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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Já não basta ser deprimente o suficiente...

frito e escorrido por Peixe Frito, 03.11.09

   ...estar doente, como por si só ter de tomar uma quantidade significativa de medicamentos de x em x horas (sem poder falhar o horário), e só por azar, os horários são sempre uma treta. Quando digo isto, é porque calha-me sempre a situação de ter de acordar de madrugada para tomar a medicação. Não é justo! Então uma pessoa está doente, e não têm uma noite de sono como deve de ser?... Não há condições. Ainda por cima, os medicamentos têm cada nome, que até metem medo ao susto - Já sei, já sei! Se o virus não morrer com a mediacação, ao menos morre com o susto ao ouvir o nome desta. Espertos os tipos da farmacêutica. 

    Serei eu a única que não me lembro de 1/3 do nome dos medicamentos, e dos que me lembro, pronuncio mal o nome? Não seria mais fácil darem nomes aos medicamentos que fossem mais fáceis de fixar e pronunciar? (do género: Remédios para a gripe: Estou com a jipose 1, Estou com a jipose 2, etc... Para as dores: Estou com o reumático 1, Estou com o remático 2, por ai adiante... Não era mais funcional?) É que quando uma pessoa está doente, a memória e a coordenação "lingual" (refiro-me ao acto de proferir as palavras) não está no seu maior esplendor, pelo que dizer coisas complicadas pode ser a diferença entre a vida e a morte nas filas da farmácia. Ainda bem que as receitas agora são computorizadas, o que fez diminuir consideravelmente a taxa de mortalidade nas filas das farmácias, porque antigamente, quando estas eram passadas à mão, alguém não percebia o que o médico prescreveu, e outro não sabia pronunciar o nome, e primeiro que chegassem a alguma conclusão, já alguém tinha batido a bota.

    Cá para mim... Havia era ali um consórcio entre as farmácias e as funerárias...! Digo eu...!

A tradição já não é o que era!

frito e escorrido por Peixe Frito, 01.11.09

   Estava eu à espera de acordar logo pelas 8:00 da matina, com berros de petizes na rua aos grupinhos, a tocarem às campainhas, a pedirem o mítico "Pão-por-Deus", quando dou por mim a acordar às tantas, e sem ninguém me ter tocado à campainha (não, a minha campainha não dá para desligar... infelizmente que às vezes dava jeito). O mais irónico disto tudo, após anos e anos e anos de me andar a esquivar a abrir a porta aos miúdos (alguns lá me fintavam grrr), após obrigar o meu falecido avô a ficar tipo estátua e sem falar nem fazer barulho, para não ter de abrir a porta à criançada, de não levantar persianas nem cortinas, para não pensarem que há gente em casa, etc etc,  este ano, (após rever e engedrar os esquemas do costume) lá decididi oferecer rebuçados aos miúdos. «Ah Peixa», pensei eu «Tu lembras-te como era fixe andar a pedir Pão-por-Deus, chegar a casa e ver tudo o que tinhamos recolhido - e ver as coisas que a mãe nos obrigava a mandar fora, porque achava que não podiamos comer humpf», e... puf!! Fez-se Chocapic! Mas na realidade... após quase ter sido visitada pelo meu fantasma do passado, do presente e do futuro... não aparece ninguém! Bem... apareceu uma criança lá para o meio dia... UMA CRIANÇA! Estou em choque.... Onde estão aqueles enormes grupos de miúdos? Aonde?... Nem rasto. Ainda bem que não investi muito em rebuçados que tinha ali uns no pote (tencionava oferecer aqueles melosos que já ninguém pega, e agora como me livro deles? ahahah 'tou a brincar :D) e gamei mais outros à mãe Peixa para juntar aos da casa - essa sim compra sacos de rebuçados de propósito para a criançada. Ainda existem pessoas com bom coração. Ainda bem que a mãe não é igual à filha, senão coitados dos putos! :) - porque seria prejuízo na certa.

    Mas há coisas engraçadas. Existem truques no "Pão-por-Deus"!! Ah pois é. Eu quando andava ao "Pão-por-Deus", na minha tenra idade de alevim, já sabia que não podia fazer muito barulho, nem a falar, nem com o saquinho, porque havia a probabilidade de não me abrirem a porta, e não receber "Pão-por-Deus." (isto faz-me lembrar alguém eheheheheh)

     Uma das coisas que me fazem rir, é quando oiço a campainha tocar e um silêncio de cortar à faca. Obviamente, eu já sei que são miúdos para o "Pão-por-Deus", mas é engraçado o silêncio que fica de repente, onde até se ouvem as moscas. Quando digo: "Quem é?", oiço uma carrada de vozinhas a atropelarem-se: "Pão-por-Deus, Pão-por-Deus!!!" eheh São todos iguais. Só deixo de lhes achar piada, quando se levantam com as galinhas, e já andam a tocar à campainha nessa altura, quando uma pessoa ainda está a "cozer arroz", ou a "serrar lenha" como preferirem, e lá tem de se levantar que os miúdos são arraçados de chato, e  tocam à campainha que se fartam. Até parece que nascem com cola na ponta dos dedos, que quando apanha uma campainha... nunca mais larga!!!

    Qual é a conclusão a que eu chego? Não fui talhada para oferecer rebuçados, nem chocolatinhos no "Pão-por-Deus" aos petizes. É um sinal divino. Tenho de me limitar a esquivar ao abrir a porta, e a não dar os meus preciosos rebuçadinhos "Toffee", os meus fantásticos "Flocos-de-Neve", os meus ricos rebuçados de mentol, e os meus excelêntissimos... "Sugus". Olha, temos pena... Fico eu com eles! eheh

 

   P.S.: Devo de entrar no Guiness com este post, dada a quantidade excessiva que escrevi e fiz referência ao "Pão-por-Deus"! - Toma, mais uma. iiiiincha!!! eheheheh

Histórias horripilantes de Halloween (2)

frito e escorrido por Peixe Frito, 29.10.09

     Esta não é bem de Halloween, mas pronto..

 

    Conta a minha vózinha Peixa-Mor, que lá na santa terrinha dela, lá para trás do sol posto, onde Judas perdeu as botas para ser mais precisa, havia um cemitério. Por coincidência, ao lado do cemitério, haviam terrenos de cultivo de legumes, tais como tomates, favas, batatas, etc. Pois bem, hoje já não se usa muito este tipo de gesto, mas naquela altura (no tempo da Maria Cachucha d.c.), era muito usual as pessoas terem os seus terrenos cultivados, e na altura de colher os vegetais, falavam lá pela terra se alguém os ajudava, e o pagamento de tal ajudinha, era uma determinada quantia de legumes. Muita gente ajudava, mas porém, ninguém queria as batatas. A vózinha Peixa diz que não se ralava, que não se fazia de rogada, pois comer é comer, e umas batatinhas calhavam sempre bem à mesa, de onde quer que fossem as suas origens.

     Então querem saber porque ninguém queria as batatas? Eu conto... É que os pés das batatas encontravam-se rente ao muro do cemitério, e as ditas raízes alimentavam-se de vários nutrientes da terra, inclusivamente... da decomposição dos mortos (dizem e até tem alguma lógica, né?). Assim sendo, as pessoas ajudavam a apanhar a batata, mas ninguém a queria. Conta a vó que as batatinhas eram lindas e grandonas, assim mesmo com bom aspecto (pudera...! 100% orgânico!!! Se fosse actualmente, acho que as batatas não se safavam, porque acho que os botox e silicones e companhia limitada, não devem ser muito comestíveis, nem devem de adubar nada).

     Ora digam-me. Vocês também não comeriam destas batatas, apenas porque nasceram encostadas ao muro do cemitério, com uma grande probabilidade das plantinhas se alimentarem da decomposição criada pelos corpos dos mortos lá enterrados?