E pareço uma maluquinha.
Sabem aquele nevoeiro que não é carne nem é peixe? Que não é denso e nem subtil? Que aprece um degradé do céu até ao chão, assim com ar de filme de Tim Burton, quando entramos em um sítio que nos faz sentir que vai haver uma grande probabilidade de apanharmos um cagaço e humedecer a cueca de medo? Pois é assim que têm estado para as minhas bandas. Ao que parece, o universo anda a mascarar-se e a preparar-se para o dia das bruxas com antecedência. À noite, as estradas costumeiras, ficam com um arzinho de bizarras e tenebrosas, que uma pessoa está sempre à espera que algo salte do meio das brumas. Na verdade, não sou cagufas com essas coisas, porque o que me faz espécie é outra coisa. A densidade do nevoeiro em si. Ora meus amigos, ou é nevoeiro ou não é, simples. Não é estar nevoeiro que parece uma máquina de fumo das ranhosas e entupidas. Nevoeiro que se preze, não nos permite ver nada em volta, somente uns metritos na periferia - é nevoeiro mas mantém as regras mínimas de segurança, o que eu acho bem - e não ver tudo opaco desde cima e a partir do meio, esbater. A minha reclamação é porque este nevoeiro sumidito, me faz parecer que tenho o vidro embaciado e ele não está! E isso sim, é irritante. Estar com frequência a ligar e desligar as cenices no peixmóbil, para desembaciar o vidro e ele não estar embaciado, porque parece mesmo que está embaciado! Fora as vezes que passo o dedo no vidro, para de facto me certificar que está embaciado! - "embaciado" é a palavra do dia, como dá para constatar.
Estou a ver que é o trick or treat de S. Pedro. Mas se o menino não têm mais que fazer que me andar a testar a qualidade dos meus zóios e a minha paciência, eu tenho. Vá lá fazer chover para outras bandas, invés de andar a brincar com as máquinas de fumo, vá vá.