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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

O meu dilema. Isto exige medidas extremas. Aceitam-se sugestões.

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.06.19

Está calor. Abafado. Muito abafado. Abro a porta, está abafado e quente fora do gabinete. Abro a janela? Mal por mal, ao menos entra ar.

O pior é o dito ar cheirar a poia de canito. Sim... já por não sei quantas vezes, que vou verificar se pisei alguma coisa e nada! É mesmo do ambientador da rua. Nossa que biolência para as minhas narinas, devo frisar!

Ninguém merece. Com tantas árvores de fruto, flores, cheiro a natureza, às árvores, ao mar, à serra, tinha logo de cheirar a aroma da terra profunda das traseiras de um animal de quatro patas que por vezes emprestam um aroma típico às esfregonas húmidas.

Que fariam? Ficavam fechados no gabinete, ao calor e a destilar - sauna mesmo - ou começavam a praticar apneia fora de água aka suster a respiração e fazer como as baleias e ir a correr até à porta mais próxima, expirar, inspirar e voltar para o posto de trabalho ou arriscavam-se a abrir a janela e, meia volta, levar com o ambientador natural que nos faz perder o apetite do nosso croissant de sementes?

Fica a questão no ar, na esperança que alguém me ajude.

Se desaparecer, já sabem a causa do meu desfalecimento.

Gosto de ser bem específica quando descrevo algo. Para não restarem dúvidas nem questões.

frito e escorrido por Peixe Frito, 11.04.19

A partilhar com uma pessoa o quanto outra pessoa cheirava mal:

- Maria, o Zé Aníbal hoje cheirava mesmo mal. Deus me perdoe, mas cheirava mesmo mesmo mal!!

- A sério? Mas mal, quê? Tipo mal, de não tomar banho?

- Não... Mal de quando pões a roupa na cesta da roupa suja junto com as meias a cheirar a chulé e as cuecas a rabo, e depois a vais lá buscar, a cheiras e pensas «afinal passa e ainda dá para vestir mais uma vez» mal.

- Que nojoooooo!!!!

É né... Imaginem eu a agoniar e ter de disfarçar frente à pessoa.

Bolas. Têm chovido tanto e há tantas pocinhas aí pela rua, mas será que a pessoa não podia ter lavado a roupita ou até posto em sabão dentro de uma poça, estendido que a chuva passava por água e com o sol que meia volta se faz sentir, a secava? Ficava enxuta e lavadeca. Escusava de me vir deixar rasto de peúgo azedo, logo pela matina.

Este é o resultado, quando eu tomo o meu banho mensal. Como já não tenho o meu cheiro a camuflar, abafar o de terceiros, fico com olfacto de perdigueiro. Uma carga de trabalhos, é o que é.

O pior, é que acabo por ser eu a verbalizar estes "encanamentos" alheios!

frito e escorrido por Peixe Frito, 04.04.19

Eu até poderia dizer que a pessoa estava a ser educada, mas percebi que estava era mesmo a ser ingénua, com o pensamento que me estava a partilhar. Ora, e que se passou? Passo a relatar. Puxem as cadeiras, de umas pipocas e apreciem.

Ida ao cinema com amigo. Sala vazia e poucos gatos pingados apareceram a aquela sessão. Aparte: realmente, quantidade não quer dizer nada e não venho para aqui com a situação de "poucos mas bons", pelo contrário. O casal de jovens que se encontrava ao meu lado, principalmente a mocita, parecia uma trituradora de pipocas. Não me refiro à quantidade - mãos cheias literalmente, parecia o monstro das bolachas versão pipoqueira - de pipocas que observei que ela degustava com toda a etiqueta, que algumas até me caíam em cima - porreira, partilhava comigo - mas sim ao barulho dela a mastigar. Além de ouvir o rapaz, do lado de lá, a explicar-lhe algumas das situações que apareciam no filme - foi filme da Marvel. Quem é nerd neste aspecto como eu e o meu amigo e aparentemente o rapaz, meia volta explica certas entrelinhas que se dão nos filmes, que apenas um fã Marvel (super heróis no geral) apanha - tolerei o barulho de mastigar galhos secos e morteiros, baleamentos pipocais, da rapariga.

Ora bem. Logo por sorte, já com tantas benesses do casal ao meu lado a me benzerem, ainda o perfume a baunilha da miúda, me começou a atacar a alergia. Era espirrar, lacrimejar, assoar. Um horror para quem quer estar a ver um filme. Ainda assim, lá assisti ao filme tranquilamente.

A questão foi que... meia volta... me cheirava a pipocas. E quando falo de pipocas, não me refiro às verdadeiras pipocas, de milho inflado, com açúcar ou sal ou caramelo ou simples e maravilhosas, que exalam um aroma maravilhoso. Falo da expressão que uso, quando me cheira a gases expelidos pelas vias traseiras de uma pessoa, de onde o sol não brilha. Nada mais agradável, estar no cinema e levar com aqueles tipos de ambientadores.

Quando acaba o filme, estava a falar com o meu amigo e tal, fazermos resumos e constatações do filme que estivemos a ver. Eu comentei que fiquei com alergia do perfume, me vi aflita só a assoar e ele diz-me, com aquele ar de sei lá quê, a roçar o meio lamentar, que algumas cadeiras deviam cheirar mal, porque meia volta, sentia mau cheiro e então achava que eram das cadeiras mal limpas ou chão da sala do cinema.

Perante aquela observação, não tive outra opção senão esclarecer aquela alma...

- Cadeiras cheirarem mal? Era mazera alguém a expelir gases! Quais cadeiras.

E ele ficou a pensar e fez ar meio enojado. E eu também fiquei a pensar. Como é que um gajo pensa que são as cadeiras que cheiram mal e não que alguém se estava a bufar durante o filme e que eu, gaja, é que topei a situação.

Confesso que pensei que ele ainda fosse gozar com o cheiro ou dizer upppss fui eu Peixa que me caguei, sorry, mas não. As cadeiras?? Ó senhores... Já ouvi lhes chamarem muita coisa, agora cadeiras mal lavadas, é estreia.

E admiro-me, como é que as almas do lado trituraram tanta pipoca, com aquele ambientador no ar, meia volta, a dar a sua graça.

É que era com cada snif, que até dava vontade de ir chamar um padre para vir exorcizar a criatura ou benzer, para lhe salvar a alma que o corpo já era faz tempo, já estava podre e em estado de decomposição bem grave.