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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #2 Castanho

frito e escorrido por Peixe Frito, 27.01.21

Apesar de eu adorar as mais variadas cores que o espectro cromático pode gerar, uma das que menos me puxa, é precisamente o castanho. Porém, o sentimento não é recíproco. O castanho sempre me adorou e quando pode, dá o ar da sua graça, tal melga que decide aparecer a zumbir aos ouvidos de uma pessoa porque apanhou um portal que a transportou até ao preciso momento em que uma pessoa decide dormir e apagar a luz - ufa, que a gaja hoje está com fôlego.

Então vamos viajar até à minha infância, nos meus tempos de alevim, em que os meus paizinhos levavam as crias a passear para um dos parques da vila. E, posso afirmar com todo o conhecimento de causa que, não havia dia em que fossemos, em que a Peixita não voltasse para casa em trajes menores: graciosa como sempre fui, tropeçava e esbardalhava-me nos lagos límpidos dos cágados e dos patos - gostava de me certificar que a temperatura era adequada para os bichos - ou então, lá arranjava maneira de cair em uma poça e fazer máscaras de lama por todo o corpo - visionária, a criança. - Ainda hoje a mãe Peixa se ri, quando se recorda de eu chegar a casa de cuecas e com o casaco enrolado à cintura... Mesmo levando ela outra muda de roupa, não fosse o castanho tecê-las.

Cresci e agora invés de cair nas poças, as poças caem em mim. Certo como o sol, posso beber um chá... tudo tranquilo. Nada acontece. Posso beber água e... mais uma vez, nada acontece. Agora Peixa, experimenta lá a pôr chocolate em pó na bebida, que nós já falamos. "Plim! O seu desejo, é uma ordem" e eis que brota automaticamente uma gota do raio do leite achocolatado quer na saia ou na camisola ou, mais exótico ainda, nos collants acabadinhos de vestir de lavado. Querias safar-te, não era? Querias.

Até no raio do comer, o castanho me assombra! Não há vez em que antes de arrefinfar o dente em uma castanha, não a analise cuidadosamente, se não há um carneirinho à socapa que fica meio desalojado ou metade dentro e metade invisível de fora da castanha - Peixa, deixa-te de cenas... meio comido, mesmo - ou como já aconteceu várias vezes, olhar para uma maçã viçosa e maravilhosa, dar uma trinca, sentir um toque manhoso no paladar, olhar para o raio da maçã e observar a sua frescura castanha por dentro, apodrecida. Fantástico, deixem que vos diga.

Para terminar o relato da influência da cor castanha na minha vida, peço encarecidamente à malta que gosta de ser "arrojada" na mistura de cores: não usem preto com castanho. A sério pessoal. Preto e castanho? É daquelas combinações de cores que deviam ser proibidas de se utilizar, dignas de receberem uma multa e de espancar quem teve primeiramente essa ideia. E outro conselho de moda: unhas castanhas... eh pá... - o número para o qual ligou, não têm voicemail activo. Por favor, tente mais tarde.

E sou só eu ou alguns tons de castanho têem associações a coisas menos.. bem... agradáveis? Deve ser das poucas cores ou a única, que para dizer a alguém qual a tonalidade de castanho a que uma pessoa se refere, têm de ofender a cor ou chamar-lhe algo depreciativo. Se eu tivesse na pele da cor, revoltava-me. Mudava logo o tom ou ia encher a Peixa de castanho, mesmo sendo uma das sobrinhas a beber leitinho com chocolate ao colo dela e não ela.

 

Neste desafio participo eu, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor,  a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, e a bii yue.

Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio. Acompanha-nos nos blogues de cada uma, ou através da tag "Desafio Caixa de lápis de Cor". Ou então, junta-te a nós ;)

Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #1 Azul Marinho

frito e escorrido por Peixe Frito, 21.01.21

Não fiz post introdutório relativamente a este desafio que a Fátima Bento teve a ousadia de me incluir, mas passo a explicar brevemente.

O desafio consiste em todas as quartas-feiras ser postado um texto inspirado nas cores das caixas de lápis de doze unidades - "Peixa, wtf? Porquê as unidades? Estás a armar-te ao cardo!!" Eu explico. Há uma imensa panóplia de espectro cromático no que toca a caixas de lápis de cor, por isso convém dizer que são as de doze cores e não as de mil e quinhentas, okay?? E sim, momento nerd da minha parte. - E pronto, basicamente é isso! - mencionei uma explicação breve e aqui a tiveram, sem espinhas.

Sem mais demoras, aqui segue o meu primeiro post, acerca da primeira cor:

 

Capítulo I

Não é novidade para ninguém, que a minha vida dava um filme. Desde os pensamentos que assolam este expositor ambulante de cabelo que alberga o meu cérebro, às ditas situações que me acontecem diariamente. E esta, não foi excepção. Ora, quando um dia começa ameno, passarinhos a cantar e sem as meias terem adquirido as malhas de estimação, uma pessoa até estranha. Vamos até à viatura, olhando por todos os lados, desconfiados, a ver de onde a vida vai sacar o coelho da cartola da edição de hoje. Aparentemente, tudo bem. Parece-me que realmente não vai ser pela matina, que o sentido de humor retorcido do universo, me vêm morder a nádega. Não podia estar mais enganada. Viatura a trabalhar, a caminho do trabalho. Eis que, do nada, avaria no painel: o botão dos quatro piscas avaria e começam os quatro piscas a funcionar como se fossem as luzes néon de uma casa de pessoas bem comportadas e puritanas.

Soltem as feras!!! Começo eu a fazer poses de yoga dentro do carro, a dobrar papéis, inserir na ranhura do botão. Tudo controlado! Até recomeçar a andar e em três tempos o botão fofo, amoroso, lindo como o sol visto de frente, funciona na mesma! Era eu ver carros a afastarem-se para eu passar, tudo a desviar. Senti-me uma verdadeira celebridade. Nossa, que ser importante que eu sou! E explicar às pessoas que era uma avaria no botão? Esqueçam lá isso. Rendi-me às evidências e cheguei ao trabalho em pleno estilo, sem trânsito, atrasos, tudo a fluir maravilhosamente. O botão acabou por ser substituído e tudo voltar à "normalidade" costumeira.

 

Capítulo II

Ao que parece, a esposa comprou à criatura, um cuecal novo. À primeira vista, cueca janota, fancy, que mantém ali o material aconchegado e confortável. Só que ao as estrear, que vestiu de lavadinho de manhã para ir trabalhar, concluiu que a horta meia volta, ficava de fora: passou maioria do tempo laboral daquele dia, a aconchegar os legumes dentro da cerca, da cesta, dos limites do terreno. Teimosos, queriam era mesmo vir apanhar ar. Dizem que um mal nunca vêm só e neste dia, o universo foi amável. Num outro dia, a lei de Murphy atacou: distraído, voltou e vestir o mesmo cuecal sexy e, além de passar o tempo a pôr os carneiros dentro do celeiro, rasgou as calças... beeeeem no entre-pernas e até à costura da cintura! Eh pá, são daquelas coisas que acontecem... sempre nos momentos e alturas mais propícias. O homem além de ter passado a manhã a ajeitar o passarinho na gaiola, ainda apanhava frio na couve! Resultado: A corrente de ar fresco, estava ali a conservar os legumes mas diga-se de passagem, deve ser bem incómodo andar com o tomatal de fora e ainda mais ao ar.

 

Capítulo III

Noite de passagem de ano. Como normal, existem aquelas cenaices tradicionais que a malta faz: ou vestir roupa nova ou com cor azul, ter dinheiro no bolso, saltar de uma cadeira, ter a casa arrumada e limpa para o ano que entra ser igual - como se fosse preciso ser ano novo para limpar a casa, mas adiante .

A malta toda a preparar-se, com as passas, champagne e as badaladas quase a soarem!! Ahhh pois está claro, temos de acabar bem o ano, sendo eu quem sou. A bexiga começa com um chamamento desigual. Pelo andar da carruagem, a fazer dança da chuva. Queria verter as águas com tanta força que era questão de vida ou de chichi pelas pernas, se não fosse JÁ contribuir para o aumento do nível das águas. E assim foi. Na minha mente, fiz os cálculos de rocket science e achei que iria fazer um chichi e chegar a tempo de festejar a meia noite, sem ninguém dar falta da criatura pequena de 1,75 mts.

Doze badaladas.

- Onde anda a Peixa??

Silêncio.

- Peixa!!!

- Erm... Vim fazer chichi...

- Passaste o ano na casa-de-banho! Só tu!!

E é assim que se entra em estilo no novo ano.

 

Agora, que depreendem dos textos acima? Que devem fugir da cor azul marinho. É mais do que certo que essa cor faz panelinha com o capeta. Tanto o carro como as cuecas e calças, eram em azul marinho. Dizem que a cor do demo é o vermelho mas eu não podia estar mais em acordo em discordar.