E eu de facto tinha mesmo "alguém" a observar-me.
E de repente fez-se luz, ao ouvir esta música. A banda sonora perfeita para o meu episódio com a tixa voyeur.
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E de repente fez-se luz, ao ouvir esta música. A banda sonora perfeita para o meu episódio com a tixa voyeur.
Como na maioria das casas, no aquário mor em dias de limpeza, os tapetes são batidos na rua e estendidos ao sol. Apenas voltam para dentro, após o chão aspirado, lavado e seco.
Vai a mãe Peixa, depois dos afazeres de fada-do-lar, buscar os tapetes ao gradeamento das escadas. Pega num tapete, leva para dentro e põe no lugar. Vai buscar outro, o mesmo. Finalmente, os útimos tapetes, que eram os da casa-de-banho. Vai, abana ligeiramente os tapetes, pega neles e conforme os vai por debaixo do braço, observa que um dos tapetes tinha um extra. Não, não era uma aranha. Não era um pássaro, nem um avião. Nem a ovelhinha amarela. Era uma lagartixa, que ateimava em se agarrar ao tapete, com unhas e dentes! O tapete devia mesmo de ser confortável, pois bem a mãe Peixa abanava o tapete e a tipa não arredava pé! Foram ali momentos complicados de luta e tensão! A mãe Peixa de um lado a querer arrumar a casa, por o tapetinho na casa-de-banho para a malta não gelar os pés quando fosse à poltrona e a tixa do outro lado a disputar o tapete felpudinho que faz pandam com todos os tapetes da casa-de-banho até mesmo com o do bidé e o do lavatório e o da banheira, com olhar matador, postura ameaçadora e unhas de fora, rosnando e abanando o rabo em sinal de "estás aqui estás a levar verdascada". O ambiente estava de cortar à faca! Farta de abanar o tapete e de ralhar com a tixa, a mãe Peixa lá pousou o tapete e momentos depois, a tixa saiu disparada corrimão abaixo, quase arrancando a tinta do mesmo tal era a velocidade - deve ter ido fazer queixinhas ou chamar o resto da família.
Realmente, não há direito. Estava ali o animal a apanhar banhos de sol, na santa paz do senhor e tinham de o vir incomodar a lhe tirar o seu poiso fofinho!
Gente sem coração, possas! Gostava de ver, se fosse com eles!
Sabem como são as gajas e os seus tarecos. Sacos por todos os cantos mais a mala. Eu sou muito desajeitada, pelo que se vou cheia de sacos, dá molho pois levo tudo atrás de mim e sem dar conta. Por vezes nem preciso de sacos, tal é a minha graciosidade intrínseca: até a levantar da mesa, levo a toalha atrás. Como o faço? No clue. Devo ser um imãn de tal magnetismo que tudo quer vir atrás de mim, coladinhos, tal e qual as fãs histéricas do Justin Bieber quando o vêm na rua. Infelizmente, este processo de atracção podia estender-se a notas e moedas, mas não é o caso. Essas não se sentem derradeiramente atraídas por mim. Esquisitóides, não sabem o que perdem.
Devaneios à parte, há dias ia eu toda lampeira a caminho do aquário mor, de sainha e tal, pimpona e a esbanjar charme. Adivinhem que aconteceu?
Ia varrendo uma lagartixa com a saia, dando-lhe uma trolitada nas pestanas! Então a bicha não estava ali deitada, airosa, toda curvilinea tal modelo lagartixal numa sessão de fotografia de fatos de banho, mesmo à beira da pedra do corrimão? Literalmente, estava mesmo ali à mão de semear. E levou com a saia nas fuças, para abrir a pestana.
Armada em cusca a ver a malta a passar, resulta nisto. Estou mesmo a ver o que vai acontecer: Quando eu estiver a apanhar sol ali, no verão, vou sofrer as represálias de ter aconchegado a saia ao nariz da lagartixa.
E eu que adoro tixas do coração.