Ser levada à força de mão dada por uma criatura de meio metro de altura, até uma divisão da casa, e ela me dizer assim:
- Anda cá, que temos de ter uma conversa as duas.
E eu limitei-me a olhar surpreendida com a cena, de olhos abertos e sobrancelhas arqueadas, cá de cima do meu metro e setenta e tal para aquele ser pequenino de pé à minha frente, de braços cruzados e a apontar-me o dedinho piquenino, a dar-me um ralhete de quando é que eu fazia uma determinada coisa - nomeadamente retirar as tartarugas do meu quarto na casa dos meus pais, porque há uma que morde se a formos chatear a mexer com o dedo no nariz dela e eu passo a vida a dizer à menina para não se chegar a ela, porque ela morde e também para ela não apanhar salmonelas - que ela têm imenso medo das minhas porcas e que uma das porcas que têm a mania que denta a malta ainda sai lá do sítio dela e vêm atrás do espécime pequeno.
A minha reacção? Fiquei ali, a ouvir o raspanete, com vontade de agarrar aquele ser e a encher de beijocas, e tentando não me desmanchar a rir, com respeito à cú rabinho pequeno, pois para ela aquilo era um assunto muito sério e com cariz de urgência.
Para o que eu haveria de estar guardada.