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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

É aquele doce condão que só a ingenuidade confere.

frito e escorrido por Peixe Frito, 06.09.21

Na família, não temos propriamente problema em nos vestirmos e despirmos ao pé uns dos outros e então, como tal, o criancedo está habituado a isso e não há pudores. Dito isto, a rifa de momentos embaraçosos, tinha de me calhar a mim mais uma vez:

Estava eu a vestir-me para ir treinar, na companhia da Rabinho Pequeno. Ela esparramada na cama a observar-me.

- Ó tia Peixa, quando eu crescer vou ter maminhas grandes?

- Er... Grandes grandes não sei, mas vais ter as maminhas maiores, sim.

- E quando vai ser?? Quando eu for adolescente??

- Sim, mais ou menos por aí.

- Adolescente quê, doze anos??

- ... Talvez sim.

- E elas vão ser assim, como as tuas?? - e faz assim um círculo no ar com o dedo, em volta do meu peito.

- Ah isso... Não sei como vão ser!

- Mas tia Peixa...!

- Olha, vai lá brincar vai!!

Ó senhora. A curiosidade é típica e natural das crianças mas se querem que vos diga, eu fico mais embaraçada de falar de determinadas coisas do que propriamente as crianças.

Que Deus me ajude.

frito e escorrido por Peixe Frito, 22.10.18

- Ó Peixa! Mas tu pintaste o cabelo?

- Eu? Eu, não.

- Ahh é que daqui, parece mais escuro.

- Não... não pintei.

- Ah pronto, deve ser da perspectiva.

E diz uma alminha:

- Deve ser da perspectiva isométrica.

Digo eu:

- Perspectiva cavaleira, que hoje venho de botas de cano alto.

 

Aparte... Eu encontrava-me numa zona escura, sem iluminação e estava a anoitecer de noite. Se o meu cabelo parecesse mais claro, evidentemente que das duas uma, ou eu estava com cabelo fotoluminescente ou radioactivo.

Neste caso em especifico, há alguém com graves problemas oculares.

Com comités de boas vindas destes... "Jasus"!

frito e escorrido por Peixe Frito, 18.05.18

Não há nada como chegar a uma casa e ser recebido por um aroma natural, tudo menos agradável e prazeiroso ao nariz: um intenso cheiro a chulé.

- Fosga-se mãe, que tufo a chulé!

- Ah... Isso é ali o teu pai...

Dito isto, espreito pelo arco da entrada e vejo o pai Adamastor, refastelado no sofá, pézinho ao léu, descontraídissimo a ver tv. Reparando que eu estava a olhar para ele, diz-me:

- Eu?? Isso é mazé aquele queijo da ilha que está aí na cozinha, que cheira mesmo mesmo mal!! Sou agora eu - diz-me com ar indignado e meio que ofendido.

- Ah está bem pai... é o queijo. É o cheiro do queijo... mas dos pés!! - digo eu a desafiar o meu bem estar corporal, habilitando-me a ficar uma espécie extinta.

Desprezo total. Até parecia que a conversa nem era com ele.

 

Uma coisa vos digo, eu sei que é normal os tufos corporais agravarem com o calor mas este em específico, quase podia ter sido catalogado como arma química, tal era o nível de nefasto e toxicidade. Sou abençoada por ter sobrevivido e admiro a capacidade de sobrevivência da mãe Peixa. Se calhar, ao fim destes anos todos, já está é calejada e quase lhe cheira a rosas - quem me dera. Muito ainda tenho eu que percorrer e papinha comer até lá chegar. Nos entretantos, fico com vontade extrema de arrancar o nariz ou que me dê uma constipação grave, de modo às narinas entupirem e não conseguir sentir nenhum tipo de aroma.

O quanto não valem este episódios familiares, tenho dito. Ouro. São ourooooooo.