Uma para descomprimir no fim do dia, visto que está quase na hora dos grandes sairem à rua.
Adoro este Husky!
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Adoro este Husky!
Primeiro dia de Primavera-Verão do ano de verdade, não daquelas mariquices de chuva molha tolos e sol envergonhado atrás das saias das nuvens. Sol forte na rua. Calor. Assim daquele de ar bem quentinho que nos faz pedir é uma boa sombrinha, debaixo de uma árvore, acompanhados por uma bebidinha fresquinha.
Aparece um ser, uma criatura, em pleno dia desses, com casaco vestido.
- Então? Não têm calor, de casaco vestido, homem!
- Ah... algum. Mas prefiro ter o casaco vestido, para não se verem os suspensórios nem se notar tanto a barriga.
Fez-me lembrar aquelas criaturas que usam sapatos de salto alto a morderem-lhes os pés, mal sabendo andar com eles e ficando com eles em ferida, só porque são bonitos e fazem o pandam perfeito com o resto da indumentária ou aqueles que compram roupa mais pequena, ficando apertada e as banhinhas a sairem de fora que nem um pudim a transbordar da forma, somente porque gostam da roupa e não havia o número deles.
Antes todo o mal fosse se verem os suspensórios ou se notar a barriguinha típica da idade. Mas é preferível assar que nem um leitãozinho na brasa, de casaco vestido num dia de sol. Opções!
No calendário. No ca-len-dá-rio. Sol hoje, só na minha imaginação - quero crer que ele brilha intensamente por cima das nuvens cinzentas de chuva, que cobrem o céu.
Com tantos dias de calor, logo o dia mais longo do ano, é benzido por chuva intensa. Como se não bastasse o que já choveu no resto do ano, precisamente hoje que anoitece mais tarde, vamos levar com chuvinha todo o santo dia. Abençoados sejamos.
Ao menos não faz frio, porque se fizesse... era a cereja no topo do bolo.
São Pedro, São Pedro... tens cá um sentido de humor, que vou-te contar. Espero bem que te esmeres no resto do ano e que me dês um Agosto quentinho, para poder ir ganhar alguma corzinha, neste meu bronze à carneiro da fruta.
É uma chatice quando o vento venta forte. Além de levar tudo para a casa do coiso das caldas, quando é frio... caramba. Até se nos enregela os... ossos!
Mas em dias quentes, que bem sabe uma ligeira brisa, de vento morno. Até toca na alma e dá uma sensação de aconchego fenomenal - além de ajudar à transpiração corporal do pessoal e a aliviar alguns cheirinhos, erm... mais assim para o coiso, que nos faz pensar se algumas pessoas sabem que existe desdorizante e assim.
Nunca quiseram tanto que soprasse um ventinho, não é? Eu que o diga, que já estou a virar Peixa assada com a situação.
Alguém conhece a dança do vento, que partilhe aqui com a gaja? Já fazia falta uma aragem por estes lados.
Muito agradecida.
No fundo no fundo, toda a gente se queixa das chuvas, sol forte ou ventanias que se têm sentido no pêlo, graças à bipolaridade do tempo. Ora porque chove e mais o catano-que-nunca-mais-vêm-o-sol-que-estou-farto-da-chuva-e-de-apanhar-molhas-e-que-já-vinha-mazé-o-verão-e-o-sol-já-falei-do-sol-não-sei-se-falei-do-sol-quero-lá-saber-que-estejamos-a-passar-seca-nacional-e-que-a-chuvinha-embora-incómoda-por-vezes-faz-uma-faltinha-do-camandro-para-que-nós-não-passemos-sedinha-ou-possamos-tomar-uma-banhoca-no-aconchego-do-nosso-lar-mas-isso-agora-não-interessa-para-nada, ora porque é sol e-está-calor-e-ai-que-não-aguento-que-me-desfaço-em-líquidos e é só ver pessoal de t-shirt e calções (ó pessoal... ó por favor! Mas será que ninguém pode ver uma réstia de sol e têm logo que andar a partilhar o bronze à lençol branco lavado com tide...?). Ficam doentes e depois desculpam-se que é do tempo estar marado... pois está claro. Nem eu diria outra coisa.
Quem deve agradecer imenso ao vento, são os varredores da rua. E porquê? Porque em certos sítios, é só fingir um pouco a abanar a vassourinha no ar, que o vento faz o resto. É só ver folhas, galhos, pétalas de flores, lixos e merdas coisas fofinhas a voarem pelo ar. Que o digam os pássaros como andam a "parar" os ventos: Ultimamente andam em excesso de velocidade. Fazem cada manobra perigosa e razia às árvores, que é um ver se te avias. Há pardais que passam por mim nas horas do caraças, tal é a bisga. Olha os passaritos a aprenderem a voar com estas ventanias? Bem... emoção e adrenalina no pico máximo. Esses não precisam de desportos radicais, basta sairem do ninho nos dias de vento forte.
Okay, está bem, vida de varredor nos dias de vento têm um dark side: não há montinho que resista. Assim como o vento ajuda a poupar as cerdas da vassoura, poupa as mãos de calos e farpas resultantes do esfreganço das mãos na madeira do pau (soou mal, eu sei, eu sei, adiante) e ajuda algumas criaturas a curtirem os efeitos do vinho matinal, também depressa lhe dá um vipe e desarruma a casa toda ao homem. Sem dó nem piedade. Como diz o outro (momento filosofal da manhã) "Deus dá com uma mão, e tira com a outra" ou como quem quer dizer "Andas pr'áí a fazer ronha a fazer festinhas ao chão com a vassoura por causa do vento, daí a nada falo com o S. Pedro e mando uma encomenda especial para ti, que vais apanhar o lixo na casa da peça das caldas*".
Coisas boas destas ventanias? hum... (*esfregar a mão no queixo com ar de intelectual a pensar*) Tirando o facto de me despentear ainda mais o cabelo encaracolado - despentear... pfff... até parece que alguma vez ele têm ar de penteado! - sarcasmos à parte, é a maneira subtil de a natureza permitir a fecundação das flores, de modo a que se dê propagação das espécies, que nasçam frutos e vegetais. Só pólen pelo ar, pétalas, abelhas desgovernadas. O problema é que além de fecundar as flores, fecunda-nos também o nariz: no meu caso em específico, invés de dar frutos pela batatinha do nariz, sai ranhoca para dar e vender - Se alguém quiser, tenho para a troca. Produto do dia, sem conservantes e aditivos.
Deixem lá, animem-se! As previsões do tempo avisam que a chuvinha vai voltar. Yeahhhhhhhhhhhhh pocinhas e poçonas, rios de água por todos os lados, shlap shlap com fartura - é o tempo dela, vá. Há-de vir o sol e a altura em que poderemos desfrutar de uns belos bronzeados à lagosta e de uns mergulhos na aguinha salgadinha e de entupirmos o ralo da banheira com a areia da praia com que vinha o cuecal cheiiiiinho.
* Se alguém não sabe que quero dizer com isto, é uma maneira politicamente correcta de dizer uma determinada asneira. Fica aqui um quizz: Que peça de artesanato regional é típica das Caldas?? Ver aqui. Olhem que há uns bem catitas hein? Todos fashion e o caraças. Obs.: Reparem no que diz o prato depois da prateleira... Não podia estar colocado em melhor sítio.
Esta lembrou logo do anúncio mas neste caso não foram flores, nem ninguém me ofereceu nada físico.
Partilho este episódio da minha vida apenas porque me senti agradavelmente surpreendida com a situação e senti que foram raras as vezes que alguém reagiu assim à minha pessoa. Pelo menos de modo tão efusivo, espontâneo e sincero. Sem me conhecerem de lado nenhum.
Vi uma pessoa meio embaralhada com o funcionamento do seu automóvel, a fazer fila no posto de abastecimento. Curiosamente, era eu a primeira da fila. E fiquei ali tempos a observar a situação da pessoa, confusa como abria sequer o tampão do carro. Os carros desviavam-se de mim e iam para outras bombas e eu, não resisti. Travão de mão, desligar o Peixmóbil, tira chaves, tranca criatura e ali vai ela confrontar aquele ser.
Como começava a suspeitar, era estrangeiro. Mal o abordei até se assustou e me cumprimentou em inglês. Assim se iniciou a conversa. Atalhando que não irei contar tudo, entretanto aparece uma senhora que estava no lugar do pendura e começa a meter-se comigo. "As mulheres sabem tudo, não é verdade?" diz-me ela em inglês enferrujado, a sorrir. E continuámos a falar alegremente, com o irmão a abastecer o carro.
Não sei precisar quanto tempo ali estivemos em amena cavaqueira, mas mais de 10 minutos foi certamente.
Ao se despedir de mim, disse-lhe que lhe desejava um resto de dia feliz, solarengo e uma boa viagem amanhã para sua casa. Eis que me diz assim: "Um feliz dia de sol, não apenas hoje mas para o resto dos meus dias assim como para o resto dos teus dias também!" com um sorriso caloroso e abrindo os braços como que a saudar-me.
Não sei explicar como me senti. Adorei aquela criatura, com a sua energia leve e os seus óculos "olho de gato" cor fuschia com padrão suave.
Deram-me dois beijinhos, cada um deles e sorrindo, foram embora.
Não estou habituada a estas coisas. Ainda mais, vinda de dois completos estranhos. Ficaram tão gratos por os ter ajudado, que me retribuiram com extrema amabilidade.
São estas pessoas que me fazem acreditar no bom que as pessoas têm. E que todos os dias há algo que me surpreende vindo de onde menos espero, nem que sejam duas beijocas e um desejo de sol para o resto dos meus dias, como eu recebi hoje tão carinhosamente.
Sabem como são as gajas e os seus tarecos. Sacos por todos os cantos mais a mala. Eu sou muito desajeitada, pelo que se vou cheia de sacos, dá molho pois levo tudo atrás de mim e sem dar conta. Por vezes nem preciso de sacos, tal é a minha graciosidade intrínseca: até a levantar da mesa, levo a toalha atrás. Como o faço? No clue. Devo ser um imãn de tal magnetismo que tudo quer vir atrás de mim, coladinhos, tal e qual as fãs histéricas do Justin Bieber quando o vêm na rua. Infelizmente, este processo de atracção podia estender-se a notas e moedas, mas não é o caso. Essas não se sentem derradeiramente atraídas por mim. Esquisitóides, não sabem o que perdem.
Devaneios à parte, há dias ia eu toda lampeira a caminho do aquário mor, de sainha e tal, pimpona e a esbanjar charme. Adivinhem que aconteceu?
Ia varrendo uma lagartixa com a saia, dando-lhe uma trolitada nas pestanas! Então a bicha não estava ali deitada, airosa, toda curvilinea tal modelo lagartixal numa sessão de fotografia de fatos de banho, mesmo à beira da pedra do corrimão? Literalmente, estava mesmo ali à mão de semear. E levou com a saia nas fuças, para abrir a pestana.
Armada em cusca a ver a malta a passar, resulta nisto. Estou mesmo a ver o que vai acontecer: Quando eu estiver a apanhar sol ali, no verão, vou sofrer as represálias de ter aconchegado a saia ao nariz da lagartixa.
E eu que adoro tixas do coração.
Adoro apanhar sol. Assim, numa pausa que possa de facto fazer, gosto de ir apanhar solinho nas escamas, a ver se afugento o bolor e a ómidade da cabeça. No outro dia, vou eu lampeira tentar apanhar uma réstia de solinho, e oiço restolhar ao pé de mim. Assustei-me pois está claro. Ali mesmo ao pé da minha barbatana... "Ai o caraças pá... que bicheza anda para aqui?" Espreitei e tal, olhei para cima, baixo, lado, até na diagonal (só não espreitei a fazer o pino) e não vi bicheza nenhuma. E não vi nada. Ainda pensei que fosse um rato, mas nada. Deixei-me ficar. Ahhhh que bom este solinhooo... Não tarda, e comecei a sentir-me observada. Olho assim... como quem não quer a coisa... ah-ha!! Pois ééé... Uma senhora dona tixa estava ali à coca!! Ao que parece, a miss também estava ali a apanhar solinhos e assustou-se cá com a Peixa. "Córrore!!! Uma Peixa fora de água!!!", deve ter pensado a tixa quando me viu e até arrancou alcatrão na fuga.
E ali ficámos. Eu a apanhar sol, e a tixa a controlar-me.
Vá lá... Até foi razoavelmente pacífico, com a sorte que eu tenho tido com a bicheza. Lá no fundo, eu até gosto de tixas, não sei é se elas partilham da mesma opinião, em relação a mim.
Uma nova definição de "Efeito de estufa" - o que eu passei, com a brasa que estava nos últimos dias, mesmo sentada à sombra. Como eu gostava de ter um pagem a abanar uma folha de bananeira, e outro a abanar a cama de rede.