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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Cambada de mimados, as criaturas que crio com todo o amor do mundo.

frito e escorrido por Peixe Frito, 07.11.18

Tenho uns peixes que são o máximo. Contam já com quase onze anos de vida e cada dia que passa, mais cromos ficam. Qual foi a última deles? Amuaram. Sim sim, amuaram. Sabem porquê? Eu conto.

Descuidei-me com os floquinhos que lhes dou de comer e, quando ia colocar floquinhos no aquário no ritual diário de quando chego a casa, vejo que a embalagem ficou vazia. "Uppsss" pensei "Caraças que me esqueci dos floquinhos". No dia a seguir, voltei a esquecer. Pois olha... não comeram nesse dia. Um dia sem comerem também não lhes faz mal e até lhes ajuda o sistema digestivo. O problema, foi eu no dia a seguir, não ter tido nenhuma possibilidade de ir aos floquinhos. Chego a casa tarde, vejo a embalagem dos floquinhos na credencia à entrada de casa e partiu o meu coração. "Possa... esqueci dos meus amores. Mais um dia sem comerem". Isto mexe mesmo comigo, não há necessidade de eles passarem dois dias sem paparoca por minha irresponsabilidade. E eles depois, são umas melgas de barbatanas: normalmente já fazem um chinfrim no aquário a pedirem comer - e isto com as refeições em dia - quando abro a parte superior do aquário, parecem feras - tubarões como uma vez me disseram, quando fui de férias e lá foi família não habituada a eles: "Possas, pareciam uns tubarões a atacarem os floquinhos" - quase saltam fora de água, tal é o seu sentido de predação com floquinhos inocentes a boiarem indefesos, fazem sons na tona da água, rebentam bolinhas e faz eco no aquário e parecem bichos das cavernas, andam a perseguir-me para onde me mexa, se vou para a esquerda, lá vão eles atrás, se vou para a direita, lá estão eles... se olho para o aquário estão todos parados a olhar para mim à espera de comer, dando uns repenicões com o corpo como quem me diz: "Méquie gaja, manda daí os floquinhos que já se faz tarde!!", só parando de me fazer pressão - under pressure... como cantavam os Queen - quando eu lhes der comer. É que nem sossegada consigo estar no sofá, estão sempre a mandar vibrações mentais até comerem. Uns sabidos, é o que são. Então, isto tudo para chegar à parte do amuanço. Fui comprar os floquinhos (*ALELUIAAAAAAA* - coro angelical) e, vi granulado pequeno. Pensei que podia variar, lhes dar floquinhos e outro dia granulado, para ser diferente, já que eles comeram as pastilhas de algas que eu tinha do meu Peixão - outro que desencarnou com 12 anos - pensei que a coisa até ia funcionar. Não podia estar mais iludida. Cheguei a casa, barulho logo no aquário - os tipos devem ter câmera de filmar à entrada para me controlar pois mal eu chego, oiço a saltar na água e a fazerem os sons cavernosos a chamarem a atenção - e lá fui eu lhes dar paparoca. Como estavam há dois dias sem comer, pensei ser uma boa altura para lhes dar o granulado... mesmo não sendo floquinhos, com a fomeca a apertar, aquilo ia marchar. É né? Pois, era suposto. Meti o granulado no aquário, foi vê-los a chegarem à tona e a darem curvas para trás, tal e qual um carro a fazer uma guinada de emergência para evitar um acidente e a ficarem sossegados no fundo. Nem foram mais à tona. Amuaram, os ranhosos. Mandaram-me a mim comer o granulado, nem lhe tocaram. Tal e qual crianças a amuarem à mesa por terem de comer brócolos e não gostarem. Resumindo: deixei passar um bom tempo, a ver se comiam. Nada. Zero zerinho zereta. Pronto... tive de ir por flocos. Desconfiados, lá foram cheirar e acabaram por comer os flocos. Olha agora, armados em finos? Nunca me passou pela cabeça, serem esquisitos a comer! Até já camarões secos das tartarugas lhes dei e marchou! Agora granulado? Isso come-o tu.

Para o que eu haveria de estar guardada. Mas uma coisa é certa, ah vão ter de roer com ele, nem que seja aos poucos, ou não me chamo Peixa Maria e na minha casa não há cá espaço para esquisitices!