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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

As máquinas vão governar o mundo, vão por mim.

frito e escorrido por Peixe Frito, 07.10.21

Decididamente, os fins-de-semana fazem mal a alguns aparelhos e máquinas na empresa. Mais frequentemente do que a malta gostava que acontecesse, meia volta há uma que se arma em engraçada e decide torrar o juízo ao pessoal, não fazendo o que lhe mandam ou nem ligando sequer - a fazerem-se de mortas, as engraçadinhas - acabando por ligar, depois de uma pessoa lhes chamar todos os nomes fofinhos que lhe vieram à mente e, inclusive, depois da criatura estar ao telefone com o técnico e chegarem a conclusão nenhuma. Dá jeito, estão a ver? Ser m23da nenhuma, não funcionar só porque sim. Pancas! Ora, não querendo ficar fora do grupo e se sentir excluído ou ser vítima de bulling, chegou a vez do microondas. Este, amavelmente, já andava a dar sinais. Assim a dar uns punzinhos de alarme, antes de dar o peido mestre. De surra, largava uma de pantufas: começou por andar para o futuro ou seja, invés da contagem do aquecimento ser em decrescente, passou a ser crescente. Metíamos no "3" e tínhamos de nos pôr a pau, que não tardava e estava era no "6" invés do "0". Como não apitava ao chegar ao "0" porque andava em frente, uma pessoa tinha de se pôr de sentinela, a controlar o tempo, não fosse lhe dar a macacoa. Pior ainda, se isto fosse sempre, mas não... era mesmo quando lhe apetecia, mesmo tendo acabado de aquecer um prato há segundos. "Ah e tal, agora apetece-me andar para a frente, lá diz o outro que devemos de deixar de andar para trás como o caranguejo, então vou em frente na vida, para desenjoar, ir em modo crescente invés de decrescente." Ao género de quando uma pessoa anda à roda e intercala com o rodar para a direita e o rodar para a esquerda, a fim de não ficarmos todos com uma broa sem fumos e com os macacos do sótão na pura da loucura, assim fazia o microondas, mas a modos que rouletta russa sem balas mas de tempo e de nos queimar a língua, quando nos distraíamos com o temporizador.

Sentindo-se aborrecido, começou a virarmos o ponteiro a colocar o tempo e o bicho não funcionava até ao "3". Coincidência do caraças, todos temos o raio do hábito dos 3 minutos ser um tempo fixe para não aquecer demais, afinal o microondas com visão futurística temporal, achou desnecessário que até o "3", qualquer tempo funcionasse pois não o usamos. Esperto, o macaco! Lá tivemos de nos adaptar e dar um ligeiro toque acima dos "3", para que o animal funcionasse. Meia volta - neste caso literal - nem o prato rodava totalmente, ficando parado a meio da volta. Pronto, uma animação todos os dias à hora de almoço, pois nunca se sabia com o quê o microondas nos ia presentear.

Chegando finalmente ao que se aborda no início deste post - fosga-se Peixa, hoje falas pelas escamas - depois do fim-de-semana e a adivinhar o feriado, o microondas tinha uma na manga: tal como houve greve na educação, ele achando-se o mestre da batatulina, decidiu inventar uma nova, à estreia, nunca antes vista nem presenciada por nenhum dos intervenientes, aquele último truque antes de dar o peidão mestre como se fosse um celeiro cheio de gás expelido rectalmente pelas vacas criando assim uma bomba atómica dos entrefolhos vaquences, mesmo a tempo do feriado no dia a seguir, nem dando hipótese a que a malta fosse comprar um novo a tempo do que fosse: o coelho que ele sacou da cartola foi não funcionar. Rodarmos o temporizador e ele esticar o dedo do meio. Nicles batatóides. Vão todos para o coiso ou querem que vos mande, de modo muito explícito e concreto. Porém, ele é um armadilhas. Lá lhe caiu a ficha e teve um pouco de decência de, mais uma vez, fazer um puzzle e de fazer com que o verdadeiro tuga exercitasse a sua veia do desenrasca ao mais alto nível: o microondas funcionava sim... se carregássemos na tecla de abrir. Sim, na de abrir a porta! Porra mas qual a ligação?! Quando se abre a porta o microondas desliga e não é suposto accionar o aquecimento!! Sim... esmerou-se o animal. Então ali tínhamos de ficar, não só a guardar o temporizador não fosse ele ter algum espasmo do futuro mas ficarmos ali a carregar no botão de abrir, para o prato rodar. Lá uma alminha teve uma iluminação e cravou uma patilha daquelas do café, sabem, das novas paneleirices para mexer o café, em madeira? Aquelas mega higiénicas que vêem todas ao molho dentro de uma embalagem de cartão? Exacto. Patilha espetada a fazer de calço e o gajo funcionava às mil maravilhas. Após reunião de pessoal, foi unânime que o microondas devia de ir dar um passeio ao jardim das tabuletas e plantar umas couves, ao fim de uns 20 anos. E assim foi, a história do microondas. Hoje, o pessoal foi comprar um novo e estamos todos felizes e contentes, porque temos um espécime novo que se vai portar bem - até quando. Até quando. Se o outro Zé da Manha aprendia os esquemas sozinho fechado na cozinha, imaginem este com novas tecnologias e circuitos, que não há-de ele marinar em conjunto com o frigorífico e a máquina de café? Vamos ver como páram as modas.

As máquinas vão governar o mundo, vão por mim. Elas fazem o que querem e bem lhes apetece. Não acreditam? Ora pensem nas impressoras, por exemplo... Depois não digam que não avisei!

E com esta me vou (*drop the mike*)

A arte engenhosa do desenrasca.

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.04.18

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Gaja que é gaja, desenrasca-se. Seja em que situação for. Até mesmo, quando esburaca os collants de algodão pela matina a caminho do trabalho, num local muito pouco aconselhável a os collants romperem (na parte interior da coxa) quando alguém vai de saia curta e, na falta de agulhas para lhes dar um pontinho, vai de os agrafar, numa tentativa momentaneamente frutífera, de resolver a situação. Escusado será, que tempos mais tarde, os buracos voltaram, mais furiosos que nunca.

Isto de se agrafar os collants, é deveras melindroso. Vai não vai, ainda se agrafa ao cuecal e depois como é? - Se for só ao cuecal e não apanhar mais nada, é uma sorte.

Se calhar, o melhor eram mesmo uns clips: ficava a parecer uma malha metálica e se alguém visse, acharia que era um efeito que os collants tinham e não uns buracos do inferno desalmados.