As máquinas vão governar o mundo, vão por mim.
Decididamente, os fins-de-semana fazem mal a alguns aparelhos e máquinas na empresa. Mais frequentemente do que a malta gostava que acontecesse, meia volta há uma que se arma em engraçada e decide torrar o juízo ao pessoal, não fazendo o que lhe mandam ou nem ligando sequer - a fazerem-se de mortas, as engraçadinhas - acabando por ligar, depois de uma pessoa lhes chamar todos os nomes fofinhos que lhe vieram à mente e, inclusive, depois da criatura estar ao telefone com o técnico e chegarem a conclusão nenhuma. Dá jeito, estão a ver? Ser m23da nenhuma, não funcionar só porque sim. Pancas! Ora, não querendo ficar fora do grupo e se sentir excluído ou ser vítima de bulling, chegou a vez do microondas. Este, amavelmente, já andava a dar sinais. Assim a dar uns punzinhos de alarme, antes de dar o peido mestre. De surra, largava uma de pantufas: começou por andar para o futuro ou seja, invés da contagem do aquecimento ser em decrescente, passou a ser crescente. Metíamos no "3" e tínhamos de nos pôr a pau, que não tardava e estava era no "6" invés do "0". Como não apitava ao chegar ao "0" porque andava em frente, uma pessoa tinha de se pôr de sentinela, a controlar o tempo, não fosse lhe dar a macacoa. Pior ainda, se isto fosse sempre, mas não... era mesmo quando lhe apetecia, mesmo tendo acabado de aquecer um prato há segundos. "Ah e tal, agora apetece-me andar para a frente, lá diz o outro que devemos de deixar de andar para trás como o caranguejo, então vou em frente na vida, para desenjoar, ir em modo crescente invés de decrescente." Ao género de quando uma pessoa anda à roda e intercala com o rodar para a direita e o rodar para a esquerda, a fim de não ficarmos todos com uma broa sem fumos e com os macacos do sótão na pura da loucura, assim fazia o microondas, mas a modos que rouletta russa sem balas mas de tempo e de nos queimar a língua, quando nos distraíamos com o temporizador.
Sentindo-se aborrecido, começou a virarmos o ponteiro a colocar o tempo e o bicho não funcionava até ao "3". Coincidência do caraças, todos temos o raio do hábito dos 3 minutos ser um tempo fixe para não aquecer demais, afinal o microondas com visão futurística temporal, achou desnecessário que até o "3", qualquer tempo funcionasse pois não o usamos. Esperto, o macaco! Lá tivemos de nos adaptar e dar um ligeiro toque acima dos "3", para que o animal funcionasse. Meia volta - neste caso literal - nem o prato rodava totalmente, ficando parado a meio da volta. Pronto, uma animação todos os dias à hora de almoço, pois nunca se sabia com o quê o microondas nos ia presentear.
Chegando finalmente ao que se aborda no início deste post - fosga-se Peixa, hoje falas pelas escamas - depois do fim-de-semana e a adivinhar o feriado, o microondas tinha uma na manga: tal como houve greve na educação, ele achando-se o mestre da batatulina, decidiu inventar uma nova, à estreia, nunca antes vista nem presenciada por nenhum dos intervenientes, aquele último truque antes de dar o peidão mestre como se fosse um celeiro cheio de gás expelido rectalmente pelas vacas criando assim uma bomba atómica dos entrefolhos vaquences, mesmo a tempo do feriado no dia a seguir, nem dando hipótese a que a malta fosse comprar um novo a tempo do que fosse: o coelho que ele sacou da cartola foi não funcionar. Rodarmos o temporizador e ele esticar o dedo do meio. Nicles batatóides. Vão todos para o coiso ou querem que vos mande, de modo muito explícito e concreto. Porém, ele é um armadilhas. Lá lhe caiu a ficha e teve um pouco de decência de, mais uma vez, fazer um puzzle e de fazer com que o verdadeiro tuga exercitasse a sua veia do desenrasca ao mais alto nível: o microondas funcionava sim... se carregássemos na tecla de abrir. Sim, na de abrir a porta! Porra mas qual a ligação?! Quando se abre a porta o microondas desliga e não é suposto accionar o aquecimento!! Sim... esmerou-se o animal. Então ali tínhamos de ficar, não só a guardar o temporizador não fosse ele ter algum espasmo do futuro mas ficarmos ali a carregar no botão de abrir, para o prato rodar. Lá uma alminha teve uma iluminação e cravou uma patilha daquelas do café, sabem, das novas paneleirices para mexer o café, em madeira? Aquelas mega higiénicas que vêem todas ao molho dentro de uma embalagem de cartão? Exacto. Patilha espetada a fazer de calço e o gajo funcionava às mil maravilhas. Após reunião de pessoal, foi unânime que o microondas devia de ir dar um passeio ao jardim das tabuletas e plantar umas couves, ao fim de uns 20 anos. E assim foi, a história do microondas. Hoje, o pessoal foi comprar um novo e estamos todos felizes e contentes, porque temos um espécime novo que se vai portar bem - até quando. Até quando. Se o outro Zé da Manha aprendia os esquemas sozinho fechado na cozinha, imaginem este com novas tecnologias e circuitos, que não há-de ele marinar em conjunto com o frigorífico e a máquina de café? Vamos ver como páram as modas.
As máquinas vão governar o mundo, vão por mim. Elas fazem o que querem e bem lhes apetece. Não acreditam? Ora pensem nas impressoras, por exemplo... Depois não digam que não avisei!
E com esta me vou (*drop the mike*)