Totalmente solidária, mas amiga, nada posso fazer por ti.
Dia da semana. Hora ainda por precisar mas pelo sentir, não muito longe da hora de levantar a peida da cama e partir o coração ao edredon.
"Ahhh santa porra. Que lanza. Hoje era mesmo daqueles dias em que trabalhava era na cama deitada, agarrada à almofada, a partir de sonhos".
E ouço a vizinha pequena do andar debaixo, em pleno pranto, a gritar:
- Não queroooooooo!! Não queroooooo!!!
- Mas ó não-sei-quantas, anda lá!! - dizia o progenitor visivelmente (visão raio-x através do chão) com aquele tom de é-melhor-que-mexas-a-peida-senão-estás-aqui-e-estás-ali.
- Não queroooooooo mas eu não querooooooo!!!! - e a choradeira continuava, tal como a expressão "vira o disco e toca o mesmo".
E eu, a assistir isto tudo do piso de cima, afofada nos lençóis e agarrada à bela da almofadinha, a constatar que eram seis e tal da manhã e que faltava para o meu despertador tocar e que ainda podia ficar mais um pouco na ronha.
Vida de adulto sucks mas de criança também não é fácil. Posto isto, espreguicei, virei para o outro lado e esparramei a aguardar a minha vez de não querer fazer porra nenhuma.