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Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Ó da guarda, peixe frito!

Vai com arrozinho de tomate?

Desafio Caixa dos Lápis de Cor | #4 Verde Escuro

frito e escorrido por Peixe Frito, 10.02.21

Se há coisa que eu adoro comer, é salada. Ui, se gosto. Uma boa de uma salada camponesa ou somente de rúcula, é algo que me apraz muito a alma. Por isso, meia volta ou devoro uma malga apenas com salada - e mais umas tretas lá pelo meio, sou Peixa e não um ser ruminante, para só comer erva com erva, acompanhada por erva e salpicada com bocadinhos de erva, com aroma a erva -  ou como a acompanhar o prato principal. E, para mim, salada não é salada sem uma boa dose de ervas aromáticas: uns coentros e uns oréganos - a puxar a costeleta alentejana - estão sempre na ordem do dia. Faz tudo muito bem à saúde, ao intestino, à triparia andar feliz e contente, expelindo os seus detritos com eficácia, sem esforço e com êxito. Maravilhoso, não é? Claro que sim - quase parece um anúncio a aqueles yogurtes que põem a malta a c#gar fininho -  Ninguém gosta de expelir troncos maciços, ameaçando romper algo que literalmente dará vida ao dizer do meu rico pai Adamastor "olhos rasgados até ao cú" e partir a poltrona ou até, quiçá, terem de chamar o canalizador pois há algum submarino, corda de navio, que teima em não ir surfar as ondas do autoclismo. Bem, já me estou a desviar do tema! Uma das características das ervas aromáticas e da salada em si, além das que mencionei acima, é serem uma espécie de impositoras de looks, de tendências de moda vegetais e orgânicas, não muito apreciada... pelo menos por mim. Quantas vezes ando eu a passear pelo trabalho, depois de comer uma bela saladinha, estar de barriguinha alegre, feliz e contente, e tenho o raio de um pedaço de rúcula a espreitar, refugiada no molar, ou então um belo pedaço de orégano seco, bem entre o dente da frente e o canino? O pior é eu nem notar mas acima disso tudo, é eu sorrir para os colegas e NINGUÉM ME DIZER! Ó senhores... a sério? Então anda uma gaja toda airosa, de banho tomado, aprumada, perfumada, penteada - ou não... com este cabelinho de ninho de ratos... - a mandar borboletas e purpurinas, esbanjar charme piscando o olho aos demais, a crescerem flores onde ela pisa e sorri com uma erva presa no dente e ninguém diz nada?! True story. Gostava de dizer que isto só me acontece às vezes mas é mais frequente do que eu gostaria. Mas que pensam as pessoas? Que como sou mais vegetariana do que outra coisa, e defensora do consumo de produtos frescos e sazonais, que agora ando a criar os meus próprios alimentos nos dentes? Ou que tenho um piercing no dente? Que fiz daqueles apliques de diamantes na cremalheira? Pior ainda, dente podre, de um momento para o outro? Ou até, que é o meu snack, para mordiscar a meio da tarde?? É que se fossem áreas pequenas, ainda era naquela, agora costumam abranger grande área do dente. Oh por favor. Não me digam que não vêem, pois felizmente, a tonalidade da minha placa dentária, dá perfeitamente para perceber que há algum emplastro não solicitado, no meio da dentição. Mesmo que se desculpem a dizerem que são daltónicos... Dá para ver, porra! É o que eu digo, com amigos destes... Se calhar só me dizem alguma coisa, quando tiver um ramalhete a sair pelo meio dos dentes, a cair pela boca e a chegar ao queixo.

Há dias isto aconteceu-me - não o factor de ter um enfeite como se fosse uma planta a cair de um vaso pendurado, okay? Se bem que, pelo andar da carruagem, qualquer dia é efectivamente dia - Mas desta vez, fui poupada a andar a fazer publicidade aos vegetais frescos: isto da máscara, pela primeira vez, até me deu jeito. Só quando fui à casa-de-banho e ajeitei a mesma, é que vi que tinha um pedacinho do tamanho deste mundo até ao outro - pequeníssimo como dá para perceber - no meio dos dentes. Desta vez, escapei-me à bala. O universo e o seu sentido de humor peculiar, poupou-me. Quem sabe, como será da próxima. 

 

Neste desafio participo eu, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor,  a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, e a bii yue.

Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicaremos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio. Acompanha-nos nos blogues de cada uma, ou através da tag "Desafio Caixa de lápis de Cor". Ou então, junta-te a nós ;)