Mais um caso para os ficheiros secretos.
Há dias de costoletas de porco à salsicheiro, dias de frango assado e até de peixe grelhado, mas não hoje! Ao que parece, hoje é dia de pavão na rua, a passarinhar. O malandro, que gosta de viver a vida no limite e andar na pura da loucura a assustar os patos e as galinhas, anda por aí a cirandar. Só se ouve de fundo, um cantar profundo e, para ser honesta, é algo que se torna meio bizarro pois ora digam-me lá, faz sentido aparecer um peru armado em drag queen, em um meio urbano, onde não há parques naturais nem nada que se pareça - pá, a serra é aqui ao lado, mas na serra não há pavões... que eu saiba!
Sempre que o oiço, dúvidas existênciais me assolam a alma:
Será mesmo um pavão?
É o Wile E. Coyote que anda aí a ver se caça o Bip Bip?
Será que hoje se vai manter solinho no céu ou vai chover ao fim do dia?
Que é que hoje vou fazer para o jantar?
Preciso de ir às compras, o que é que me falta na lista?
Mas porque raio tenho caracóis pequenos a passearem pelo peixmóbil?
Será que não há um único par de collants de vidro que eu tenha, que não tenha o raio de uma malha?
Questões... muitas questões que permanecem sem resposta e que fazem que, à noite quando me deito para dormir, adormeça rapidamente que nem uma porca no batatal, só acordando de manhã.
Vida dura. Muito dura. A influência que um simples pavão, pode ter na vida de uma alminha como eu. Nunca substimem o poder de um pavão, é o que vos digo.