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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Às tantas achou foi que eu me estava a fazer ao piso!...

frito e escorrido por Peixe Frito, 25.03.22

...e que sempre tinha valido a pena tomar o seu banhinho mensal, pentear e pôr perfume.

Inevitavelmente, a minha vida é recheada de eventos e momentos de arrepios-de-vergonha-alheia, quer meus quer dos outros - mais dos outros, tenho o condão de presenciar cada coisa, que ó Senhor (*benzer sinal da cruz*) que me superam aos pontos, vírgulas e parágrafos - mas parece que as manhãs e fins do dia, são especialmente ricos nessas situações, quer seja porque as pessoas ainda estão ao rolentim, não acordaram para a vida e andam meio zombies, a sonharem com a almofada babada que tiveram de deixar em casa, sozinha, entregue aos bichos, pela manhã ou pela tarde, que já têem o cérebro frito, queimado, esturricado, armado em pipocas de microondas, com o modo zombie de cérebro dormente activado - este é diferente do da manhã. O da manhã ainda conserva réstias de inteligência, mas o motor ainda está a arrancar. O da tarde, já deu tudo o que tinha a dar, os olhos da cara, o couro e cabelo, o rabo e mais uns tostões e está mesmo com o botão "survival" e "sa f*da" premido e o piloto automático a tomar conta da situação há muito, estando o crânio vazio e o tico e o teco na esplanada a bebericarem uma imperial e a ratarem uns tremoços e minuins, observando os banhistas a levarem com as ondas no alto da pinha e beberem pirulitos - que tudo agrava, com o lume no cú de irem para casa o mais rápido possível. Eu que o diga, o que vivo na selva que é o trânsito ao fim do dia, com a quantidade de artistas do cinema mudo e as merdices que fazem, só porque estão aflitinhos para se teletransportarem para casa e se assolaparem no sofá, esquecendo que toda a gente têm vida e vontades e não só as amélias destes meninos. Mas adiante, fica tema para outro post.

Ora, há uns dias, logo pela matina, vivi um momento de arrepios-de-vergonha-alheia em primeira mão.

Imaginem estarem duas pessoas na rua, com distâncias de três passos uma da outra, de frente para a estrada e eu apenas conhecia uma. Adivinhem qual? A que estava mais atrás - só podia - Sabem que aconteceu, não é? Vai a Peixa e acena à tal criatura traseira, gritando um "Bom dia!!" pela janela do peixmóbil e eis que acenam ambas as duas criaturas ao mesmo tempo para mim, ambas as duas me desejam os bons dias e o da frente estava assim especialmente com um ar sorridente e estranho à Zé Tonhó das Couves, mega feliz da vida. E eu para mim "Mas quem é aquele artista?". Os arrepios-de-vergonha-alheia funcionam em ambos os sentidos: eu, porque sei lá que ficou o homem a pensar, por uma perfeita estranha lhe acenar daquela maneira e de maneira efusiva. Talvez que não aperto o casaco todo e coitada, não se diz que não aos malucos, deixa lá acenar à moça que ela assim fica feliz e a mim não me cai uma mão, ou dente, ou pé ou cabelo! Além de que pensei que é sempre mau retribuir acenos quando não são para nós. Senti compaixão, ao ir ao baú e recordar todos os meus momentos de arrepios-de-vergonha-alheia, que me passou rápido e pensei "tótó, a usurpar cumprimentos alheios com a maior das caras podres". Acontece a todos, mesmo. Venha lá o maior da aldeia, a ver se não lhe toca a ele também as figuras tristes. E o outro sentido em que funciona, basicamente é unilateral e rotativo, entrou em um sentido de rotunda, entra em contra-mão na mesma estrada que acabou de percorrer, na semelhança da carta de virar de sentidos do Uno, entendem? "Travões ó pessoal, agarrem-se que vamos fazer uma manobra perigosa de mudar de sentido". - isto de funcionar em ambos os sentidos neste caso, é similar como em alguns relacionamentos: só têm um sentido e não bufas. "Ah mas quero lá eu impor a minha opinião, eu respeito a tua maneira de pensar, liberdade...! Maaaas....."

Pois é, pois é. Não sei quem é, de onde vêm, para onde vai, o que come, bebe, enfim... só sei que respira, porque é uma pessoa - acho eu, pode ser um alien ou um robot, sabe-se lá, nos dias que correm nada é o que parece - e tal espécime nunca mais foi visto por estas paragens. Talvez tenha percebido que o cumprimento não era para ele e se esfumou, cavou um buraquito até à China e viveu feliz para sempre em uma gruta, com vista para o interior da terra (que luxo!).

É por estas e por outras, que raramente aceno a alguém: com o filme que a minha vida dava, era certinho como o sol em como não seria para mim, o aceno. Por isso, mais vale estar quieta do que fazer figurinhas - já bastam as normais.

Hoje é o meu dia! Se preparem...!!

frito e escorrido por Peixe Frito, 22.03.22

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Apanhando boleia do meu conterrâneo Sponge Bob, é mesmo mágico. Um mágico dia se avizinha pela frente.

Posso adiantar que acordei de madrugada e não dormi mais. Ouvi o despertador e atrasei-me mesmo não tendo adormecido -  verdadeiro piscar de olhos e a vida passa em segundos. Ao me empiriquitar, tive a infelicidade de perder um piercing, que ao que me parece, deve ter apanhado um portal dimensional pois não o encontrei em lado nenhum. Até no meio dos cabelos o procurei. Às tantas, armado em depravado, vai passar o dia comigo enfiado na camisola interior e quando me despir à noite, vai fazer um momento "Tchanaaaaaaammmm babeeee!! Estive contigo o tempo todo!!!". Continuando a vida, que isto há mais que fazer, fiz desvio para roubar a bela sopa de feijão do aquário mor. Com todo o cuidado, escolhi um pamparuére que isolasse bem, pois ninguém quer perder uma gota que seja daquele precioso caldinho. Saco por fora, não fosse o diabo tecê-las, ainda tive tempo de roubar uma sandocha e um iogurte. E cá vai ela, bela e amarela, esplendorosa! Chegando ao trabalho, se sentindo infeliz e miserável fechado em um pamparuére, o caldinho deu de fuga e encheu o saquito da marmita, de molho - alguém precisa explicar ao caldo o caldo que armou, porque lá por ele ser delicioso, não faz com que tudo o que toque, se torne irresistível e comestível. Se bem queeeee aquele papel de chocolate ficou assim de repente com ar apetitoso... Foca-te Peixa, Foca-te!!  (*par de estalos mentais*) - e tudo o que estava nos arredores e periferia, a circundar em volta o pamparuére, ficou baptizado. Ora, carga dos trabalhos, andar a limpar tudo. Sim, porque pegar em uma banana ou laranja e as mesmas cheirarem a sopa de feijão, confunde bastante o tico e o teco. "Ahhh agora já te safaste, ó Peixa! Ainda há um par de horas começou o dia e já tiveste animação para o resto do dia!" Pois, mas não. Isto a arte de surripiar o frigorífico dos outros, têm muito que se lhe diga e aviso desde já, que o crime não compensa. O meu sentido peixe-aranha ainda soou o alarme mas eu na aceleração do andamento matinal, ignorei e disse "Meh, há-de estar tudo bem". Fia-te na Virgem e não corras, sempre ouvi dizer. E em quê fui alertada? Validade. Olha a validade do yágurte!! #sóquenão. Basicamente, sentei o pandeiro para ratar a bela sandes - fruta roubada têm sempre outro sabor, já dizia o outro - e não é que o yogurte estava fora de prazo, mas assim já à légua? Bem que as teias de aranha no frigorífico não me soaram assim a algo normal, mas pronto, é assim, os animais habitam onde querem ou não é?

Tanto a sandes como o yogurte marcharam, por isso já sabem, se não souberem mais de mim, é porque fui buscar mais uma sandes e outro yogurte.

Hoje é o meu dia! Sinto-o assim nas peles, nos ossos, nas romelas e principalmente, nas olheiras da noite mal dormida e no cabelo esticado que já apresenta a sua batalha campal pela sobrevivência, com a ómidade.

Algo de muito bom vai cruzar os meus caminhos hoje, porque ninguém merece tanta moideira logo de manhã - na verdade, nem foi das piores - Se isso não acontecer, vou escrever uma reclamação à direcção da vida, que assim não pode ser. Mas é só cascar e dar estiva no lombo da malta? Ahhhhh já agora, era logo a primeira bola a sair do saco!

Posto isto, um feliz dia para todos. Viva a Primavera, que se esqueceu de ler o boletim informativo e o correio, e ainda não deu a cara nem tão cedo parece que vai dar o ar da sua graça.

Que agradável, começar assim o dia, a semana, o ano...!!

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.01.22

Ainda estou para descobrir como é que isto acontece, mas que acontece, ó se acontece!

Na verdade, penso que a vida é feita de equilíbrios: nem sempre estamos na mó de baixo, a vida têm de dar a volta (e dá) e voltamos a estar na mó um pouco mais acima da de baixo, talvez uns mícrons mas estamos acima - "nóssa Peixa, você está a dar tudo no primeiro post do ano", dizem vocês. "Não meus pedacinhos de alga kelp, a Peixa é sempre muito filosófica, só que às vezes apetece-lhe é filosofar porra nenhuma" - e o que se passa nada mais nada menos é isso mesmo, um equilíbrio da natureza. Esteve um fim-de-semana de sol maravilhoso! Ahhh que bom! Então hoje o tempo está como? Está como se alguém estivesse estado a fazer um temazcal e o fumo saiu todo de lá de dentro e alastrou-se pela vizinhança, purgando até a alma dos corpos das pessoas tal seria a tosse advinda do fumo ou noutra vertente, parecendo que fizeram uma churrascada das bravas a comemorar a vinda de D. Sebastião que, na verdade, pode perfeitamente aparecer de um momento para o outro; Aparte: Que acham de se ver a condição de uma obra de construção de uma casa, em dia de nevoeiro? Acho sublime. Principalmente para esconder eventuais problemas de construção. Voltando! Meia volta, a malta é abençoada com nevoeiro cerrado, em que passa a vida a ligar e desligar os faróis de nevoeiro, parecemos uns malucos, liga desliga liga desliga, porque de metro a metro, há nevoeiro, agora não há, agora há, agora não há, parece que andamos todos a fazer códigos uns aos outros na estrada, cambada de doidinhos. É uma das maravilhas de habitar em grutas perto do mar, bem como sermos presenteados com o belo cheiro a maresia, pela manhã. 

- Ó Peixa, falas falas mas afinal, que queres dizer tu?

Ora, estou só a fazer contexto e a debitar informação desnecessária, para parecer que estou a dissertar sobre alguma coisa mega interessante e que contribui para a humanidade.

Antes que me apedrejem, vou directa ao assunto: Como já se aperceberam, ora faz sol, ora faz nevoeiro. Ora cheira a maresia pela manhã e a croissants da fábrica de bolinhos, ora cheira a couves na rua! Sim, a couves. Sai uma gaja toda airosa de casa e dá de caras com um cenário agradável, acolhedor, que aquece a alma, que é o cheiro a couves - para quem  não toma banho ou só toma banho de perfume, dias assim são uma maravilha, disfarça todos os odores sensuais e que despoletam desejo carnal, que só o cheiro a alergia a água, consegue conferir. Ao pensar nisso, já começa a náusea a atacar.

É um problema, na verdade. Uma pessoa ainda nem fez a digestão do pikeno almueço e já está a levar com tortura quase chinesa, talvez se algum vegetariano se formar em fazer tortura a alguém, esta é uma delas, o cheiro a couves, a cozer umas belas couves-de-bruxelas acompanhadas com um nabo ou repolho - náuseaaaaa - e a deleitar a pessoa a ser torturada, com esse aroma nauseantemente gormitoso. Vomita logo tudo cá para fora, incluindo as entranhas.

Se existissem fábricas de produção de gases que são expelidos por onde o sol não brilha, era este o aroma com que nos presenteariam, com toda a certeza.

Posto isto, é assim a vida. Uns dias cheira a maravilhas e no outros a maravilhas que já viram melhores dias. Que provavelmente já faleceram mas que ainda não receberam a notificação pelos correios - isto na altura das festividades, os correios andam muito atarefados, logo perdoa-se o delay na situação.

Entre o cheiro a couves e o cheiro a espirro, venha o diabo e escolha. A verdade é que ainda agora começou o ano e já andamos nestas andanças. Nem quero pensar como vai ser o resto... de mola no nariz, pelo andar da carruagem!

Bem que Deus me tenta benzer à força e tirar de mim a criatura das trevas que sou, mas então, ainda faz pior! Nem com cunhas à descarada.

frito e escorrido por Peixe Frito, 08.11.18

Sair de manhã de casa e nada apontava chuvinha. Hoje e só hoje e por nenhum motivo em especial, saí saltarica do prédio, contornei, desci as escadas exteriores enquanto premia o botão da chave a abrir o peixmóbil e, para fugir à rotina, decidi pôr os tarecos - mala, saco da marmita - pelo lado do passageiro, coisa que normalmente faço pelo lado do condutor. Assim foi. Abro a porta do pendura e cai uma carga de água, Jesus Cristo Super Star. Resmunguei logo: "Fdssss - até me faz falar mal - não podia ter sido daqui a cinco minutos? Nãoooo tinha de ser exactamente AGORA que eu estava DESPREVENIDA A POR AS COISAS NA VIATURA!!!!!", fecho a porta e contorno a carrinha, a resmungar. Ia uma pessoa a passar e eu nem aí por estar a falar sozinha. Essa pessoa deve ter ponderado em mudar de bairro, que ali, prova viva ao vivo e a cores, habitam criaturas malucas da pinha. Adiante. Sento no lugar do condutor, com os óculos cheios de gotas de água - adoro. a-do-ro. Limpo e ficam aos bonecos. Fabulosos - ponho o ser a trabalhar e eis que reparo, que com a chuvada repentina, não vi que tinha um papel na escova do pára-brisas - ainda por cima daqueles irritantes de compra de viaturas usadas e mái nã sêi quê e raio que os parta e diabo que os carregue às costas - "Peixa, amori do meu ser, coração, da minha vida - sim eu trato-me bem -  (*respirei fundo*) tu consegues amiga, tu consegues ir até ao trabalho sem ser incomodada pelo rafeiro do papel, vá tu consegues... tu consegues... tu consegues... - sempre a fitar o papel encharcado, colado ao vidro, que nem mexendo a escova a limpar o vidro ele ía sair e sim iria desintegrar-se, tipo papa, por todo o santo lugar - tu consegues... tu consegues... tu cons... not. O catano. - Largo outra asneira felpudinha e fofinha, para ir tirar a porcaria do papel arraçado de lapa, encharcado, dobro e meto na porta do peixmóbil. Sempre a chover, devo frisar. Sempre. SEMPRE - S. Pedro, quando eu for ao Céu a pedir guarita, antes de me mandares para o 5.º dos infernos, vais levar um carolo nessa auréola por estas merdas que me fazes passar LOGO DE MANHÃ - Sentei no lugar do condutor, respirar fundo ("Peixa zen, está tudo bem... Paz de alma, a vida é bela...) e eis que.. pára de chover.

Muito grata, muito grata... por parar de chover quando eu já não estou à chuva. Grata S. Pedro... Vou fazer queixinhas ao Pai Natal, vais ver as prendinhas que vais receber este ano, só para não seres assim comigo, com este ser angelical e maravilhoso, que fiquei com o cabelo ainda mais encaracolado e desconfio que se meter os dedos por entre os cachos, saem de lá bandos de corvos a refilarem e encontro uma teia de aranha ou outra, quiçá, a Ovelhinha Amarela.

Isto bem visto bem visto, se me constipar, mando a conta do médico à criatura que meteu o papel na escova do limpa pára brisas. Têm jeiteira, meter papéis em dias de chuva? Ó senhores... ó se-nhoresssssss mi poupem.

Gosto tanto de elogios!

frito e escorrido por Peixe Frito, 19.02.13

  Obviamente, de manhã aqui a criatura gosta de se aperaltar minimamente, de modo a não deixar a superfície terrestre e mais além, deserta. 

  Estava a dar uns jeitos no meu lindo e maravilhoso ninho de ratos, olho pela janela e observo uma das coisas mais simples da natureza e que eu adoro ver: chover e a fazer sol brilhante, por entre as nuves.

   Oiço um colega a murmurar: Peixinha, já viste? A chover e a fazer sol...

   E eu, a interromper o meu colega: Pois éééé, gosto tanto!

   ...e as bruxas a pentearem-se! - completa ele.

   - ...

 

   Decididamente, prefiro o ditado: "A chover e a fazer sol, e as bruxas a fazerem pão mole".

   E o que vale, é que hoje estou de bom humor.