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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

A dura (e ruidosa) realidade.

frito e escorrido por Peixe Frito, 26.10.21

Começo a aperceber-me de como se sentem as pessoas que têem estradas a atravessar os seus terrenos, que invés de terem sossego, levam com algum trânsito de quando a quando. Tal como há casas construídas em cima de cemitérios índios, locais de culto, terrenos de pântanos onde vivia o Shrek, desconfio que o edifício onde laboro, deve ter sido construído sobre algum sítio mágico ou em cima de alguma estrada daquelas antigas, que a malta ainda passava a cavalo e no carro do Armando (metade a pé, metade andando *tambores ba-tum-tssss*). Digo isto não porque necessariamente é um sítio mágico - se pensar bem, até é mágico: abrir a janela e cheirar a fossa de quando a quando, ouvir os sapos a coaxar no leito do esgoto a embalarem-nos suavemente e nós a adormecermos mais o cheiro fétido a coisas mágicas - onde há unicórnios e borboletas a voarem, mas sim porque se soubessem a quantidade de vezes que tenho libélulas a pairar à porta, como se tivessem à espera que o sinal abrisse "verde" para continuarem a marcha, e a autoestrada que é o meu gabinete, aquando tenho a porta aberta e é só ver moscardos, varejeiras, moscas a passarem na maior das jardas até à janela...! Ultimamente então, é o descalabro. Uma pessoa acaba de abrir a janela para sair um bóing 747, senta a peida na cadeira e pimbas, já está outro à espera na gare, que a janela seja aberta.

Ando a ponderar em colocar uma malha na porta, similar ao que a minha avó metia, aquelas fitinhas para as moscas não entrarem em casa, mas versão eléctrica: assim que alguma se atrevesse sequer a tentar passar, tostava ali na hora. O pior eram os cadáveres do lado de fora, mas iria dar-me um ar de badass frente às moscas, que achariam que ali era a parte do trajecto que aquando olhassem para o mapa, tinha uma caveira em cima, sendo sem a mínima dúvida o local a evitar a todo o custo.

Podia ter a porta fechada... sim, podia. Mas gosto de arejar o quadrado; Podia ter a janela sempre aberta para as bichas continuarem o seu percurso directo, sem terem de atracar à janela, à espera que a ponte eleve e elas dêem combustível aos motores... sim podia. Mas aí passava uma friasca dos legumes vermelhos da horta que nascem em tomateiros e apesar de ser uma criatura muito caliente, há temperaturas que o meu termóstato não aceita e bloqueia; Também podia ignorar as suas constantes passagens à frente dos meus olhos, o andarem às voltas, o voarem alto para a direita, voarem baixo para a esquerda, andarem para aqui com as acrobacias e a parecerem que estão em um concurso de coisas aladas em que recebem pontuação pela melhor performance, mas o pior disto tudo é mesmo o barulho. Nem os escapes furados dos xunings são tão maus nem os tuk-tuks, que vêem lá embaixo na vila e uma pessoa já os consegue ouvir no topo da serra...!

Uma fisgada no meio dos omatídeos das moscas, é que era. Relaxava em três tempos. Isto é um exercício à paciência e ao abstrair do meio envolvente, estar a gramar com aquele som nada irritante nem constante, que uma pessoa até respira fundo quando ela finalmente pousa mas advinhem, falso alarme, e a criatura volta a andar no circuito a todo o gás. Sorte a delas que não se sustentam a combustível fóssil, senão não ganhavam para os pensos. Ainda não passei nesse teste da paciência e nem do amor incondicional por todas as criaturas e mais algumas - dá-me logo vontade de lhes dar uma verdascada com uma folha enrolada ou lhes dar com uma cadeira nos dentes, a ver se sossegam. Não trabalham nem deixam trabalhar, parecem alguns colegas - Mas também vos digo, quem conseguir ter essa mestria e até apanhar as moscas com um pauzinho à Miyagi, bem que o mundo pode estar a ruir à sua volta, que continua ali pávido e sereno, a ver a sua série preferida na tv e a ratar pipocas, coçando o rabo de vez a vez.

Esta é a minha dura (e ruidosa) realidade do meu quotidiano. Se virem bem, explica muito os meus transtornos de personalidade e o tipo de escrita que tenho. Há dias em que só me apetece largar tudo, descalçar os sapatos e fazer um carrapito na cabeça, me enfiando ali no riacho, a coaxar mesclada com os sapos.

De coração partido. E revoltado.

frito e escorrido por Peixe Frito, 07.10.18

20150304_175911.jpg

(foto tirada aqui pela gaja)

 

Agora um post completamente diferente.

E foi ontem à noite, que um dos meus maiores terrores ganhou vida: a serra do meu coração começou a arder. Não sei explicar o sentimento, eu panico com alguma facilidade quando há ameaças de fogos nas redondezas da serra, não com medo que chegue até mim mas sim com um misto de impotência e dor, por a eventual possibilidade de ela ser novamente deflagrada por um incêndio de enormes proporções, como um que se deu há anos. Eu não me recordo de o viver, ou ainda era pequena ou quase nascida, quando um enorme incêndio consumiu toda a serra de Sintra. Cresci com esse monstro numa memória sempre a ser relembrada, pois cada vez que olhava para a serra, via os seus ossos a descoberto, as suas enormes pedras à vista de todos, sem vegetação a tapar. Anos foram passando, eu e a flora da serra crescendo. Frequentes visitas aos seus trilhos, locais, quer em família quer sozinha - cresci a ir passear à serra ao fim-de-semana com a família, que era a única altura em que os meus pais trabalhadores tinham um momento para os filhos, andando pelo meio da serra a ser questionada pelo pai Adamastor: "Peixa, que espécie é esta?" "E aquela planta ali, sabes qual é?" me ensinando assim quem era quem e agora já adulta, é o meu refúgio de quando não estou bem: quando a tristeza me habita a alma, é para a serra que vou, para me animar. É o meu porto seguro. Onde chego e sinto fazer parte daquele sítio e onde sou bem-vinda. Tudo isto me faz sentir parte dela - Afinal de contas, eu vivi o seu renascer e ela me viu crescer a mim, em todas as fases da minha vida. Uma sensação de "casa" cada vez que lá estou e um amor enorme que nutro por ela, me faz todos os anos ficar de coração apertado, na altura do Verão, pedindo a todos os anjinhos que ela continue a crescer, a albergar espécies protegidas e a permitir que quem recorre a ela, se regenere das suas questões quotidianas, sendo poupada de incêndios.

Sei que existe quase sempre o interesse económico, quando se põe a pegar fogo a áreas destas, reduzindo a vida a cinzas e o habitual cheiro a árvores, a queimado. Porém, com base no histórico que o nosso país têm tido nos últimos anos, a moda dos incêndios anda em voga e eu não compreendo como o ser humano é capaz de fazer isso, a sério. Não sou ingenua e compreendo perfeitamente os interesses por detrás disto tudo, mas o que não compreendo é como é que essa maldade consegue ir avante. Quem põe fogo, não têm coração? Onde acham que este tipo de acções nos levam a todos? - sim, a todos porque até eu que não compactuo com estas coisas, sou afectada.

Só me resta agradecer o esforço de todas as entidades envolvidas, em extinguir o incêndio e prestar apoio às pessoas na zonas afectadas, que o fizeram com extrema prontidão e sucesso (felizmente). E esperar que um dia soe o alarme na alma de quem têm a indecência de ter actos sem escrúpulos, que acordem para a vida e de facto respeitem tudo o que é ser vivo, ajudando a que prosperem e não que definhem, com contributo directo das suas mãos e acções.

Eu chorei a ver a serra arder, tal como sempre que vejo incêndios de grandes dimensões seja onde for. Não sou mais humana do que qualquer outro ser que pise a Terra, me sendo indiferente qualquer sofrimento quer humano quer de natureza, muito pelo contrário e é por isso que me faz extrema urticária - estou a ser amável como podem presumir - estas atitudes do ser humano.

Ver a terra que nos viu nascer e nos têm criado a arder, é quase como ver um familiar a ser atacado e ferido. Há laços que se têm, independentemente de se ser uma árvore ou uma pessoa.

Tomara que quem o fez, não tenha sombra onde se esconder e fique a descoberto, vulnerável, tal como as consequências da sua maldade a uma natureza que nada de mal lhe fez, sem ser somente existir.

Dúvidas Existênciais (24)

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.08.12

  Lampeda ou lâmpada...?

  Raios me partam como me irrita quando oiço dizer lampeda. É isso e espilrro.

  Porquê? Não sei. As lampedas devem me ter assombrado noutra vida passada ou terem-me assustado ou traumatizada enquanto era uma inocente, mimosa, fofinha, angelical peixinha piquinina. Às tantas, levei com uma no alto da pinha. Hum... Isso explicava muita coisa, agora debruçando-me sobre esse assunto... 

   Explica o excesso de parvalheira e ideias idiotas que esta cabecinha fermenta :)

Sentimento do dia

frito e escorrido por Peixe Frito, 01.03.12

  Apetecia-me estar assim: 

Infelizmente, com o meu primeiro pensamento do dia, fiquei assim: 

 
   Ainda é quinta...! -.-
   Pronto, foi um desabafo. Então até mais logo! Bem hajam. 

Sou tão infantil...

frito e escorrido por Peixe Frito, 24.02.12

   ...e gosto tanto!! {#emotions_dlg.clown}  

Ultimamente ando mesmo sádica...! úúúúúú...!!

frito e escorrido por Peixe Frito, 29.01.10

    

   Para mim, uma das melhores invenções humanas foi o aparelho de luz negra, para atrair os insectos alados. E porquê? Bem... Porque por vezes por muito boa pontaria que tenha, não acerto no raio do bicho, porque quando preciso do mata-moscas, normalmente não encontro e lá tenho de arranjar um substituto (uma almofada, por exemplo), e também porque a minha gana é tão grande que as espalmo contra as paredes e depois para as tirar... fica lá sempre a marca tal e qual os desenhos a giz dos mortos na estrada!  E quando isso acontece, quando se limparam os vidros há bem pouco tempo e pimbas... fica lá logo o cadáver moscal no nosso ex-imaculado vidro...! Mas a verdadeira razão de eu achar o aparelho de luz negra uma das melhores invenções humanas, é porque é um aparelho de entretenimento e de utilidade. Sim sim, entretenimento, leram bem. Eu adoro ouvir as moscas a electrocutarem-se nas luzes negras...!! Então quando é um bicharoco grande e aquilo até faz fumo, mas tanto fumo, que parece que alguém está a fazer sinais-de-fumo na base do aparelho...! - e o cheirinho a queimado? eheh

   Que vocês querem?... São uns bichos que me irritam especialmente...! Por exemplo, as melgas. Uma pessoa querer dormir e elas andarem a melgar a malta. À pala delas, muitas vezes chego ao trabalho com uma cara de panda, o que por si só me faz ter de usar as bases para disfarçar as crateras debaixo dos olhos! Saem caro, as melgas. Sim, porque não há nenhum subsídio do estado para as pessoas comprarem bases, para serem usadas depois de uma noite mal dormida por culpa da fauna local!! Está mal...! Além das meninas terem a mania de morder a malta à descarada. Vejam bem, que anteontem encontrei uma baba no meu pescocinho de sereia. Olha que coisa bonita. Sorte a da melga de eu não lhe ter posto as barbatanas em cima, senão ia ver com quantos pauzinhos se faz uma canoa, e ia aprender igualmente o verdadeiro significado da expressão: "Vai-te encher de moscas"...! Por falar nelas, e as moscas? Uma pessoa a comer ao ar livre, e ter de andar constantemente a enxotá-las de todo o lado... em casa, quando entram as varejeiras, que mais parecem um boing 747 a embater nas janelas, já nem mencionando o zumbir, que ela é capaz de vir a caminho da sala, ainda no corredor, e já se ouve...! - E não é por eu ter uma audição fantástica. Até um velhote com o aparelho da audição desligado, consegue ouvir.

    Raios partam mais estas bichezas chatas...! Tenho de angariar um sapo... ou então comprar mais plantas carnívoras, essas sim, nunca lhes falta o que comer, fartam-se de encher o bandulho.