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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

E é assim de surra que, subtilmente, vamos observando que estamos a ficar carcaças.

frito e escorrido por Peixe Frito, 08.10.21

Se há coisa que eu adoro - leia-se o típico sarcasmo - é quando vou em uma estrada em obras, com desníveis de pavimento, com as tampas do esgoto quase a três metros de altura do chão que sofre intervenção - sofre o chão e sofro eu, mas adiante - é ir ali a cinco à hora, com a maior das paciências a contornar e a fazer gincana mais os buracos, as tampas, os altos, os montes, os picos, as montanhas, as escarpas, os cães, os gatos, as velhas gaiteiras e os escaravelhos, a ver se não bato em nada e não dou cabo do peixmóbil. O tédio assola-me a alma e faz-me reflectir no marasmo que deve ser se ser caracol e ver a mesma paisagem durante meia hora, sem nada mudar. Até dá para ver os números das portas e olha, os sinais verticais de sinalização de trânsito, vejam bem! Devem ser novos, só pode. A malta passa ali com frequência e ainda não tinha dado por eles. Só lá deviam estar desde há momentos! Mas o que adoro ainda mais, é mesmo aparecer do nada uma criatura - não foi bem do nada, eu vi que o gajo arrancou do estacionamento, prego a fundo a armar-se ao cardo não sei para quê, que por acaso até se ia espetando na minha traseira, pois tive de travar dado o queijo suiço que anda a estrada - e se encostar a mim, assim a modos que a fazer pressão, sabem? Daqueles que até vemos deitarem fumo pelas orelhas e a espumarem pela boca e pelos macacos do nariz, por termos de ir devagar invés de a 300 kms por hora, numa estrada acidentada. Depois do gajo estar quase a cortar os pulsos com uma colher de sopa de silicone para os bébés, lá me conseguiu ultrapassar a toda a jarda, quase me arrancando a tinta do carro tal a velocidade do animal. E eu fiquei ali, na minha a vê-lo a dar cabo dos pneus, jantes, direcção, queimar combustível, aumentar o consumo da viatura, tudo só para coiso. Sim, para coiso! Pensei para comigo: "Olha como diz o outro, eu também já fui assim... parvo! Mas depois amadureci".

Pois está claro, também podia ir em marcha de urgência. Podia ter que ir buscar o pão quentinho a uma superficie comercial. Pôr a roupa em sabão. Ir pôr combustível dado o evidente aumento de preços. Okay, já sei. Estava com dor de barriga e tinha de ir arrear o calhau. Quem sabe, né? Talvez o problema do moço era ter as unhas dos pés demasiado grandes e não as conseguir desengatilhar do pedal do acelerador, dando assim aso a que tivesse de andar a alta velocidade em pavimento em obras.

Não me interpretem mal, eu não conduzo propriamente à avózinha e não, não é inveja: apenas fico admirada a falta de amor que aquele ser debita pela viatura que tinha nas unhas bem como nem lhe escorrer que se pode despistar e, assim enquanto o diabo esfrega uma pestana, dar início a um acidente envolvendo várias viaturas. Aí sim, como eu lhes costumo dizer: "Bates-me no carro e eu parto-te os dentes, criatura linda e fofa, orgulho da mamã e do papá!", sempre em tom amável diga-se de passagem, há coisas que me fazem observar que de facto, estou uma Peixa crescida! Só andei mais devagarinho para irritar ainda mais o moço e não o mandei ir visitar a casa da peça das Caldas, quando ia dando um beijinho no meu traseiro! 

Condução agressiva ou semi agressiva, mania que somos racings ou que somos o Bip Bip das estradas, todos passamos um pouco na vida. Agora a paciência que uma pessoa por vezes têm de ter no trânsito, aquando apanha marmanjos que nem sequer têm pêlo na cara que se digne mas que lhe chama barba ou nem cara para levar uma achega, ó Santa Pachorra. Se bem que os mais velhos por vezes também se armam em artistas, mas não vamos por aí, que essa estrada ainda é mais acidentada e esburacada do que aquela por onde costumo passar e longe de mim, andar para aqui a largar postas de pescada que possam armar a confusão! Alguma vez? Onde já se viu isso? Blasfémia.

Sabe sempre bem ouvir elogios destes.

frito e escorrido por Peixe Frito, 23.05.19

Fazer um remédio herbal, pedido por uma criatura para dar à sua criatura mais jovem. Uns tempos após essa situação se ter dado, naturalmente que quis saber o feedback:

- Então, como correu com o remédio para a tosse?

- Como correu? Queres mesmo saber?

- Sim... (medoooo)

- Na primeira colherada, a criança exclamou: «Mãe! Isto é pior do que a morte!!!"

É bom saber estas reacções. Da próxima ponho laxante, para ele ver o que é bom para a tosse

A tradição já não é o que era!

frito e escorrido por Peixe Frito, 01.11.09

   Estava eu à espera de acordar logo pelas 8:00 da matina, com berros de petizes na rua aos grupinhos, a tocarem às campainhas, a pedirem o mítico "Pão-por-Deus", quando dou por mim a acordar às tantas, e sem ninguém me ter tocado à campainha (não, a minha campainha não dá para desligar... infelizmente que às vezes dava jeito). O mais irónico disto tudo, após anos e anos e anos de me andar a esquivar a abrir a porta aos miúdos (alguns lá me fintavam grrr), após obrigar o meu falecido avô a ficar tipo estátua e sem falar nem fazer barulho, para não ter de abrir a porta à criançada, de não levantar persianas nem cortinas, para não pensarem que há gente em casa, etc etc,  este ano, (após rever e engedrar os esquemas do costume) lá decididi oferecer rebuçados aos miúdos. «Ah Peixa», pensei eu «Tu lembras-te como era fixe andar a pedir Pão-por-Deus, chegar a casa e ver tudo o que tinhamos recolhido - e ver as coisas que a mãe nos obrigava a mandar fora, porque achava que não podiamos comer humpf», e... puf!! Fez-se Chocapic! Mas na realidade... após quase ter sido visitada pelo meu fantasma do passado, do presente e do futuro... não aparece ninguém! Bem... apareceu uma criança lá para o meio dia... UMA CRIANÇA! Estou em choque.... Onde estão aqueles enormes grupos de miúdos? Aonde?... Nem rasto. Ainda bem que não investi muito em rebuçados que tinha ali uns no pote (tencionava oferecer aqueles melosos que já ninguém pega, e agora como me livro deles? ahahah 'tou a brincar :D) e gamei mais outros à mãe Peixa para juntar aos da casa - essa sim compra sacos de rebuçados de propósito para a criançada. Ainda existem pessoas com bom coração. Ainda bem que a mãe não é igual à filha, senão coitados dos putos! :) - porque seria prejuízo na certa.

    Mas há coisas engraçadas. Existem truques no "Pão-por-Deus"!! Ah pois é. Eu quando andava ao "Pão-por-Deus", na minha tenra idade de alevim, já sabia que não podia fazer muito barulho, nem a falar, nem com o saquinho, porque havia a probabilidade de não me abrirem a porta, e não receber "Pão-por-Deus." (isto faz-me lembrar alguém eheheheheh)

     Uma das coisas que me fazem rir, é quando oiço a campainha tocar e um silêncio de cortar à faca. Obviamente, eu já sei que são miúdos para o "Pão-por-Deus", mas é engraçado o silêncio que fica de repente, onde até se ouvem as moscas. Quando digo: "Quem é?", oiço uma carrada de vozinhas a atropelarem-se: "Pão-por-Deus, Pão-por-Deus!!!" eheh São todos iguais. Só deixo de lhes achar piada, quando se levantam com as galinhas, e já andam a tocar à campainha nessa altura, quando uma pessoa ainda está a "cozer arroz", ou a "serrar lenha" como preferirem, e lá tem de se levantar que os miúdos são arraçados de chato, e  tocam à campainha que se fartam. Até parece que nascem com cola na ponta dos dedos, que quando apanha uma campainha... nunca mais larga!!!

    Qual é a conclusão a que eu chego? Não fui talhada para oferecer rebuçados, nem chocolatinhos no "Pão-por-Deus" aos petizes. É um sinal divino. Tenho de me limitar a esquivar ao abrir a porta, e a não dar os meus preciosos rebuçadinhos "Toffee", os meus fantásticos "Flocos-de-Neve", os meus ricos rebuçados de mentol, e os meus excelêntissimos... "Sugus". Olha, temos pena... Fico eu com eles! eheh

 

   P.S.: Devo de entrar no Guiness com este post, dada a quantidade excessiva que escrevi e fiz referência ao "Pão-por-Deus"! - Toma, mais uma. iiiiincha!!! eheheheh