente do porquê e finalidade da mãe guardar esses pedaços da sua prole. Fica o pensamento no ar. Assim meio à Blair Witch Project - eita Peixa, que esta quase veio do fundo falso de um baú grande.

Não preferem guardar as roupinhas ou bonequinhos ou ursinhos de peluche? Não...? E ainda criticavam o coitado do meu fofinho Stimpy porque tinha uma colecção de macacos, mas ao pé de algumas coisas... o Stimpy era um menino-de-coro.

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Uma pessoa até já estranha.

frito e escorrido por Peixe Frito, 30.10.18

Comi umas uvas e não é que elas tinham graínha? Minha alma está pasmada, já começava a achar que estavam em extinção, uvas normais sem merdices de não terem graínhas - qualquer dia, até são sem pele.

Já não existem coisas como antigamente. Além das oreo e das sementes presas nos dentes, quem não aprecia uma sementezinha de uva, no meio da cremalheira? Saudades.

Os sons de fundo do consultório são tão inspiradores - tipo musa grega - que até me fazem pensar se a comunicação está a ser bem perceptível para não haver confusões.

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.09.18

Eu sou apologista, que todos os consultórios dos dentistas tivessem de fornecer ou um bloco de desenho com lápis ou cartões com dizeres pré definidos "SIM" "NÃO" "TALVEZ" "COISO" "DAQUI A NADA SOU EU QUE LHE TRATO DOS DENTES" (quase tipo esquemas de sim e não) e do género. Ora e porquê? Pois então, uma pessoa estar ali esparramada na cadeira do consultório, boca aberta quase a ver-se o estômago e o dentista nos fazer perguntas e uma pessoa não poder responder, se limitar a fazer gestos com as mãos ou a grunhir ou códigos com piscares de olhos, não dá lá muito jeitinho.

- Abre a boca. Eisshhh este dente precisa de ser mexido - saca da broca e põe a funcionar. Começa o dente a ser mexido - está a doer?

E está ali uma pessoa de boca aberta, como vai responder? Nesse caso, as lágrimas por si só são um indicador de possível dor, mas ainda assim, uma pessoa devia de ter os tais cartões ou bloquinho, para escrever ou desenhar, que iria facilitar imenso a comunicação entre paciente-de-boca-escancarada e estomatologista-com-broca-a-funcionar-e-a-fazer-barulho-de-filme-de-terror. Não acham?

É que não vá o médico interpretar mal o sinal e aí é que é a morte do artista.

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Que frustração!

frito e escorrido por Peixe Frito, 11.06.18

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Quando se passa uma tarde com o raio de um fio de manga enfiado no meio dos dentes e não há nada que se valha para o tirar - nem sequer o truque de uma pessoa amiga, que me dizia que utilizava um cabelo como fio dental em caso de emergência. Resta esperar que os dentes caiam para o dito sair. É nestas alturas que compreendo o porquê de algumas criaturas, deixarem crescer a unha do mindinho.

Ainda se tivesse uma baliza - sou um pouco propícia a ficar com sementes, pedaços de côco ralado, de canela em pó, de oreos, orégãos grudadinhos nas gengivas e entre os dentes, ironicamente, a típica alface nem vê-la - mas nem é o caso. Os meus dentes e gengivas são autênticos imãns de restos de comer. Certos casos, mesmo após escovar os dentes, há pedaços de chicha que não querem desgrudar nem à lei da bala.

Devia de haver um sindicato dos dentes, para estas situações. Quem me indemniza por eu andar a fazer figurinhas com uma semente de papoila cravada entre os dentes da frente? Quer dizer... cada vez que uma pessoa se ri, parece que está ali uma cratera. E ainda por cima, à socapa! Que rara é a pessoa que têm a amabilidade de dizer a outra: pssst hey tens uma cenóide nos dentes!!

O mais vulgar que acontece nessas situações e sinal de alarme que algo se passa na nossa maravilhosa cremalheira, é quando nos rimos ou falamos e a pessoa com quem estamos a conversar, subtilmente e de surra, passa a língua nos dentes, com a boca fechada (sim pá, nada de técnicas de sedução à descarada), a tentar que nós não notemos. Mas sim minha gente, quem têm algo no meio dos serrotes, nota esse disfarçar e subtileza! Mais valia dizerem logo... digo eu, e poupávamos figurinhas tristes alheias!

Raios partam mais à comida que dá luta... Possas. Nem depois de trincada!

Pareço um animal ruminador.

frito e escorrido por Peixe Frito, 26.01.18

 Confesso que tenho dias assim. Se não for estaladiço e fizer "crunchhh" nos dentes, não sabe ao mesmo e não me toca na alma. Claro que não falo de alimentos que por si só têm natureza suave mas sim de coisas como umas batatas fritas, amendoins, pipocas, cereais (só com leite bem gelado quase a congelar os macacos do sótão) e até o chocolate (que guardo religiosamente no frigorífico, mesmo no inverno).

(*violinos*) Que eu possa sempre preservar esta tara, que toda a gente que me rodeia tenha ouvido duro ou excesso de cera que faça que não oiça bem ou que de facto me ame mesmo assim triplamente ruidosa (falar, rir e comer coisas estridentes) me guarde Deus desta minha mania, e que não permita que alguma vez o meu faqueiro fique incompleto, por gostar de roer coisas estaladiças e ruidosas.

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Obviamente, qual o meu chocolate preferido? Crunchiiieee aahhhhh amoo tantoooooo (*salivar industrialmente*).

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 Eita que bicho do demónio. Quem inventou este chocolate devia ser cilindrado, cozido, frito e panado ou então tranformado em alga ou alforreca. No mínimo.

Gajos, pá!

frito e escorrido por Peixe Frito, 09.03.12

  - Tenho uma coisa nos dentes. Já andei a escarafunchar com os palitos e nada!

  - Eu tenho fio dental, se quiseres.

  - Fio dental...? Hum...

  - ...