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Para quem não sabe - devem ser 99,9% de vocês - eu adoro peixes. Tenho vários, inclusivamente dois aquários, um tropical e outro de água fria. Pois bem, de vez em quando, tenho de ir renovar a frota, ora porque uns morrem, outros são comidos, e porque outros puro e simplesmente desaparecem sem deixar rasto. Numa dessas vezes, aliás, inicialmente ia comprar peixes para o aquário tropical, mas acabei por me apaixonar por um peixinho vermelho, e foi aí que iniciei a minha saga com o segundo aquário. Agora imaginem... vocês trabalham o dia inteiro numa loja, aturam não sei quantas pessoas esquisitóides e quando pensam que todas as nhonhinhas do mundo já por lá passaram, aparece esta ave rara. Quer um peixe. Vermelho. Aponta para o aquário de água fria, onde o que não faltam são peixes vermelhos. Todos iguais. Menos um. Pelo menos para ela, porque à rapariga da loja, eram todos a mesmíssima coisa. A assistente andava de volta de um vermelho, e a personagem dizia: "Não é esse! Aquele!" "Este?" "Nãããão! Aquele! Aquele ali!!" "...Este?" "Não... Aquele ali, está a ver? Assim vermelho alaranjado." Responde-me sabiamente, e já com os miolos em papa, a rapariga: "Sabe, eles são todos iguais..." "Por acaso, até nem são. Se observar mais atentamente, poderá concluir que eles têm cruzamentos diferentes".
Nunca estive tão perto de levar porrada. Nem mesmo quando a mãe nos proibiu de comer as batatas fritas, que tinha poucas por isso tinhamos de reprimir a traça até ela colocar a travessa na mesa, e ela momentos depois olhar, e só havia meia dúzia de batatas fritas para contar a história.
Resumindo: estive à vontade mais de 5 minutos - é complicado apanhar um peixe distinto dos outros, quanto mais um chapado aos restantes - mas lá trouxe AQUELE peixe. E lá a rapariga pode suspirar de alívio. E sim, ele é diferente.