Manhã cedo. Tudo dorme. Santa paz reina na casa, tirando um ronco ou outro vindos de várias secções da casa.
De repente, todo esse ambiente mágico se desfaz como um vampiro em pó ao apanhar sol nas pestanas: um despertador começa a tocar na área comum da casa. E toca. E toca. E toca. É entoado pelo silêncio da divisão. E toca... e toca. Começa a notar-se que quem dormia nessa área, estava bem acordado às custas desse alarme e com ganas de o ensinar a voar pela varanda, fazendo companhia às andorinhas e aproveitando o vento, fazia um baptismo de vôo invejável. E lá continuava ele a tocar, até que o respectivo dono o veio calar, levou o telelé e voltou a enfiar-se nas mantas.
Um aviso, caros leitores: quando colocarem o telemóvel a carregar durante a noite, num sítio comum onde outras pessoas se encontram a dormir, pelo menos desliguem os alarmes dos telemóveis.
Não dá lá muito jeitinho andar a acordar o povo inteiro, sem necessidade aparente.
No meio disto tudo, sabem que vos digo? É o azar de ser segunda-feira 13. Qual sexta 13, gato preto, qual escada e qual não-sei-quê. São os despertadores alheios a tocarem a chamar o dono que se encontra a dormir pacificamente bem longe dele e invés de gatos pretos, são cães a ladrarem com a pilha toda na área comum do prédio, fazendo um eco que até dói. Sem mencionar a gentileza com que os vizinhos de cima fecham a porta da rua e os do lado põe os sacos do lixo à porta do apartamento, aromatizando o ambiente do prédio a colónia l'eau de lixo.
Sexta-feira 13 é coisa para meninos de coro. Tenho dito.
E com esta, me vou.
Boa segunda-feira 13. Tenham cuidado com os despertadores alheios, passarinhos a voarem por cima de vocês que vos borrifam com algo que não água do mar e não fiquem com a havaiana colada numa pastilha, o que dá sempre um jeitaço fenomenal. E, para quem está de férias... boa sorte para o síndrome sardinha em lata alheio, quando estiverem esparramados ao sol e sentirem uma sombra e um chinfrim, vindo de não sei de onde.
Bem hajam.