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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Totalmente solidária, mas amiga, nada posso fazer por ti.

frito e escorrido por Peixe Frito, 20.09.21

Dia da semana. Hora ainda por precisar mas pelo sentir, não muito longe da hora de levantar a peida da cama e partir o coração ao edredon.

"Ahhh santa porra. Que lanza. Hoje era mesmo daqueles dias em que trabalhava era na cama deitada, agarrada à almofada, a partir de sonhos".

E ouço a vizinha pequena do andar debaixo, em pleno pranto, a gritar:

- Não queroooooooo!! Não queroooooo!!!

- Mas ó não-sei-quantas, anda lá!! - dizia o progenitor visivelmente (visão raio-x através do chão) com aquele tom de é-melhor-que-mexas-a-peida-senão-estás-aqui-e-estás-ali.

- Não queroooooooo mas eu não querooooooo!!!! - e a choradeira continuava, tal como a expressão "vira o disco e toca o mesmo".

E eu, a assistir isto tudo do piso de cima, afofada nos lençóis e agarrada à bela da almofadinha, a constatar que eram seis e tal da manhã e que faltava para o meu despertador tocar e que ainda podia ficar mais um pouco na ronha.

Vida de adulto sucks mas de criança também não é fácil. Posto isto, espreguicei, virei para o outro lado e esparramei a aguardar a minha vez de não querer fazer porra nenhuma.

Logo de manhã, já com a pilha toda.

frito e escorrido por Peixe Frito, 15.09.21

- Zé! Ó Zééééééééééé!!!!

O Zé olha em volta e vê dentro de um carro, o filho do vizinho no banco de trás, a acenar-lhe efusivamente.

- Olha!! Vou para a escola!!!

- Boa! - responde o Zé a sorrir para o pequeno e a acenar de volta.

- Vou-me divertir!! - completa o pequeno.

 

Não digo que a escola não seja divertida, nada disso, mas quero ver se o entusiasmo se mantém, quando começar a trazer trabalhos de casa e ter de estudar para os testes! Cheira-me que alguém recebeu informação manipulada, para ir a bem para a escola. Cheiiira-me.

E são coisas destas que aquecem o coração.

frito e escorrido por Peixe Frito, 08.11.19

Pois é, anda piolheira à solta de modo selvagem, pela escolinha da rabinho pequeno. Infelizmente, ela apanhou. Anda a fazer o tratamento e a mãe explicou-lhe que ela agora têm de andar de cabelo preso, por causa dos piolhos. Sabem que responde ela à mãe?

- Então quer dizer que não podemos dar mais abracinhos?

Já entenderam como ela apanha os piolhos, não já? Apesar de andarem numa de partilha de animais selvagens, é bom saber que as crianças têm o hábito de se abraçarem umas às outras. É algo que me deixa feliz, nos tempos que correm, ver os pequenitos a manifestarem gestos de carinho uns aos outros. Tomara que nós adultos, ainda mantivessemos essa faísca em nós, sem tabus e merdices e pensamentos deturpadores da verdade. Porque às vezes, um simples abraço de conforto, é tudo aquilo que uma pessoa precisa, mais nada.

Foi só um pensamento e uma partilha que vos queria deixar. Com a anotação de que eu de vez em quando lhe chamo piolhosa e agora que está mesmo, não o posso fazer - Bolas!! Vou ter de esperar que ela deixe de ter piolhos. Apesar de saber que ela não leva a mal e que sabe que sou eu a brincar com ela, que não lhe chamo estas coisas com maldade.