Coisas destas, podem-me oferecer todos os dias que eu aceito de braços abertos.
Pois é, isto aconteceu comigo há dias. Ensinam-nos desde tenra idade, a não aceitar nada de estranhos, mas nessa altura é isso que somos, crianças versus um adulto. E quando é um adulto versus uma criança?? Deixa de se ter o receio de nos comprarem com doces para o que seja ou que os mesmo contenham droga e outras substâncias esquisitóides frente a poderem estar cheios de baba e ranhoca, a terem andado por todo o lado - até na guerra - já se sabe como são as crianças e os seus cuidados com o que comem. Aqui fica o meu relato, sobre esta minha experiência, em primeira mão e em exclusivo para a fritadeira.
Parte-se uma piñata. O criancedo todo de volta dos rebuçados e chupa chupas que nem formiguedo. Observo que apanham tudo menos os meus amados toffees. Até há quem os apanhe e mande de volta fora. Dó de alma. Que dóóóóó de alma. Juro que ouvi o meu coração partir. E digo eu a aquela catrefa de gente pequena:
- E os toffees pá? Ninguém apanha os toffees? E eu que gosto tanto de toffeess!!!
Então não é que, para minha admiração, se chega a mim uma menina pequenita, que mal falava, com três toffees na mão (a mão dela não dava para mais) e me estende a mãozita.
E eu, apanhada de surpresa:
- Amor... são para ti querida. Papa tu.
E ela insistia.
- Não querida... são para ti. Agradecida, mas são para ti. Guarda no teu bolsinho.
E ela faz ar triste, sempre de braço estendido para mim. Pronto... meu coração já rachado voltou a colar pelas brechas e desta vez derreteu, frente a aquele gesto. Lá aceitei os toffees da menina, que me sorriu e acabou por alegrar o meu dia com a sua simplicidade e amabilidade - e contribuir para as roupas encolherem e deixarem de servir.
Ninguém quer deixar uma criança triste, não é? Naturalmente que eu tinha de aceitar os caramelos por ela, eu amar toffees foi uma mera coincidência coincidênciosa até bastante abençoada, ou não foi?
Nem sempre faz mal aceitar coisas de estranhos. Óbvio que os examinei antes de os comer, não fosse encontrar lá bocados de terra, gravilha, um dedo, um sapato perdido, uma meia desencontrada do par ou até a Ovelhinha Amarela. Vindo de crianças, nunca fiando - até um piolhito lá podia vir, quiçá.