Desafio Arte e Inspiração | 9.ª Semana | Análise a "Cabelo Perseguido por Dois Planetas" de Joan Miró.
"Cabelo Perseguido por Dois Planetas" de Joan Miró
Olá estrelinhas, cometas e nebulosas do meu céu estrelado! - Ia dizer buracos negros, mas ainda iria ferir as susceptibilidades de alguém - Bem vindos à rúbrica semanal, da "Arte e Inspiração", onde fazemos o quê? Não, não são tostas mistas só com queijo, s.f.f. mas sim apreciamos, nos deleitamos a sorver e absorver a musa por detrás de uma pintalguice. A da passada semana - sim que isto sofreu para aqui um delay de um problema derivado da questão - é a "Cabelo Perseguido por Dois Planetas" de Joan Miró. Este título é por si só um enorme deleite e fico a pensar que encontrei - quase - a minha alma gémea artística. Possíveis enamoramentos aparte, vamos lá a degustar esta obra, antes que o cabelo dê corda aos sapatos e prego a fundo na situação, nos deixando aqui, a ver estrelas.
Logo assim sem dó nem piedade, tal penso rápido a ser puxado a arrepelar os pêlos todos, vamos lá a conversar uma coisinha: mas que tons de verde são estes? Principalmente aqueles em volta das azeitonas do sol - que me fazem lembrar as anedotas das formigas - ou que raio é aquilo, que me parece um mix muito mal dado de cores, como se alguém tivesse pintado uma cor e depois passasse um paninho e pintalgasse com outra por cima, para remediar a situação, dando aso a aqueles tons de dor de barriga. Amarelo não é de todo uma boa cor para ocultar resvalanços que sejam, seja porque é amarelo ou porque é, efectivamente, amarelo! Que aura mais manhosa se gerou ali, parece algo nefasto a surgir de um buraco tintoso, lá vindo de não sei de onde do pântano dos ogres. Sem querer tirar o protagonismo à emoção de "górmito" que as minhas entranhas gritam e apelam que seja uma acção realizada, que aquela cor é mesmo isso que transmite: náusea. Se a náusea tivesse espectro de cor, sem dúvida era este que ganharia a coroação, com distinção frente a todas as outras cores possíveis e imaginárias - competindo directamente com as veteranas e já batidas na situação, "cor de burro quando foge", "zebra disléxica" e "unicórnio galáctico", estando estas taco a taco e a outra, lá bem longe, na casa da peça das caldas, já passado a linha de chegada e estando a bebericar um café com cheirinho e a fazer um conjunto em crochet para a casa-de-banho.
Devo dizer que o artista esteve bem ao utilizar a técnica sempre na moda de texturado no fundo, que se chama no meio das artes de: "textura de puré com pouco leite e meio grumoso capaz de manter uma colher em pé", que ali interpreta bem o seu papel de argamassa ou de assentar o tijolo. Muito mas muito bem aplicado, fazendo a conjuntura geral, assim um mimo. Aquele toque de mestre de "espirro" em amarelo sobre o pintalganço, é deveras de génio. Embora dê assim aquela vibe de que o artista estava a acabar de disfarçar o que quer que seja que tenha feito - borrão - mais acima e possivelmente a cadeira resvalou e o senhor perdeu o equilíbrio: ainda se tentou agarrar ao fresco mas nem a textura da argamassa de puré o safou de bater com o bafunfo no chão.
Provavelmente toda esta obra teve o intuito de mostrar a força, essência, a lustrosidade que o cabelo têm a capacidade de oferecer e demonstrar - embora a mim me cheire que aquilo era mas era a careca de alguém, que tinha dois sinais na pista de aterragem - quer seja porque nos toca no nervo porque nos remota às memórias de se ter um pêlo na lente da máquina fotografica analógica, que nos dava cabo das fotos todas - agora culpa o cabelo ou o pêlo ou o que seja - seja porque nos faz nervoso miudinho que nos deixa na dúvida se temos nós algum cabelo nas pestanas ou que raio é aquilo.
No fundo, toda a obra demonstra assim alguma urticária - derivada do cabelo - problemas estomacais - o espectro cromático - que devem ter derivado de alguma coisa que o senhor comeu, provavelmente, as ditas azeitonas, cujo caroço teve destaque naquela maravilhosa elipse radial, no topo. Aconselho um cházinho de funcho ou de malvas, a fim de ajudar nessas questões digestivas que claramente estão expostas na pintalguice.
Aproveito a boleia, vou ali e já venho, que quem está a precisar de um cházinho, sou eu mesma. Isto hoje, desculpem lá, mas o registo não desenrola, parece um ninho de ratos sem ponta por onde se-lhe pegue! Que coisa do demo. Por isso hoje ficamos por aqui, esta semana haverá mais rubrica para esfrangalhar a pintura de algum magnífico artista. Fiquem em tune e não percam!
Até daqui a uns dias!
Peixá Marie del Frite.
Ah, e aproveito para dizer que quem escolheu este quadro, fui eu.
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Obs.: Sinto que o devo fazer pois amo arte do coração e respeito à brava todos os artistas: este texto é meramente com intuitos humorísticos, embora possa não ser apreciado por todos (é assim... temos pena). A arte é mesmo algo lindo e maravilhoso, que nos enriquece a alma nas suas variadas maneiras. O meu verdadeiro apreço aos artistas, qual seja o seu tipo de arte. Eu, incluída.
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No desafio Arte e Inspiração, participam Ana D., Ana de Deus, Ana Mestre, bii yue, Célia, Charneca Em Flor, Fátima Bento, Imsilva, João-Afonso Machado, José da Xã, Luísa De Sousa, Maria, Maria Araújo, Olga, Peixe Frito, Sam ao Luar.