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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

E é assim que se contribui para a educação de uma criança - ou não.

frito e escorrido por Peixe Frito, 19.02.19

Já disse "n" vezes, que a prole da família, é tramada. Eu costumo dizer que já não me bastava ter aturado o paizinho das criaturas, como que ainda tenho de roer com o alevim e com a rabinho pequeno. Este último ser, consegue ser o upgrade do irmão e do pai, para mal dos pecados de TODA a gente. O seu sentido de humor e palhaçada é claramente herdado da família, agora o mau génio, não faço ideia onde ela o foi buscar, mas com toda a certeza, ao lado da famíla da mãezinha dela, pois está claro - sim, que no meu cardume, é tudo gente exemplar e bem comportada que não parte um prato cof cof.

Agora imaginem, está a passar a fase maravilhosa de ter consciência do feminino e do masculino, que resulta em coisas como partilhar connosco que: "Vi a pilinha do mano, quando ele estava de cuecas vestidas" - o que me fez questionar se ele usava cuecal de renda, mas adiante - e "vi a pilinha do pai, quando ele estava a fazer chichi" e outras tantas por aí adiante, desde dizer à mãezinha dela que queria uma pilinha e a mãe lhe dizer que não podia, era menina, e ela dizer sabiamente: "compras-me uma!!" - esta vai ficar nos meus registos, para mais tarde gozar com ela sobre isto.

Esta fase incluí, o mostrar resistência e testar a paciência e limites de quem a atura, das mais variadas formas e modos nunca antes testados ou com os clássicos de todos os tempos, como o típico: dá-me isso, não não dou, dá cá isso se faz favor, não não dou, estás aqui estás a levar uma palmada e ela vai e atira aquilo para o chão, a nos desafiar com algo para nos irritar, apenas porque quando está enrezignada com o sono ou amuada, Deus nos valha.

Ontem, foi dia de nos fazer a cabeça em água. Aprontou tantas e andou com tanta bilhareta, que já ninguém sequer lhe podia ver a sombra à distância. Ora, a dada altura e porque toca a todos, sobrou para mim. Decidiu tirar macacos do nariz - somente porque lhe disse que tinha de limpar o nariz que via ranhoca a sair - e comer, quando eu lhe tinha dito para não estar a tirar macacos e quando o tirou, limpasse ao guardanapo. Que se faz nestas situações? Chantagem emocional com algo que lhes toca no coração. Não... não falo ameaçar de palmada, nem de tirar as bonecas, nem de mandar a plasticina patuda para o lixo nem sequer o não ver desenhos animados! Temos de ser criativos e exercer medidas extremas. Algo bem chegadinho ao coração. O quê? A chucha!!

Ameacei: continuas com essa porqueira, lambo a tua chucha - belo exemplo de como não se ser porco Peixa, lamber chuchas alheias.

- Ah, não lambes - e vai de mexer no nariz.

- Rabinho pequeno, tira o dedo do nariz...

Continuava a limpar o salão.

- Ah é? - pego na chucha, ponho a língua de fora e faço de conta que a vou lamber.

Ela guincha. Pode comer macacos à vontade, mas lhe lamberem a chucha, isso é que não! É blasfémia e uma nojeira pegada.

- Vais parar de tirar macacos e comer, ou como é?

E ela continuava a mexer no nariz.

Cenário: toda a família à mesa a observar o téte-à-téte entre mim e o caganito.

Ela a pensar que eu era só conversa, enchi-me de coragem, recalquei o pensamento dos germes da chucha, por onde deve ela ter andado e lambi a argola da chucha.

Pânico! Muito pânico!

- Como é? Já acabou?

Ela a medo, mete o dedo no nariz e eu vai mais uma lambidela, beeeem grande na chucha.

Guinchou, ar de nojo e parou. Veio ter comigo, pegou na chucha e foi sossegar para outro lado, até ao próximo devaneio, que deve ter sido um minuto mais tarde, mais coisa menos coisa.

Resumindo... os preparos que uma pessoa se põe, só para uma criança fazer o que lhe pedimos.

Se leva palmada, ainda se ri. Se fica de castigo, pfff borrifei, se fica sem bonecos, igual. Então, há que puxar pelas armas secretas e tocar naquele ponto sensível. Resulta sempre.

E sim... é preciso coragem para lamber uma chucha, mas fiz o que era preciso, para parar aquela loucura - mereço uma medalha!